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Mente quântica ou consciência quântica[1] é uma ideia proveniente de diversas hipóteses e teorias científicas, cujos proponentes alegam que a mecânica clássica não pode explicar a natureza da consciência. Basicamente, postula-se que fenômenos da mecânica quântica, tais como o emaranhamento quântico e a superposição, podem desempenhar um papel importante no funcionamento cerebral, formando, portanto, a base da explicação científica da consciência.
Eugene Wigner foi o pioneiro da ideia de que a mecânica quântica possui relação com o funcionamento da mente. Wigner propôs que o fenômeno quântico do colapso da função de onda ocorre por causa da interação com a consciência. Freeman Dyson, similarmente, afirmou que, "manifestada pela capacidade de fazer escolhas, a mente existe, em certa medida, inerente a todo elétron."[2]
Outros físicos e filósofos contemporâneos consideram tais argumentos não convincentes.[3] Victor Stenger caracterizou a consciência quântica como um "mito sem base científica", mito este que "deveria tomar o seu lugar na história da ciência juntamente com os deuses, unicórnios e dragões."[4] David Chalmers, também, argumentou contra a hipótese da consciência quântica num debate sobre como a mecânica quântica poderia se relacionar com a hipótese dualista da consciência.[5] Chalmers é cético quanto à capacidade de qualquer nova teoria física de resolução do problema difícil da consciência.[6][7]
David Bohm via a teoria quântica e a teoria da relatividade como teorias contraditórias, o que implicava um nível mais fundamental no universo.[8] Bohm alegou que tanto a teoria quântica quanto a relatividade apontava em direção dessa teoria mais profunda, a qual ele formulou com sua teoria do campo quântico. Este nível mais fundamental foi proposto para representar uma totalidade indivisa e uma ordem implícita, a partir da qual surge a ordem explícita do universo que todos nós experienciamos.
A proposta de Bohm da ordem implícita é aplicada tanto à matéria quanto à consciência. Bohm sugeriu que isso poderia explicar a relação entre ambas. Ele via mente e matéria como projeções da subjacente ordem implícita em nossa ordem explícita. Bohm argumentou que, quando olhamos para a matéria, não vemos nada que nos ajude a compreender a consciência. Por exemplo, Bohm discutiu a experiência de ouvir música. Ele acreditava que a sensação de movimento e mudança, que compõem nossa experiência musical, deriva da sustentação do passado imediato e do presente quando reunidas no cérebro. A saber, as notas musicais do passado são transformações, em vez de memórias. Isto é, as notas que foram implicadas no passado imediato tornam-se explicadas no presente. Bohm via neste processo a consciência emergindo da ordem implícita.
De modo global, Bohm via o movimento, mudança ou fluxo universal, e a coerência das experiências, como ouvir música, como uma manifestação da ordem implícita. Ele alegou derivar a evidência do seu pensamento do trabalho de Jean Piaget[9] acerca do aprendizado das crianças. Ele sustentou seus estudos mostrando que as crianças aprendem sobre o tempo e o espaço, porque elas têm uma "conexão" com o entendimento do movimento como parte da ordem implícita. Ele comparou essa "conexão" com a teoria de Chomsky de que a gramática está "conectada" nos cérebros humanos.
Bohm nunca propôs um meio através do qual sua proposta poderia ser falseada, nem um mecanismo neural através do qual a sua "ordem implícita" pudesse emergir de forma relevante para uma explicação científica da consciência. Contudo, Bohm, posteriormente, colaborou com a teoria do cérebro holonómico de Karl Pribram, como um modelo de consciência quântica.[10]
De acordo com o filósofo Paavo Pylkkänen, a sugestão de Bohm leva naturalmente à suposição de que o correlato físico do processo de pensamento lógico está situada no nível cerebral descrito classicamente, enquanto que o processo básico de pensamento situa-se no nível descrito quantico-teóricamente."[11]
O físico teórico inglês, Roger Penrose, e o anesteologista Stuart Hameroff colaboraram para produzir uma teoria conhecida como Redução Objetiva Orquestrada (Orch-OR). Penrose e Hameroff, inicialmente, desenvolveram suas ideias separadamente e mais tarde colaboraram para produzir a Orch-OR, no início dos anos 90. A teoria foi revista e atualizada pelos autores no final de 2013.[12][13]
O argumento de Penrose é fruto de sua interpretação dos teoremas da incompletude de Gödel. No primeiro livro de Penrose sobre a consciência, The Emperor's New Mind (1989), ele argumenta que, enquanto um sistema formal não pode provar sua própria consistência, os improváveis resultados de Gödel são demonstráveis por matemáticos humanos.[14] Ele interpreta tal disparidade com o significado de que matemáticos humanos não são provas formais de sistemas e que eles não executam algoritmos computáveis. Contudo, de acordo com Bringsjorg e Xiao, esta linha de raciocínio é baseada numa falaciosa equivocação sobre o significado da computação.[15]