Luís Vaz Pereira Pinto Guedes

Luís Vaz Pereira Pinto Guedes

2.º Visconde de Montalegre

Luís Vaz Pereira Pinto Guedes
Nome completo Luís Vaz Pereira Pinto Guedes
Nascimento 10 de agosto de 1770
Vila Real, Reino de Portugal
Morte 10 de maio de 1841 (70 anos)
Lisboa, Reino de Portugal
Ocupação Escritor, Militar
Serviço militar
País Portugal
Serviço Exército Português
Anos de serviço 1784–1834
Patente Brigadeiro
Conflitos Guerra Civil Portuguesa

Luís Vaz Pereira Pinto Guedes (Vila Real, 10 de Agosto de 177010 de Maio de 1841), foi um nobre e militar português, que se distinguiu na Guerra Peninsular e na guerra civil portuguesa.

Foi moço fidalgo por alvará de 20 de Dezembro de 1778,[1] comendador das ordens de Cristo e da Torre e Espada,[2] brigadeiro do exército.[3]

Foi condecorado com a cruz de campanha da Guerra Peninsular.[2][3]

Assentou praça como cadete no Regimento de Cavalaria de Chaves, em 6 de Abril de 1784 e foi promovido a alferes em 16 de Novembro de 1792.[2] Deixando o serviço militar quando Junot entrou em Portugal, tomou parte activa na revolução de 1808 contra os franceses, e sendo em Outubro desse ano elevado a capitão, passou a servir de ajudante ao general Manuel Pinto de Morais Bacelar (1.º visconde de Monte Alegre) e ao lado deste se conservou durante todo o tempo da guerra da península, e ainda depois no governo da Beira, até que pelo falecimento daquele general, sendo já então tenente coronel, foi colocado no regimento de cavalaria n.º 2 para o qual foi promovido a coronel em 1820.[2]

Mais tarde, tendo-lhe sido dada a graduação de brigadeiro em 1823, achava-se em Trás-os-Montes quando, em Julho de 1826, chegou a Portugal o ministro Carlos Stuart com a Carta Constitucional, que D. Pedro outorgara, e resolvido o partido absolutista a opor-se pela força das armas ao estabelecimento do regime liberal no nosso país, foi ele quem levantou o primeiro grito da revolta.[2]

Foi feito 2.º Visconde de Montalegre, em sucessão a seu sogro o 1º Visconde, por Decreto de 3 de julho de 1823.[4][5]

No tempo do governo de D. Miguel voltou o visconde à pátria e sendo-lhe então dada a efectividade do posto de brigadeiro e promovido depois a marechal de campo, exerceu várias comissões, entre as quais se contam a de presidente da comissão mista e a de governador da praça de Valença.[2]

Em 1823 era comandante militar em Trás-os-Montes. Viria a estar envolvido em vários combates que se deram no seu tempo, nomeadamente no desembarque do Mindelo, no ataque ao Porto[6] e, como comandante da sua facção, na Batalha de Ponte Ferreira e na batalha da Asseiceira.

Brasão de armas dos Vaz Guedes Pereira Pinto, na fachada da Casa do Arco, em Vila Real

Em outubro de 1834, pouco depois de terminada a guerra civil portuguesa, estando por isso já derrotadas as tropas miguelistas, foi demitido do Exército.[2][6]

Escreveu:

  • Memoria e esposicao autentica da conduta civil e militar, desde 1821 até 1823, N. Imp. J.N. Esteves, Lisboa, 1833.[7]

O 2.º Visconde de Montalegre era irmão de José Vaz Pereira Pinto Guedes, 1º Visconde de Vila Garcia.[8]

Outros membros da sua família,[8] como seu cunhado e primo, Bento de Queiroz Pereira Pinto Serpe e Melo,[9] e seu sobrinho, D. Miguel Vaz Guedes de Ataíde Azevedo e Brito, foram também militares, ambos combatentes na guerra peninsular e o segundo participando ainda na revolta anti-liberal, liderada pelo 1.º Marquês de Chaves e 2.º Conde de Amarante, que teve lugar em Vila Real, em 23 de fevereiro de 1823.[10]

Luís Vaz Pereira Pinto Guedes era o 4.º filho[11] de:

Casado com:

Tiveram:

Referências

  1. «LUÍS VAZ PEREIRA PINTO GUEDES Alvará. Moço Fidalgo. Filiação: Miguel António Vaz Guedes Pereira Pinto». ANTT - Arquivo Nacional Torre do Tombo. Consultado em 6 de outubro de 2021 
  2. a b c d e f g «Monte Alegre (Luís Vaz Pereira Pinto Guedes, 2.º visconde de)». www.arqnet.pt Portugal Dicionário Histórico. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  3. a b Silveira Pinto, Albano Anthero da; Sanches de Baena, Augusto Romano Sanches de Baena e Farinha (1883). Resenha das familias titulares e grandes de Portugal. Gerstein - University of Toronto. Lisboa: Lisboa F.A. da Silva. p. 147 
  4. a b Teixeira, Júlio A. (1990). Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu Termo. Lisboa: J. A. Telles da Sylva. p. 243 
  5. Valente, Vasco Pulido (1 de junho de 2018). O Fundo da Gaveta. Lisboa: D. Quixote. Edição do Kindle. pp. 276–277. Consultado em 20 de fevereiro de 2024. [entre] os primeiros títulos dados em recompensa de serviços políticos e militares, mas sobretudo militares, [em 1823] Luís Pinto Guedes, visconde de Montalegre 
  6. a b «Montalegre, Visconde de, bragancanet.pt». Consultado em 6 de setembro de 2012. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2012 
  7. Guedes, Luis Vaz Pereira Pinto (1823). Memoria e esposicao autentica da conduta civil e militar. [S.l.]: Impr. J.N. Esteves 
  8. a b Torres, João Carlos Feo Cardozo de Castello Branco e; Mesquita, Manuel de Castro Pereira de (1838). Resenha das familias titulares do Reino de Portugal acompanhada das noticias biographicas de alguns individuos das mesmas familias. Lisboa: Na imprensa nacional. p. 292, 294 - 295 
  9. «Monumentos. Casa de Santo António de Favaios». www.monumentos.gov.pt. Consultado em 4 de julho de 2023. 1809 - durante as invasões francesas, Bento Pereira Pinto Serpe e Melo ... foi Brigadeiro de Ordenanças 
  10. «Requerimento de D. Miguel Vaz Guedes Ataíde Azevedo Brito - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. 1823. Consultado em 24 de junho de 2023 
  11. Torres, op. cit., p. 134
  12. «Miguel António Vaz Guedes Pereira [Pinto]. Alvará. Foro de Moço Fidalgo. 30.04.1738 - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 31 de outubro de 2020 
  13. «Miguel António Vaz Guedes Pereira [Pinto]. Alvará. Foro de Fidalgo Escudeiro. 05.05.1738 - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 31 de outubro de 2020 
  14. Torres, op. cit., p. 293
  15. Teixeira, Júlio A., op. cit., p. 243
  16. «AUTOS DE JUSTIFICAÇÃO DE D. INÊS CANDIDA PINTO BACELAR DE MORAIS PIMENTEL E DE SEU MARIDO LUÍS VAZ PEREIRA PINTO GUEDES, HERDEIROS DE SEU PAI E SOGRO». ANTT - Arquivo Nacional Torre do Tombo. Consultado em 6 de outubro de 2021 

Ligações externas

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