Robert Desmond FitzGerald (30 de novembro de 1830 - 12 de agosto de 1892) foi um, ornitólogo, botânico, e poeta irlandês-australiano.[1] era filho de Robert David FitzGerald, banqueiro, e Mary Ann Bell.[1][2][3]
Enquanto funcionário público, sua paixão secreta e habilidade para observar as aves e flora, adquiriu conhecimento suficiente para comunicar-se com Charles Darwin a respeito das plantas australianas, tantas vezes que está referenciado diversas vezes no livro The Different Forms of Flowers on Plants of the Same Species de 1877.[4] Também coletou orquídeas para o botânico germano-australiano Ferdinand von Mueller.[4]
FitzGerald nasceu em Tralee, Irlanda. Estudou engenharia civil no Queen's College, de Cork, (hoje University College Cork), e emigrou para a Austrália.[2] Chegou em Sydney em 1856 e logo empregou-se no "Departamento de Terras" como desenhista para a coroa.[1] Assim permaneceu até 1868. Em 1873 tornou-se supervisor geral,[1] e, em 1874, supervisor chefe de minas[1] e controlador das terras das igrejas e colégios de Nova Gales do Sul.[2] Após a "Lei de Terras da Coroa" de 1884, parte de seus deveres foi analisar a missão de seu departamento e ironicamente dessa análise resultou um número de aposentadorias incluindo a sua própria.[2]
Em sua vida privada FitzGerald desenvolveu suas habilidades como ornitólogo. Excelente taxidermista, inicialmente (durante 1855-56), contribuiu com artígos sobre aves locais de Kerry, na revista da cidade.[2] Tinha também enorme interesse em Botânica. Em 1864 viajou a Wallis Lake, ao norte de Newcastle, Nova Gales do Sul para coletar orquídeas que cultivava em sua casa de Hunter's Hill. O interesse por orquídeas era contínuo. Em 1869, 1871 e 1876 visitou a Ilha de Lord Howe para coletar mais espécimes. Nessa época descobriu a Dracophyllum fitzgeraldii F.Muell., que mais tarde levaria seu nome.[2]
FitzGerald casou-se com Emily Blackwell, filha de Edward Hunt, diputado M.L.C., de Balmain em 1860. FitzGerald teve três filhos e três filhas. Seu neto R. D. Fitzgerald foi um poeta australiano.[2]. FitzGerald faleceu em 12 de agosto de 1892 em Hunter's Hill, Sydney, Nova Gales do Sul, e foi sepultado na área presbiteriana do Velho Cemitério Balmain.[2]
De 1875 a 1882, com Arthur James Stopps, litógrafo do escritorio em que trabalhava, FitzGerald publicou sete volumes de sua obra Australian Orchids. Esta publicação tornou-o famoso e J.D.Hooker afirmou a obra seria um orgulho para qualquer botânico ou qualquer pais.[2]
Suas notas manuscritas de espécies botânicas incluem aquelas em têmpera e diagramas de anotações, completadas a mão por FitzGerald de 1870 a 1890, estão na Biblioteca Nacional da Austrália.[1]
As ilustracões de FitzGerald terminadas em Sydney foram publicadas de 1874 a 1894, em Australian Orchids com 196 têmperas e esboços a lápis, em 2 vols. É parte da Biblioteca de Coleções de Manuscritos de Mitchell & Dixson, Biblioteca do Estado de Nova Gales do Sul.[1]
Um número de cartas datadas de 1871 a 1892 de FitzGerald para Ferdinand von Mueller acerca da flora da Austrália e sua identificação com referências ao herbário de especímes, assim como uma carta de G.H. Druce a FitzGerald estão guardadas no National Herbarium of Victoria, Melbourne.[1]
Foi eleito membro da Sociedade Linneana de Londres em 1874 e da Royal Society de Nova Gales do Sul em 1876.[4] Pelo menos quatro plantas têm o nome em sua homenagem: Caladenia fitzgeraldii, Sarcochilus fitzgeraldii, Dracophyllum fitzgeraldii[2] e Eugenia fitzgeraldi.[4]
O Fitzgerald County, em Nova Gales do Sul é uma homenagem a ele.[5]