A oxibenzona, também conhecida como benzofenona-3 ou BP-3, é um composto orgânico utilizado em fotocosméticos, sendo encontrada em protetores solares, protetores labiais e hidratantes.[1] Está presente em mais de 3.500 produtos de proteção solar em todo o mundo, segundo estudo publicado no periódico "Archives of Environmental Contamination and Toxicology".[2]
O oxibenzona é um filtro solar, ou seja, tem a função de bloquear raios UV. No entanto, observa-se que a substância está ligada à maior incidência de alergia do que outros produtos da mesma classe, e estudos científicos sugerem que a benzofenona possa estar ligada ao desenvolvimento de de carcinomas.[3][4] Apesar disso, muitas empresas utilizam essa substância na produção de cosméticos, porém em vários países ela é proibida.
Oxibenzona Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | (2-Hydroxy-4-methoxyphenyl)- phenylmethanone |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
Número EINECS | |
SMILES |
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InChI | 1/C14H12O3/c1-17-11-7-8-12(13(15)9-11)14(16)10-5-3-2-4-6-10/h2-9,15H,1H3
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Propriedades | |
Fórmula molecular | C14H12O3 |
Massa molar | 228.24 g/mol |
Densidade | 1,20g/cm3 |
Ponto de fusão |
65.5 °C [5] |
Solubilidade em água | 68.6 mg L-1 (25 °C) [5] |
Riscos associados | |
LD50 | 7400 mg kg-1 (rato, oral)[5] 300 mg kg-1 (camundongo, intraperitoneal) [5] |
Compostos relacionados | |
Outros aniões/ânions | 2,4-Diidroxibenzofenona Octabenzona (2-hidroxi-4-octoxifenil)-fenil-metanona) |
Benzofenonas relacionados | Dioxibenzona ((2-hidroxi-4-metoxifenil)-(2-hidroxifenil)-metanona) Sulisobenzona (ácido 4-hidroxi-2-metoxi-5-(oxofenilmetil)-benzenossulfônico) |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
Cientistas acreditam que a oxibenzona possa causar grandes danos aos recifes de corais de todo o mundo, causando seu branqueamento e eventual desaparecimento. A substância pode danificar DNA dos corais, que estão em declínio. O Hawai foi o primeiro Estado norte-americano a proibir a venda de protetores solares com essa substância, visando proteger a vida marinha. A proibição entra em vigor em janeiro de 2021.
A oxibenzona bloqueia os raios ultravioleta, causando "enormes deformidades em bebês de coral, danos ao seu DNA e, mais alarmante, atua como um interruptor endócrino", destacou o estudo da Archives of Environmental Contamination and Toxicology. Isso leva "o coral a se enclausurar em seu próprio esqueleto, conduzindo-o à morte". Os efeitos nocivos da oxibenzona são observados mesmo quando a substância se encontra altamente diluída (62 partes por trilhão ou o mesmo que "uma gota d'água em seis piscinas olímpicas e meia"). Concentrações muito maiores de oxibenzona foram encontradas em recifes de coral no Havaí e nas Ilhas Virgens (de 800 partes por trilhão a 1,4 parte por milhão). Os cientistas estimam que 6.000 a 14.000 toneladas de protetor solar sejam liberadas em áreas de recife de coral todos os anos, sendo que a oxibenzona compõe de 1% a 10% dessas loções. [2]
Os recifes de coral estão em declínio há décadas e enfrentam, como principais ameaças, a poluição, as mudanças climáticas, tempestades e doenças. "Os recifes do Havaí estão morrendo lentamente nos últimos 20 anos, e essa espiral de morte tem sido acelerada com o impacto de eventos de branqueamento em massa, induzidos pelo fenômeno El Niño [ligado ao aquecimento das águas dos oceanos] e pelo aumento dos impactos locais da poluição e do desenvolvimento do turismo", diz Craig Downs, diretor do Laboratório Ambiental Haereticus.[1]