Phos Hilaron (Φῶς Ἱλαρόν) é um antigo hino cristão escrito originalmente em grego do Novo Testamento. Frequentemente referido pelo seu nome latino Lumen Hilare, pode ser traduzido para o português como 'Luz radiante'. É o hino cristão mais antigo registrado fora da Bíblia ainda em uso. O hino é parte das vésperas nas Igrejas Orientais, e também incluído em algumas liturgias anglicanas e luteranas modernas.
O hino é registrado primeiramente por um autor anônimo nas Constituições Apostólicas, escritas em algum momento entre o final do séc. III e começo do IV. É encontrado em uma coleção de quatro de canções para serem cantadas de manhã, à noite, antes das refeições e à luz de velas. Phos Hilaron é para ser cantada ao se acenderem luzes à noite e por isso é às vezes chamado de 'Hino de Acender as Luzes'. Apesar de que as palavras de duas das outras canções serem retiradas das Escrituras e no da outra, datada de cerca de 150 A.D., Phos Hilaron é o primeiro exemplo a ser considerado verdadeiramente um hino no sentido moderno. É certamente o primeiro exemplo completo. É muito mais ritmado do que os outros e dividido em doze versos, variando entre 5,6,8,9,10 e 11 sílabas. São Basílio Magno (329-379 AD) falou a respeito do canto do Phos Hilaron como uma tradição querida da Igreja, e o hino já considerado antigo naquele tempo (apesar de que alguns atribuem ao mesmo Basílio sua composição). A melodia original, como é usada pela Igreja Ortodoxa Grega sobre o texto original, é considerada difícil por transitar por quase duas oitavas, com os extremos caindo nas palavras "celestial" e "o Pai".
Naquele tempo, em Jerusalém, uma lâmpada era mantida queimando continuamente no túmulo vazio de Cristo, sua luz um símbolo da luz viva de Jesus. Quando os cristãos se reuniam para a adoração o hino era cantado, numa tradição conhecida como o acender das luzes, uma era vela acesa pela lâmpada era trazida da tumba e sua luz solitária chamava a Igreja para celebrar o Senhor Ressuscitado.
Santo Atenógenes, um santo de data desconhecida, mas cujo dia de comemoração é o 16 de julho, é creditado por alguns como o compositor do hino, tendo-o feito no dia de seu martírio. Ele é frequentemente representado como um bispo idoso com o braço de seu executor paralisado até que ele completasse a canção. O Martirológio Romano diz: "No Ponto, o aniversário de São Atenógenes, [é celebrado. Ele era] um teólogo de idade avançada, que, quando prestes a consumar seu martírio pelo fogo, cantou um hino de alegria, que ele deixou por escrito para seus discípulos." Ele é provavelmente idêntico ao bispo que foi martirizado com dez discípulos em Sebasteia, na Armênia, em 16 de julho, durante o reinado do imperador Diocleciano, provavelmente cerca do ano 305.
Acredita-se que São Sofrônio de Jerusalém]] (560-638), que era conhecido por sua poesia, tenha revisado o hino e livros litúrgicos orientais frequentemente o identificam como autor, e.g., no texto eslavo abaixo.
O hino, traduzido em português como Luz esplendente da santa glória, é rezado nas Vésperas da Liturgia das Horas do Tempo Comum, estando indicado para as Vésperas I dos domingos.
O hino é uma parte fixa das vésperas ortodoxas, cantado ou recitado diariamente, na entrada.
O hino foi traduzido para versos ingleses por John Keble, um dos líderes do Movimento de Oxford dentro do anglicanismo, em 1834. A versão de Keble foi colocada para oito vozes por Charles Wood em 1912. Outra tradução foi feita pelo poeta americano Henry Wadsworth Longfellow; uma terceira, por Robert Bridges, apareceu em diversos hinários com música composta por Louis Bourgeois.
A tradicional cerimônia anglicana da Oração Noturna não pedia o uso desse hino, apesar de que qualquer uma dessas versificações pode ser cantada nos pontos da cerimônia que pedem um hino. Mais recentemente, alguma entidade anglicana tem adotado o hino como parte da liturgia noturna. Por exemplo, no Livro de Oração Comum americano de 1979 o prescreve, na tradução em prosa abaixo, como um cântico invitatório que precede imediatamente os salmos apontados para o dia.
