Nagos

A palavra Nagos refere-se a todos os Iorubá brasileiros, seus descendentes africanos, o mito Iorubá, rituais e padrões cosmológicos. Nagos deriva da palavra anago, um termo usado pelos povos de língua fon para descrever pessoas de língua iorubá do reino de Queto,[1] No final do comércio de escravos na década de 1880, os Nagos se destacaram como o grupo africano mais frequentemente transportado para o Brasil. Os Nagos foram importantes para a história do comércio de escravos naquele momento do século XIX, pois o Brasil solicitava mais pessoas escravizadas à medida que a demanda por produtos desta região crescia e as duras condições nas plantações exigiam uma alta rotatividade.[1]

Este grupo específico de africanos compõe o maior grupo étnico no Brasil, com muita influência, já que foi o grupo mais recente a imigrar para o Brasil, e as pessoas escravizadas brasileiras de origem afro tiveram uma grande contribuição para a economia brasileira.

A alta demanda por mão de obra nas plantações levou o Brasil a importar pessoas escravizadas da tribo Nagos. Nos tempos coloniais, as pessoas escravizadas brasileiras, dada sua baixa condição e perspectivas precárias, podiam esperar trabalhar até a morte.

No entanto, a cultura africana foi transmitida através da religião e práticas culturais, e influenciou outros povos no Brasil. Os Nagos foram forçados a ocupar o mais baixo status na hierarquia na América Latina e se adaptaram. Um dos aspectos culturais mais importantes a serem descobertos no Brasil é a religião Iorubá. Essa religião africana sobreviveu desde a época da escravidão e hoje uma grande parte da população brasileira ainda a pratica e mantém.

Escravidão no Brasil

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As pessoas escravizadas da África eram mais baratas do que as da Europa, o que pode explicar por que os portugueses usaram africanos para impulsionar as novas economias na América Latina.[2] O escravo comum recebia um respeito mínimo. O entendimento entre mestre e escravo tinha um custo muito menor em obrigações recíprocas do que qualquer outro grupo de trabalho na sociedade.[3] Isso criou um cisão ou luta por recursos na troca social. Os escravos não controlavam suas vidas como os cidadãos de classe mais alta e eram distinguidos de todas as outras classes na sociedade por meio de parentesco, família e deveres comunitários.[3]

Cerca de 4,8 milhões de escravos foram transportados para o Brasil.[4] O povo africano espalhou-se pelo mundo. O trabalho pesado realizado pelos escravos foi a principal fonte de riqueza no país. Em toda a América Latina, os africanos ajudaram a moldar as plantações e as comunidades industriais.[5] O Tráfico de Escravos Africanos não começou na América Latina, mas foi adotado na Europa em 1455 pelo Papa Nicolau V, que concedeu o direito de reduzir à escravidão os habitantes da costa sul da África que resistissem ao Cristianismo. Os portugueses criaram um comércio de escravos na África Ocidental, exportando escravos para cidades ibéricas como Sevilha e Lisboa.[5] A escravidão africana teve uma demanda constante, mas limitada, na Europa.[6] Os povos indígenas do Brasil não podiam atender à demanda por mão de obra da economia das plantações, então a força de trabalho aumentou com a importação de escravos da África Ocidental.

As pessoas escravizadas eram vítimas da demanda por sua força física e resistência para realizar tarefas em climas extremos. Um escravo médio tinha mobilidade social limitada. As pessoas escravizadas lutavam contra seus mestres de várias maneiras: por meio de suicídio, fuga, sabotagem e desafio às leis e normas sociais ou religiosas. Praticar sua própria cultura de maneira auto-preservativa os ajudava a se adaptar à nova ordem social e cultural.[7] As pessoas escravizadas não tinham liberdade para circular livremente na América Latina, mas a aplicação das leis de casamento e outras dependia de considerações regionais e locais.

