As relações internacionais dos Estados Unidos são a maneira com que o país interage com as nações estrangeiras e estabelece padrões de interação com organizações, empresas e cidadãos individuais. Os Estados Unidos são muito influentes no mundo. O alcance global dos Estados Unidos é apoiado por uma economia de 15 trilhões de dólares,[1] o que equivale a aproximadamente um quarto do PIB global, e um orçamento militar de 711 bilhões de dólares, o que representa aproximadamente 43% dos gastos militares de todo o planeta. O Secretário de Estado dos Estados Unidos é o Ministro do Exterior e é o oficial do Estado encarregado pela diplomacia, embora o presidente tenha a autoridade final sobre a política externa; essa política inclui a definição do interesse nacional, bem como as estratégias escolhidas tanto para salvaguardar quanto para alcançar os seus objetivos políticos. O atual Secretário de Estado do país é Antony Blinken.
O objetivo oficialmente declarado da política externa dos Estados Unidos, como mencionado na Agenda de Política Externa do Departamento de Estado, é o de "criar um mundo mais seguro, democrático e próspero para o benefício do povo americano e da comunidade internacional."[2] Além disso, o United States House Committee on Foreign Affairs estabeleceu como alguns de seus objetivos jurisdicionais: "controles de exportação, incluindo a não-proliferação de tecnologia e hardware nuclear; medidas para fomentar relações comerciais com as nações estrangeiras e para salvaguardar os negócios americanos no exterior; acordos internacionais das commodities; educação internacional; e proteção dos cidadãos americanos no exterior e de expatriados."[3] A política e a ajuda externa dos Estados Unidos têm sido objeto de muito debate, elogio e crítica, tanto internamente como no exterior.[4]
Quando perguntado em 2010 se o WikiLeaks prejudicaria as relações dos Estados Unidos com outros países, o então Secretário de Defesa, Robert Gates, observou que "os governos lidam com os Estados Unidos porque isso é do seu interesse, não porque eles gostam de nós, não porque eles confiam em nós e não porque eles acreditam que nós podemos manter segredos."[5]
Os Estados Unidos são um membro fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a maior aliança militar do mundo. A aliança de 28 países é composta por Canadá e grande parte da Europa, incluindo a segunda maior força militar da OTAN, o Reino Unido. Nos termos da Carta da OTAN, os Estados Unidos são obrigados a defender qualquer Estado-membro da OTAN que for atacado por uma potência estrangeira. A OTAN é restrita às áreas norte-americanas e europeias. Em 1989, os Estados Unidos também criaram o estatuto de importante aliado extra-OTAN para cinco nações. Este número aumentou no final de 1990 e, após os ataques de 11 de setembro de 2001, passou a incluir 14 nações. Cada Estado têm uma relação única com os Estados Unidos, envolvendo várias parcerias e alianças militares e econômicas.
A política externa dos Estados Unidos afirma que a sua aliança com o Reino Unido como a sua relação bilateral mais importante no mundo, o que é evidenciado por assuntos políticos alinhados entre a Casa Branca e a 10 Downing Street, bem como operações militares conjuntas realizadas entre os dois países. Embora tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido mantenham relações estreitas com muitas outras nações ao redor do mundo, o nível de cooperação no planejamento militar, a execução de operações militares, tecnologia de armas nucleares e a partilha de informações um com o outro tem sido descrita como "sem precedentes" entre as grandes potências ao longo do século XX e início do século XXI.[6]
Os Estados Unidos e o Reino Unido compartilham da maior parceria de investimento direto estrangeiro do mundo. O investimento americano no Reino Unido chegou a 255,4 bilhões de dólares em 2002, enquanto o investimento direto britânico nos Estados Unidos totalizou 283,3 bilhões de dólares.[7]
A relação bilateral entre o Canadá e os Estados Unidos é de fundamental importância para ambos os países. Entre 75 e 85% do comércio canadense é feito com os Estados Unidos e o Canadá é o "maior parceiro comercial e principal fornecedor de petróleo" dos Estados Unidos. Embora existam certas disputas entre as duas nações, as relações entre os dois países são estreitas e ambos compartilham a "mais longa fronteira desmilitarizada do mundo".[8] A fronteira foi desmilitarizada após a Guerra anglo-americana de 1812 e, além de incursões menores, manteve-se pacífica. A colaboração militar entre os dois países começou durante a Segunda Guerra Mundial e continuou durante toda a Guerra Fria em uma base bilateral e uma relação multilateral, através da OTAN. Um alto volume comercial e de migração entre os Estados Unidos e Canadá desde a década de 1850 tem gerado uma maior aproximação, apesar da continuidade do medo canadense de ser culturalmente oprimido por seu vizinho, que é dez vezes maior em termos de população[9][10] e onze vezes maior em termos de economia.[11][12] As duas economias têm cada vez mais se integrado desde o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), de 1994, que inclui também o México.
