Maria de Fátima de Bivar Velho da Costa GOIH • GOL (Lisboa, 26 de junho de 1938 – Lisboa, 23 de maio de 2020) foi uma escritora portuguesa.
Maria Velho da Costa nasceu a 26 de junho de 1938 em Lisboa, filha natural legitimada pelo subsequente casamento de seus pais, Afonso Jaime de Bivar Moreira de Brito Velho da Costa e sua segunda mulher Julieta Vaz Monteiro da Assunção. O pai, oficial de Infantaria, promovido a coronel em 1955, tornou-se membro do corpo de censores à imprensa na comissão de censura de Lisboa em 1958.
Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professora no ensino secundário e presidente da Associação Portuguesa de Escritores.[1] Tem o Curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi membro da Direcção e Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, de 1973 a 1978. Foi leitora do Departamento de Português e Brasileiro do King's College - Universidade de Londres, entre 1980 e 1987.
Foi incumbida pelo Estado Português de funções de carácter cultural: foi Adjunta do Secretário de Estado da Cultura em 1979 e Adida Cultural em Cabo Verde de 1988 a 1990.[1] Adicionalmente, desempenhou funções na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e trabalhou ainda no Instituto Camões.
Teve, desde 1975, colaboração regular em argumentos cinematográficos, nomeadamente em películas de João César Monteiro, Margarida Gil e Alberto Seixas Santos.
Consagrada, já em 1969, com o romance Maina Mendes, tornou-se mais conhecida depois da polémica em torno das Novas Cartas Portuguesas (1972), obra em que se manifesta uma aberta oposição aos valores femininos tradicionais. Esta publicação claramente antifascista e altamente provocatória para o regime, levou as suas três autoras a tribunal, tendo o 25 de Abril interrompido as sanções a que estavam sujeitas as denominadas Três Marias: Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno. [2][3]
Às teses de reivindicação feminina já enunciadas em Novas Cartas Portuguesas, acrescenta-se, na sua obra, um inconformismo quanto aos cânones narrativos. Inconformismo esse que se pode verificar também na sua obra de ensaio.
Foi casada com o sociólogo Adérito Sedas Nunes.
Morreu no dia 23 de maio de 2020 em Lisboa, aos 81 anos[4].
Encontra-se sepultada no Cemitério dos Olivais[5].
Foi premiada com:
Recebeu do Estado Português as condecorações:
Em 2020, a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) criou em sua homenagem o Prémio de Literatura Maria Velho Costa, com o qual premiou no mesmo ano a autora Teresa Noronha, pelo seu livro Tornado.
Entre as suas obras encontram-se: [6][7][8]
Precedido por Eugénio de Andrade |
Prêmio Camões 2002 |
Sucedido por Rubem Fonseca |