PEC 215/2000 é uma proposta de emenda constitucional brasileira de 2000 de autoria do então deputado federal Almir Sá, do Partido Progressista Brasileiro de Roraima.[1]
Tem a intenção de delegar exclusivamente ao Congresso Nacional o dever de demarcação de territórios indígenas e quilombolas, bem como a ratificação de um terreno já aprovado.[2][3] Seria proibir a expansão de áreas indígenas já existentes.[4] Uma das seções propostas prevê compensação da União aos agricultores que possuem propriedades absorvidos pelas áreas demarcadas como terras de pessoas indígenas.[5] A Constituição Federal considera que as terras indígenas pertencem à União e, portanto, não há compensação para aqueles que perdem a posse do território quando a demarcação é reconhecida.[5]
Atualmente, o governo e a Fundação Nacional do Índio (Funai) são responsáveis pela demarcação.[6] Caso esta PEC seja aprovada, as pessoas indígenas só poderão ser capazes de reivindicar uma área se elas viveram em e já tinham utilizado o local em 1988.[6] Isso daria ao Congresso a palavra final sobre as demarcações, fato que desagrada os líderes indígenas por causa da força de lobistas.[5] Grande parte da área protegida da Terra Indígena são florestas tropicais sendo importante para a água e o clima. Há agricultores que tenham apresentado um recurso.[5] A PEC 215 foi aprovada por uma comissão parlamentar.[5] A proposta está sendo processada há 15 anos no parlamento.[5] Os membros da Câmara dos Deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Verde, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Rede Sustentabilidade (REDE) foram contra o projeto.[5]
A aprovação do projeto depende de duas rodadas de votação nas sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com quorum qualificado, isto é, com os votos de pelo menos 308 deputados e 49 senadores.[5] Os parlamentares que se opõem ao projeto de lei disseram que vão questionar sua constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.[5] O Projeto de Lei precisa de três quintos dos votos no Senado para ser aprovado.[7] Grandes proprietários de terras têm uma grande influência no Congresso.[6] Cerca de 100 índios protestaram em frente à Câmara para impedir a votação da PEC 215 em 2014.[8][9]