Como forma de combater a opressão da escravidão, os africanos fizeram o possível para preservar suas culturas nativas. Por exemplo, na República de Palmares, afro-brasileiros que escaparam da escravidão formaram um assentamento de cerca de 20.000 pessoas negras que eram governadas por costumes e elementos culturais da África Ocidental, retirados da sociedade de escravos portuguesa da qual haviam fugido.[7]

A cultura africana teve que se adaptar a novos desafios no Novo Mundo. Como minorias sem poder social, eles precisavam de ajuda de qualquer fonte. O mestizagem ou mistura de raças foi um efeito direto da colonização no Brasil e na América Latina em geral, e criou um povo misto e uma nova cultura de mestizaje. Os portugueses chamavam os filhos de africanos e nativos de cafuzos.

A extensa mistura forçou a autoridade espanhola a criar uma categoria legal para esse novo grupo racial que agora dominava muitas áreas da América Latina, a quem eles chamavam de Zambos. O México também viu a mistura de africanos e nativos, e proibiu casamentos inter-raciais. Além disso, as autoridades coloniais portuguesas e espanholas frequentemente promoviam a mestiçagem como política populacional em regiões pouco povoadas. O efeito da escravidão na sociedade afro-brasileira é semelhante ao dos negros na América do Norte pós-escravidão.

Como resultado, um sistema de castas baseado na cor surgiu; os negros ocupavam a classe econômica mais baixa. Os africanos sofreram racismo e opressão em suas tentativas de subir na escada social. Reformas e movimentos sociais por direitos ao longo dos séculos XIX e XX abriram caminho para os africanos na América Latina.

De acordo com cientistas sociais, formuladores de políticas e ativistas, a natureza essencial do Brasil é ser um país de raças mistas.[8] Além disso, os movimentos negros no Brasil durante a década de 1990 resultaram em grandes mudanças no século XXI por meio de políticas de ação afirmativa em esferas governamentais em todo o Brasil.[9]

Religião Iorubá

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As práticas rituais Iorubá incluem canto, dança, toques de tambor, possessão espiritual, cura ritual, respeito pelos ancestrais e adivinhação. A religião Iorubá é uma negociação ritual com os espíritos dos mortos. A religião Iorubá tem origem no oeste da Nigéria, que é de onde os povos Nagos também se originaram e onde a religião Iorubá se misturou com práticas cristãs.[1]

Referências

  1. a b c Matory, J. Lorand (2005). Black Atlantic religion: Tradition, transnationalism, and matriarchy in the Afro-Brazilian Candomblé. Princeton University Press ed. [S.l.: s.n.] p. 38 
  2. Klein, Herbert S (2010). Slavery In Brazil. [S.l.]: Cambridge. p. 15 
  3. a b Klein, Herbert S (2010). Slavery In Brazil. [S.l.]: Cambridge. p. 1 
  4. Klein, Herbert S (2010). Slavery In Brazil. [S.l.]: Cambridge. p. 14 
  5. a b Davis, Darién J (2004). Black Atlantic religion: Tradition, transnationalism, and matriarchy in the Afro-Brazilian Candomblé. [S.l.]: Humanity Books. p. xi 
  6. Davis, Darién J (2004). Black Atlantic religion: Tradition, transnationalism, and matriarchy in the Afro-Brazilian Candomblé. [S.l.]: Humanity Books. p. xii 
  7. a b Davis, Darién J (2004). Black Atlantic religion: Tradition, transnationalism, and matriarchy in the Afro-Brazilian Candomblé. [S.l.]: Humanity Books. p. xiii 
  8. Loveman, Mara (2012). «Brazil in black and white? Race categories, the census, and the study of inequality». Ethnic and Racial Studies. 35 (8): 1466–1483. doi:10.1080/01419870.2011.607503 
  9. Loveman, Mara (2012). «Brazil in black and white? Race categories, the census, and the study of inequality». Ethnic and Racial Studies. 35 (8): 1466–1483. doi:10.1080/01419870.2011.607503