São Notelmo de Cantuária | |
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Arcebispo de Cantuária | |
Morte | Cantuária? 17 de outubro de 739 |
Veneração por | Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e Comunhão Anglicana[1] |
Festa litúrgica | 17 de outubro[2] |
Portal dos Santos |
Notelmo de Cantuária (em inglês: Nothhelm e Nothelm[3]) foi um arcebispo de Cantuária anglo-saxão no período medieval. Um correspondente tanto de Beda quanto de São Bonifácio, foi Notelmo quem reuniu material em Cantuária para as obras históricas de Beda. Após a sua ascensão ao arcebispado em 735, ele se dedicou aos assuntos eclesiásticos, realizando inclusive concílios. Embora posteriormente ele tenha sido indicado como o autor de diversas obras, pesquisas posteriores demonstraram que o autor não era ele. Ele foi reconhecido como um santo ao morrer.
Notelmo foi um contemporâneo de Bonifácio e de Beda, a quem ele forneceu correspondências da biblioteca papal após uma viagem a Roma.[4] Ele também pesquisou a história de Câncio e das redondezas para Beda, provendo-lhe a informação através do abade da Abadia de Santo Agostinho em Cantuária.[5] Antes de sua ascensão ao arcebispado, ele foi também o arcipreste da Catedral de São Paulo, construída pelos anglo-saxões em Londres.[6]
Nomeado para a sé episcopal de Cantuária em 735, Notelmo foi consagrado neste mesmo ano e [7] o Papa Gregório III enviou-lhe o pálio no seguinte.[8] Ele pode ter sido indicado por Etelbaldo, rei da Mércia, de quem ele era um conselheiro.[4] Seja como for, Notelmo foi um dos vários mercianos que se tornaram arcebispo de Cantuária nas décadas de 730 e 740, numa expansão da influência mércia.[9] Ele realizou um sínodo em 736 ou 737, que contou com a presença de nove bispos,[8] com o objetivo de tratar da posse de uma disputa sobre a posse do mosteiro localizado em Withington[10][nota a]. Uma importante característica deste sínodo foi o fato de que nenhum rei esteve presente e, ainda assim, o resultado do julgamento foi considerado válido, mesmo sem a supervisão secular, o que era então mais usual.[11]
Notelmo supervisionou a reorganização das dioceses mércias que ocorreu em 737. O arcebispo consagrou Vita como bispo de Lichfield e Tortelmo em Leicéstria,[8] cuja diocese se firmou somente a partir desta ação,[12] após tentativas anteriores de estabelecer ali uma sé episcopal.[13]
Beda dedicou sua obra In regum librum XXX quaestiones a Notelmo, que havia feito as trinta perguntas sobre o livro dos Reis, respondidas por Beda.[8] Outra obra do monge, De VIII Quastionibus, também pode ter sido escrita para Notelmo.[5] No período de seu arcebispado, Bonifácio escreveu-lhe solicitando uma cópia do Libellus responsionum do Papa Gregório I para apoiar em seus esforços missionários.[14] Bonifácio também solicitou informações sobre quando a Missão gregoriana teria chegado à Inglaterra.[5] Este texto do Libellus responsionum tem sido objeto de alguma controvérsia, com o historiador Suso Brechter argumentando que o texto era uma falsificação criada por Notelmo e um arcediago romano. O historiador Paul Meyvaert refutou este ponto de vista e a maior parte dos historiadores acredita que o texto é genuíno, mesmo que isto ainda não tenha sido conclusivamente provado.[8]
Notelmo morreu no dia 17 de outubro de 739[7] e foi enterrado na Catedral de Cantuária.[8] Ele é considerado um santo e sua festa é comemorada no aniversário de sua morte.[2] Os antiquários e escritores John Leland, John Bale e Thomas Tanner acreditavam que Notelmo era o autor de diversas obras, mas pesquisas posteriores revelaram que elas foram escritas por outros. Uma eulogia em verso em homenagem a Notelmo, de data incerta, sobreviveu num manuscrito do século XVI atualmente preservado na biblioteca do Palácio de Lambeth.[8]
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Títulos cristãos | ||
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Precedido por Tatuíno |
Arcebispos da Cantuária 735–739 |
Sucedido por Cuteberto |