Texto Original Antigo
Transliteração (para a pronúncia do Grego clássico)
Lumen hilare iucunda lux tu gloriæ,
fons luminis de lumine,
beate Iesu cælitus a Patre sancto prodiens.
Fulgor diei lucidus solisque lumen occidit,
et nos ad horam vesperam te confitemur cantico.
Laudamus unicum Deum, Patrem potentem,
Filium cum Spiritu Paraclito in Trinitatis gloria.
O digne linguis qui piis lauderis omni tempore, Fili Dei,
te sæcula vitæ datorem personent. Amen.
A linha superior (em vermelho) diz: "Obra de Sofrônio, Patriarca de Jerusalém"
Utilizado pela Igreja Católica:
Luz esplendente da santa glória, do Pai celeste imortal
Santo, glorioso Jesus Cristo
Sois digno de ser cantado a toda a hora e momento por vozes inocentes
Ó Filho de Deus, que nos dais a vida
Chegada a hora do sol poente, contemplando a luz do entardecer
Cantamos ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo
Utilizado pela Igreja Greco-Católica Ucraniana:
Utilizado pela Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana):
Avé, alegre luz, puro esplendor
da gloriosa face paternal,
Avé, Jesus, bendito Salvador,
Cristo ressuscitado e imortal.
No horizonte o sol já declinou,
brilham da noite as luzes cintilantes:
ao Pai, ao Filho, ao Espírito de amor
cantemos nossos hinos exultantes.
De santas vozes sobe a adoração
prestada a Ti, Jesus, Filho de Deus.
Inteira, canta glória a criação,
o universo, a terra, os novos céus.
Tradição ou compositor | Idioma | Texto com notação musical | Áudio | Notas | |
---|---|---|---|---|---|
Canto bizantino | Inglês | PDF – Western notation; 2 partes (melodia e ison) (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MP3 – 2 partes (melodia e ison), consultado em 14 de dezembro de 2011 MIDI – Não vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 |
Tom plagal 1 | |
Canto bizantino | Inglês | PDF – Neumas bizantinos (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MIDI – Não vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 | Tom 2 adaptado da versão atribuída a John Sakellarides | |
Canto bizantino | Inglês | PDF – Neumas bizantinos (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MIDI – Non-vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 | Tom 2 adaptado da melodia antiga da forma como foi abreviada por Socrates Papadopoulos | |
canto carpato-russo | Inglês | PDF – Harmonia a 4 partes (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | |||
canto carpato-russo | Inglês | PDF – 2 partes (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MP3 – 2 partes, consultado em 14 de dezembro de 2011 MIDI – Non-vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 |
Arrajo por Fr. Lawrence Margitich (Versão antiga) | |
canto carpato-russo | Inglês | PDF – 2 partes (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | Arranjo: Fr. Lawrence Margitich (Nova Versão) | ||
Canto de Valaam | Inglês | PDF – 2 partes (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MP3 – 2 partes, consultado em 14 de dezembro de 2011 MIDI – Não vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 |
||
canto znamenny | Inglês | PDF –Inclui 2a parte em clave de sol para Altos (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MP3 – Vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 MIDI – Não vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 |
Tom 5 – 'Canto Tikhonovsky' baseado no canto znamenny | |
canto znamenny | Inglês | PDF – 2 parts (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MIDI – Não vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 | Tom 7 – Grande Canto Znamenny – difícil | |
Alexander Kopylov (1854 - 1911) | Eslavo | PDF – 4-part harmony – written in Old Orthography Russian Characters (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | MIDI – Não vocal, consultado em 14 de dezembro de 2011 | especificado "não muito lentamente" | |
Dvoretsky | Inglês | PDF – Harmonia a 4 partes (PDF), consultado em 14 de dezembro de 2011 | |||
Charles Wood (1866 – 1926) | Inglês | PDF and HTML – A cappella – Número de vozes: 8vv, consultado em 4 de janeiro de 2012 | MID, SIB – A cappella – Número de vozes: 8vv, consultado em 4 de janeiro de 2012 |
ChoralWiki – letra atribuída a Keble - inclui partitura. (1792-1866), traduzido do hino cristão mais antigo Φως ιλαρον. | |
Gouzes | Francês | PDF – Harmonia a 4 partes (PDF), consultado em 31 de dezembro de 2012 |