O relacionamento dos Estados Unidos com a Austrália é muito próximo, com a Secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmando que "a América não tem um melhor amigo no mundo do que a Austrália."[13] A relação é formalizada pelo tratado ANZUS e pelo Acordo de Livre Comércio Austrália-Estados Unidos. Os dois países têm uma história comum, ambos foram colônias do Império Britânico e muitos norte-americanos buscaram juntaram-se à corrida pelo outro na Austrália no século XIX. A um nível estratégico, a relação realmente ganhou destaque na Segunda Guerra Mundial, quando os dois países trabalharam muito intimamente na Guerra do Pacífico contra o Império do Japão, com o General Douglas MacArthur desempanhando seu papel como Comandante Supremo dos Aliado baseado na Austrália, tendo, efetivamente, tropas e recursos australianos sob seu comando. Durante este período, a interação cultural entre a Austrália e os Estados Unidos foi elevada a um nível superior, sendo que mais de 1 milhão de militares americanos foram deslocados para a Austrália durante o curso da guerra. A relação continuou a evoluir ao longo da segunda metade do século XX e hoje envolve um forte relacionamento, levando o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Leste Asiático e Pacífico, Kurt M. Campbell, a declarar que "nos últimos dez anos, [Austrália] subiu para um dos mais próximos um ou dois aliados [dos EUA] no planeta."[14]
A principal expressão de apoio do Congresso dos Estados Unidos à Israel tem sido a ajuda externa. Desde 1985, os Estados Unidos forneceram cerca de US$ 3 bilhões em subsídios anuais para o governo israelense, sendo Israel o maior receptor anual de ajuda americana entre 1976 e 2004 e o maior receptor cumulativo de ajuda desde a Segunda Guerra Mundial.[15] Israel é um dos "dois originais aliados extra-NATO aliados no Oriente Médio. Atualmente, existem sete grandes principais aliados extra-OTAN no Grande Oriente Médio.
Matthew C. Perry, entre 1852 e 1854, foi com navios de guerra ao Japão para abrir o país ao comércio, o que acabou com o isolacionismo japonês e forçou o país a se envolver com o mundo exterior. As cidades de Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas por bombas nucleares pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, as primeiras e únicas cidades do mundo a serem atacadas desta maneira. Desde então, as relações entre os dois países têm sido excelentes. Os Estados Unidos consideram o Japão como um dos seus aliados mais próximos e o país asiático é considerado tanto um principal aliado extra-OTAN quanto um país de contato da organização. Os Estados Unidos têm várias bases militares no Japão, incluindo Yokosuka, que abriga a Sétima Frota dos Estados Unidos. As Forças de Autodefesa do Japão cooperam com o Exército dos EUA, muitas vezes fornecendo segurança e auxílio na realização de jogos de guerra.
As relações longíquas da Coreia do Sul com os Estados Unidos têm sido mais extensas desde 1945, quando os Estados Unidos ajudaram a estabelecer o capitalismo no Sul da Coreia e lideraram a Guerra da Coreia patrocinada pela ONU contra a Coreia do Norte e a China (1950-1953).[16] Estimulado pela forte ajuda americana, o rápido crescimento econômico, democratização e modernização sul-coreana reduziu muito a dependência do país dos Estados Unidos. Um grande número de forças militares dos EUA permanecem na Coreia. Em 2009 na cúpula do G20 em Londres, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou a Coreia do Sul "um dos principais aliados e maiores amigos dos Estados Unidos."[17]
Taiwan (República da China), não tem relações diplomáticas oficiais reconhecida e não é oficialmente reconhecida pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, mas conduz relações diplomáticas não-oficiais através de sua embaixada de facto, vulgarmente conhecido como "Instituto Americano em Taiwan" (AIT) e é considerado um forte aliado asiático e apoiante dos Estados Unidos.[18]
312,580,929 (data for November 9, 2011)
15,064 billions (figure for 2011) 313 million persons