Pagamento P2P, ou Pagamento Pessoa-Para-Pessoa (do inglês, Person-to-Person) é um sistema online que permite aos consumidores transferirem fundos de seus cartões de crédito ou banco para outro usuário a partir de um smartphone ou via internet, porém o envolvimento direto da entidade banco intermediando a transação.[1] Nos últimos anos a aceitação por parte da população de serviços de pagamento online e de pagamentos mobile abriram as portas para este novo segmento de pagamento pessoa-para-pessoa. Só em 2014, estima-se que a quantidade de vendas do comércio eletrônico tenha crescido em 20,1% superando a casa dos 1,5 trilhão de dólares,[2] destes, 540 bilhões são de transações pessoa-para-pessoa.[3] Na Europa, a solução P2P é baseada em transferências chamadas de SEPA (Single Euro Payments Area ou Área Única de Pagamentos em Euros) e atingem mais de 400 milhões de clientes europeus.[4]
Existem três modelos primários de pagamentos P2P[5]:
Segundo o Banco Central, o sistema vai ser adotado de maneira gradativa, em um primeiro momento com transações pessoa para pessoa e em um nível de maior de maturidade, transações de comércio e por último a transferência de governo. Assim, tecnologias como Near Field Communication - NFC poderão ser usadas com mais eficiência e tecnologias antigas como SMS também possam ser usadas para pagamentos, a fim de abranger uma parcela da população que não tenha acesso a um banco por morar em regiões menos favorecidas, por exemplo.[6]
No século XX os pagamentos eram quase que inteiramente feitos através de cheques ou dinheiro para pagamentos menores. O único custo em uma transferência pequena naquela época para ambas as partes era o de transportar o dinheiro além da taxa de depósito nos bancos da época.[7] Para grandes quantias, usava-se o cheque para evitar perda ou roubo do dinheiro e podiam ser enviados por correios.
No final dos anos 90, com a expansão da internet e o aumento dos leilões eletrônicos, começaram os pagamentos em com o modelo não-centrado em banco, ou seja, uma empresa trabalha de mediadora entre o pagador e o recebedor. Surgiram naquela época empresas que tais como Western Union e eBay, e então os pagamentos que antes precisava ficar armazenado com a empresa intermediadora passou a ser feito por meio do computador pessoal. O PayPal que também surgiu naquela época, agiu como intermediador pela transferência de fundos do cartão de crédito do comprador para o vendedor e os compradores não precisavam mostrar o número de seus cartões ou informações de seus bancos para os vendedores desconhecidos.[8]
Nos anos 2000, dois outros tipos de pagamentos P2P surgiram, que eram os centrados em banco, onde o usuário teria que logar no site do seu banco para fazer a transferência de fundos para um indivíduo podendo ser de outro banco, e a introdução deste serviço fez o internet banking crescer rapidamente.[9] O primeiro serviço de internet banking foi lançado em 1995, e em 2003, 53% dos bancos já disponham destes sistemas, sendo que ao fim de 2011, praticamente todos os bancos haviam criado um serviço de pagamentos e transferência online.[7]
Atualmente foram introduzidos diversos métodos de pagamentos P2P, dinheiro e é o principal método de pagamento. No pagamento de contas, e compras em lojas, o pagamento por cheques diminuiu bastante com o advento dos meios de pagamento eletrônicos, e os pagamentos pessoa-para-pessoa vem crescendo a nível moderado a cada ano[5] a uma taxa média de 5% ao ano. Apesar do cheque ainda ser bem utilizado, de acordo com o Federal Reserve Bank de 2003 para 2012 o número de cheques produzidos no ano caiu pela metade, de 40 bilhões para 20 bilhões. Isso porque as pessoas mais jovens hoje preferem pagamentos via smartphone a escreverem cheques[10]
Os bancos estão sofrendo forte concorrência de empresas da internet que oferecem pagamentos facilitados por meio de dispositivos móveis, porque é tão fácil quanto usar um cheque ou dinheiro, então estão pensando em formas de como reconquistar os seus clientes.[11] Segundo o Banco Central, o modelo brasileiro irá funcionar como uma espécie "carteira eletrônica" para que o dinheiro pago a trabalhadores possa sair diretamente da conta do empregador para seus empregados. Em um segundo nível, será possível a transferência de dinheiro de pessoas para comerciantes. E em um último nível, o governo poderá transferir fundos a pessoas.[6]
Desde o lançamento do PayPal em 1999, diversos serviços de P2P surgiram oferecendo cada qual suas vantagens. Devido aos smartphones ficarem cada vez mais acessíveis e os pagamentos via celular se tornarem mais populares ao longo dos anos, o pagamento P2P também avançou dividindo parcela do mercado com os pagamentos mobile. Só nos Estados Unidos, já são 6 milhões de transações mobile por semana.[12] As transações P2P representam uma pequena mas considerável parcela destas transações, e P2P no Reino Unido, chegou a um total de 26,1 milhões de transações no ano de 2013 e a expectativa é que até 2016 este número triplique atingindo 77,4 milhões de transações no ano.[13] E no mercado global, acredita-se que cerca de 1 trilhão de dólares que giram pelo mercado todos os anos pertençam às transações P2P, principalmente devido ao custo das transações ser zero ou próximo a zero, uma estratégia para ganhar confiança dos usuários em pagamentos mobile em geral ao longo dos anos.[14]
Em uma pesquisa recente, cerca de 49% das pessoas usam pagamentos P2P para pagar o almoço. Outros incluem presentes, lazer, contas de casa e transporte.[15] A pesquisa ainda mostra que as tecnologias mais usadas para estes pagamentos são leitores de NFC, código de barras ou QR Code.
As duas maiores vantagens do pagamento P2P são o custo e a praticidade, pois o uso de cédulas papel ou cheques vem perdendo a preferência entre os mais jovens.[5]
Os pagamentos P2P também deram origem a um tipo de empréstimo chamado de P2PL (Peer-to-Peer-Lending) ou EP2P(Empréstimos Pessoa-para-Pessoa) em português, que permite pessoas pegarem ou emprestarem dinheiro sem o uso de uma instituição oficial como intermediadora.[16] Este tipo de pagamento não se encaixa em nenhum dos três tipos tradicionais de instituições financeiras: investidores, seguradoras ou entidade autorizada a receber depósitos.[17]
As principais características desse meio de pagamento são:
Não deve ser confundido com os empréstimos, os investimentos P2P (do inglês, P2PI), é o ato de investir dinheiro em devedores que estão precisando de um empréstimo, porém sem uma instituição financeira como intermediadora.[18]