Massacre de Cadereyta Jiménez | |
---|---|
Local | Cadereyta Jiménez, Nuevo León, México |
Data | 13 de maio de 2012 04h00 (horário local) (UTC -6) |
Tipo de ataque | Assassínio em massa |
Alvo(s) | Cartel do Golfo |
Mortes | 49 |
Responsável(is) | Los Zetas |
O Massacre de Cadereyta Jiménez foi uma chacina que ocorreu na Carretera Federal 40, rodovia mexicana que cruza o norte do país, em 13 de Maio de 2012. Autoridades mexicanas afirmaram que 49 pessoas foram decapitadas e mutiladas por membros do cartel de drogas Los Zetas e seus corpos encontrados despejados próximo à uma estrada, nas proximidades da cidade de Monterrei, no norte do México.[1][2] O Blog del Narco, um blog que documenta eventos e pessoas relacionadas à guerra das drogas do México anonimamente, informou que o número de mortos real (não oficial) pode ser mais de 68 pessoas.[3] Os corpos foram encontrados na cidade de San Juan, no município de Cadereyta Jiménez, Nuevo León, por volta das 4 horas da manhã em uma estrada que leva à Reynosa, Tamaulipas.[4]
A Região Metropolitana de Monterrey é um centro de armazenamento importante para maconha, cocaína e outras drogas ilícitas que tem como destino final os consumidores dos Estados Unidos. Os poços de gás natural e gasodutos que atravessam a cidade de Cadereyta além da fronteira Estados Unidos-México, tem sido muito aproveitadas por ladrões, fornecendo gasolina e outros recursos naturais para submundo do crime do México. Pequenas cidades, fazendas e comunidades isoladas em Nuevo León tem sido apreciados por traficantes de drogas. As organizações mexicanas de tráfico de drogas têm lutado para o controle territorial das rotas de contrabando para os Estados Unidos e este massacre é considerado o "golpe mais recente em uma guerra em escala de intimidação entre gangues de traficantes". Os cartéis também lutam pelo controle dos mercados locais de drogas e extorsão, inclusive extorsões de migrantes que procuram chegar aos Estados Unidos. Além disso, a descoberta parece ecoar vários outros eventos de assassínios em massa, onde os cartéis de drogas deixaram um grande número de corpos em locais públicos como alertas a seus rivais. As autoridades culparam grande parte da violência ao grupo Los Zetas, um cartel originalmente criado por ex-comandos que desertaram do exército mexicano na década de 1990 e o cartel de Sinaloa, uma organização liderada por Joaquín Guzmán Loera (El Chapo), traficante mais procurado do México.[5]
Em 2012, o estado de Nuevo León e suas áreas vizinhas tornaram-se um campo de batalha de um conflito violento entre dois cartéis de drogas que atuam no nordeste do México, Los Zetas e o Cartel do Golfo. Relatos de desaparecimentos forçados não tem sido incomum nos últimos anos. E o município de Cadereyta Jiménez - uma comunidade de classe média e industrial onde os corpos foram encontrados - é conhecida por sua fábrica de vassouras, uma refinaria de petróleo instalada em seu território e seu papel histórico como um dos primeiros lugares onde o beisebol foi jogado no México. Apesar disso, ao menos cinco funcionários municipais foram mortos em abril de 2012, a menos de uma semana antes do massacre. O município ostenta o título de município mais violento do estado de Nuevo León apesar de não fazer parte da área metropolitana de Monterrey.[6]
Inicialmente, as autoridades mexicanas pensavam que havia 37 corpos no local, no entanto, após análise mais detalhada da cena, os números oficiais chegaram a 49 mortos. As vítimas estavam todas sem cabeça e desmembradas, nenhuma das vítimas foi morta a tiros. Um escritório de advogacacia declarou que as vítimas foram desmembrados para evitar que sejam identificadas. No entanto, acredita-se que as vítimas tenham mais de 25 anos de idade e muitos deles tinham tatuagens da "Muerte Santa" - uma mulher esquelética - o que poderia facilitar a identificação dos corpos. Os corpos foram levados para o hospital da Universidade de Monterrey para testes de DNA e uma investigação mais aprofundada.[7]
Logo após o massacre, a rodovia foi fechada e mais de 50 policiais foram designados para proteger o município de Cadereyta.
O governo federal mexicano condenou os ataques e afirmou que vai agir "com toda a sua força" para efetivar a justiça. A Secretaria de Governo ofereceu seu apoio para ajudar as autoridades do estado de Nuevo León na busca pelos responsáveis. As autoridades municipais do Estado também foram convidados a manter a coordenação e trabalhar em conjunto com o Governo Federal.[8]
E apesar de todo o temor as autoridades mexicanas, pediram à população para manter a calma, já que o massacre ocorreu em uma área remota e na escuridão da madrugada.
O governo mexicano ofereceu uma recompensa de até 30 milhões de pesos (Cerca de US$ 2 milhões de dólares) para quem fornecer informações que levem à captura de pessoas ligadas ao atentado.