Marie-Monique Robin

Marie-Monique Robin
Marie-Monique Robin
Marie-Monique Robin em 2009.
Nascimento 15 de junho de 1960 (64 anos)
Gourgé (França)
Cidadania França
Alma mater
Ocupação jornalista, realizadora de cinema, roteirista
Distinções
  • Albert Londres Prize for Audiovisual (1995)
  • Prêmio Rachel Carson (2009)
  • Cavaleiro da Legião de Honra
  • Umweltmedienpreis (2009)
  • Oficial da Ordem Nacional do Mérito (2022)
  • prix littéraire des Droits de l’Homme (2018)
Página oficial
http://www.mariemoniquerobin.com/

Marie-Monique Robin (Gourgé, 1960) é uma jornalista de investigação, realizadora e escritora francesa.

Recebeu o Prêmio Albert Londres de 1995 para Voleurs d'yeux (1994), uma exposição sobre roubo de órgãos ; prêmio de melhor documentário político do Senado francês por Escadrons de la mort, l'école française (2003), seu filme sobre a transferência da França de técnicas de contra-insurgência (incluindo tortura) para a Argentina e Chile; e o Prêmio Rachel Carson por Le monde selon Monsanto (2008), seu filme (e livro) sobre a Monsanto e os desafios ao meio ambiente de seus produtos, incluindo o glifosato e os organismos geneticamente modificados.

Marie-Monique Robin nasceu e cresceu em Gourgé, em Deux-Sèvres, onde os seus pais eram agricultores. [1]

Estudou ciências políticas na Universidade do Sarre, na Alemanha, e formou-se no centro universitário de educação em jornalismo da Universidade de Estrasburgo. Começou a sua carreira na France 3 e depois trabalhou para a agência CAPA de 1989 a 1999, antes de se tornar jornalista independente. Desde 1989, realizou cerca de quarenta filmes de investigação e ganhou cerca de trinta prémios, incluindo o prémio Buffon no festival internacional de cinema científico, e vários prémios no Festival Internacional de Notícias de Angers ou FIGRA (Festival international du grand reportage d'actualité et du documentaire de société).

Livros publicados

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  • 1996 : Voleurs d’organes. Enquête sur un trafic,
  • 1999 : Les Cent Photos du siècle
  • 2002 : Le Sixième Sens, em colaboraçao com Mario Varvoglis
  • 2004 : Escadrons de la mort, l'école française
  • 2005 : L’École du soupçon : les dérives de la lutte contre la pédophilie
  • 2008 : Le Monde selon Monsanto
  • 2010 : 100 photos du XXIe siècle, com David Charrasse
  • 2011 : Notre poison quotidien
  • 2012 : Les Moissons du futur : comment l'agroécologie peut nourrir le monde
  • 2013 : Notre poison quotidien : La responsabilité de l'industrie chimique dans l'épidémie des maladies chroniques
  • 2014 : Sacrée croissance!
  • 2017 : Le Roundup face à ses juges
  • 2021 : La Fabrique des pandémies : Préserver la biodiversité, un impératif pour la santé planétaire
  • Escadrons de la mort, l'école française. Documentário (2003). Título em português: Os Esquadrões da morte: A escola francesa). O filme trata da transferência das técnicas de tortura usadas pelo serviço secreto francês, para as organizações de repressão política da América Latina.[3]
  • La Fabrique des Pandémies. Documentário (2022). Título em português: A Fábrica de pandemias. O filme acompanha a atriz Juliette Binoche em diferentes partes do mundo, para compreender com cientistas as conexões entre saúde humana e a saúde de ecossistemas e animais[4][5]. Levando em conta a pandemia de COVID-19 e o que denomina "epidemia de pandemias", Robin propõe entender as condições que atualmente favorecem surtos de doenças pelo mundo.

Controvérsia

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Sua afirmações sobre roubo de órgãos no documentário Voleurs d'yeux levaram uma grupo de médicos franceses a examinar os olhos de Jeison, suposta vítima do crime. A embaixada colombiana levou Jeison (então com 12 anos de idade) num voo para Paris em agosto de 1995, a fim de ter seus olhos examinados por dois renomados especialistas franceses em doenças infecciosas e oftalmologia. Um pediatra avaliou os prontuários do menino.

O relatório dos médicos franceses apontou que os globos oculares, apesar de atrofiados, ainda estavam lá, assim como partes da córnea.

Pode-se acrescentar que, com suas 28.000 mortes violentas por ano, a Colômbia não tem escassez de doadores de qualquer tipo. De acordo com a lei colombiana, todos são doadores em potencial a menos que a família faça objeção.

Devido ao resultado do exame médico, o júri do Albert Londres suspendeu o prêmio de Robin e prometeu reanalisar o seu documentário.[6] Após meses de discussões, decidiu manter a distinção, por considerar não ter havido má-fé. [7]

Referências

  1. Gérard, Elodie (8 de junho de 2013). «Marie-Monique Robin reçoit son "improbable" Légion d'Honneur à Notre-Dame-des-Landes». France 3 Nouvelle-Aquitaine (em francês) 
  2. - Internet Archives - Torture Made in USA (2009)- em francês - Dirigido por Marie-Monique Robin acesso 14 de maio de 2014
  3. (em francês) Escadrons de la mort, l'école française. Acesso 14 de maio de 2014.
  4. «La Fabrique des Pandémies». M2R Films. 2022. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  5. Araújo Lima, João Miguel (2023). «"A fábrica de pandemias", caminhos para futuros (in)desejáveis». Áskesis. 12 (2): 213-218. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  6. Burger, Peter (Junho de 1996). «Roubo de Órgãos». Ceticismo Aberto (Arq. em WayBack Machine). Consultado em 5 de julho de 2016 
  7. «Le prix Albert-Londres est confirmé pour le reportage « Voleurs d'yeux »». Le Monde (em francês). 22 de março de 1996 
  • Renard, G., M. Gentilini, A. Fischer (1995) - Rapport d’examen de i’enfant Wenis Yeison Crus Vargas
Para as reações de Robin e de outras partes envolvidas ver:
  • Gillot, Nathalie, ‘Polémique sur l’enfant aveugle.’ France-Soir, 12 August 1995;
  • Nau, Jean-Yves, ‘Un reportage sur les greffes de cornées en Colombie suscite un polemique.’ Le Monde, 17-8-1996;
  • Proenza, Anne, ‘Un document violemment critiqué a Bogota.’ Le Monde 17-8-1995;
  • Bantman, Beatrice, ‘Jeison, aveugle mais pas victime.’ Liberation, 18-9-1995;
  • Fritisch, Laurence,‘C’était une maladie,’ France-Soir, 19-9-1995;
  • Nau, Jean-Yves, ‘Un rapport medical contredit un reportage sur un traffic d’organes en Colombie.‘ Le Monde, 19-9-1995.
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