Manifesto do Unabomber | |
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Cópia do manifesto enviado ao The New York Times | |
Dados do documento | |
Tipo: | manifesto |
Autor: | Ted Kaczynski |
Data de publicação | 19 de setembro de 1995[1] |
Conteúdo | |
Ideologia | anarquismo anti-tecnologia[1][2] |
Estrutura | c. 35.000 palavras[3] 232 parágrafos[2] |
Parte central da elucidação do "Caso Unabom" do FBI |
Industrial Society and Its Future ("A Sociedade Industrial e o seu Futuro", em livre tradução), mais conhecido como Manifesto do Unabomber, é o ensaio anti-tecnológico escrito por Ted Kaczynski, eco-terrorista estadunidense, enviado aos jornais The New York Times e The Washington Post, sua publicação pelo segundo permitiu que o FBI, através da análise linguística e a participação do irmão do primeiro, identificasse a autoria dos ataques e a consequente prisão de Ted que, por enviar cartas-bombas a alvos específicos, recebera o apelido de Unabomber (do acrônimo dado ao caso pelo FBI — unabom — para "bombardeio a universidades e linhas aéreas"[nota 1]) pelos ataques realizados entre 1978 e 1995.[3]
Embora agindo solitariamente, Ted Kaczynski enviava cartas e o próprio manifesto assinando como sendo de um grupo que nomeou de "Freedom Club"[nota 2].[1] Cópias do ensaio foram enviados aos dois jornais em junho, mas sua publicação se deu somente em 19 de setembro de 1995.[2]
"Em relação a quase tudo, o homem primitivo era assim responsável pela sua própria segurança (tanto como indivíduo como na qualidade de membro de um pequeno grupo), enquanto que a segurança do homem moderno está nas mãos de pessoas e organizações demasiado grandes para que possa exercer sobre elas qualquer influência."
– Ted Kaczynski, 'Industrial Society and Its Future', (Trad: Jozimar Paes de Almeida)[1]
Continha cerca de 35 mil palavras e foi a pista final que levou à eliminação de suspeitos até à identificação por David Kaczynski, irmão de Ted, como sendo ele o suposto autor do manifesto, o que foi comprovado com a comparação realizada deste com dezenas de cartas e documentos familiares.[3] São 232 parágrafos nos quais, ao final de cada um, ele faz remissão a pontos já abordados ou que virão a ser desenvolvidos mais adiante, num estilo que lembra a obra Rayuela ("O Jogo da Amarelinha"), de Julio Cortázar.[2]
Trazendo afirmações como a de que "As consequências da revolução industrial foram desastrosas para a raça humana", o Manifesto ocorre no contexto do auge da sociedade neoliberal em que se defendia uma menor intervenção do estado e maior poder às grandes corporações; ele assim procura justificar o fato de ter que explodir pessoas para que tenha seu manifesto publicado.[1]
Edivaldo Vieira da Silva dividiu o discurso do Manifesto em três partes distintas:
Em uma matéria publicada em 2018, a revista New York afirmou que o manifesto gerou interesse posterior por parte de grupos neoconservadores, ambientalistas e anarco-primitivistas.[4]