Rocha cataclástica é a designação utilizada em geologia estrutural e em petrologia para as rochas metamórficas total ou parcialmente formadas pela fracturação progressiva e cominuição de rochas pré-existentes, um processo de metamorfismo dinâmico conhecido por cataclase. A cataclase envolve a granulação, esmagamento ou moagem da rocha original e, em seguida, a rotação e translação de corpos rígidos de grãos ou agregados minerais antes da litificação, resultando na deformação da rocha com fraturamentos e rotações de seus constituintes sem recristalizações minerais significativas.[1] As rochas cataclásticas estão associadas a zonas de falha e a brechas de eventos de impacto, sendo as rochas que apresentam cataclase significativa designadas por cataclasitos. Nos processos de metamorfismo, a cataclase é em geral seguida por uma fase de blastese, com cristalização ou recristalização metamórfica, levando ao crescimento no estado sólido de minerais metamórficos ou metassomáticos.[2]
As rochas catacásticas são o resultado de um processo de metamorfismo dinâmico ou cataclástico, em que os componentes minerais tem comportamento (reologia) frágil, predominantemente rúptil ou quebradiço, durante a ação metamórfica, favorecendo a geração de texturas de degradação com grãos minerais rotacionados, encurvados, fissurados e quebrados em grãos menores (sub-grãos) e com crescimento metamórfico muito limitado ou inexistente.[1]
As rochas cataclásticas formam-se por processos rúpteis na parte superior da crosta em áreas de tensão moderada a elevada, particularmente em zonas de falha. Os dois principais mecanismos envolvidos são a microfracturação (quebra da rocha original em fragmentos) e o deslizamento/rolamento friccional dos fragmentos, combinado com mais fracturação, num processo designado por cominuição (ou moagem).[3]
Vários esquemas de classificação foram propostos para as rochas cataclásticas, mas as mudanças na compreensão dos processos envolvidos na sua formação e um melhor conhecimento da variedade de tais rochas tornaram difícil uma classificação simples, particularmente onde as distinções não podem ser feitas em espécimes de mão.[4] A classificação de rochas de falha de 1977, proposta por Richard H. Sibson, foi a primeira a incluir uma compreensão do mecanismo de deformação envolvido e todos os esquemas classificativos subsequentes tiveram essa base.[5][6]
As brechas de falha foram também classificadas em termos das suas origens: (1) atrito; (2) esmagamento distribuído; e (3) brecha de implosão.[7] Tomando terminologia emprestada da literatura sobre colapsos de cavernas, à classificação genética das brechas foram acrescentadas as tipologias em funçaõ da sua concentração de clastos: (1) brechas de fissura; (2) brechas em mosaico; e (3) brachas caóticas.[8]
Os principais tipos de rochas cataclásticas são os seguintes:
Os milonitos foram originalmente definidos como rochas cataclásticas, mas atualmente entende-se que se formaram principalmente por processos cristalino-plásticos,[4] designados por milonitização.
O fluxo cataclástico é o principal mecanismo que acomoda grandes deformações acima da zona de transição rúptil-dúctil. Pode ser considerado como um mecanismo dúctil,[9] embora ocorra dentro do regime elástico-friccional de deformação.[5] A deformação é acomodada pelo deslizamento e rolamento de fragmentos no interior da rocha cataclástica. Ciclos de cimentação e refracturação são geralmente reconhecíveis nestas rochas.