A Pachypodium saundersii, popularmente conhecida como rosa do deserto com espinhos ou rosa do deserto espinhosa, é uma espécie de planta suculenta pertencente ao gênero Pachypodium, na família Apocynaceae.[1] Nativa das regiões áridas da África do Sul e do sul de Madagascar, essa espécie singular tem conquistado cada vez mais admiradores de plantas ornamentais em todo o mundo, principalmente em decorrência de sua beleza exótica e rusticidade.[2]
Apresentando caudex robusto e ramificações repletas de espinhos, o Pachypodium saundersii apresenta uma aparência que lembra uma pequena árvore em miniatura. Suas folhas verde-escuras, brilhantes e dispostas em rosetas nas extremidades dos ramos, contrastam com o tronco cinzento e espinhoso, conferindo à planta um visual marcante e característico.[2]
Seu nome científico é uma homenagem a Charles James Renault Saunders, um colecionador de plantas sul-africano, que contribuiu significativamente para o estudo da flora da região.[3]
Além de sua beleza ornamental, a Pachypodium saundersii possui uma série de adaptações que lhe permitem sobreviver em ambientes áridos e desafiadores, como a capacidade de armazenar água em seu caudex e a presença de uma densa camada de espinhos que a protege de herbívoros.[2]
Seu volumoso caudex é a característica mais marcante do Pachypodium saundersii.[1] Ele é geralmente globoso ou cilíndrico, podendo atingir dimensões consideráveis com o passar dos anos. Esta estrutura atua como órgão de armazenamento de água, permitindo que a planta sobreviva a longos períodos de seca. A superfície do caudex é coberta por uma casca espessa e lenhosa, que pode apresentar fissuras com o tempo.[3]
A ramificação ocorre a partir do ápice do caudex, formando uma copa irregular. Tais ramos são densamente cobertos por espinhos afiados,[1] que servem como mecanismo de defesa contra a fauna herbívora e auxiliam na redução da perda de água por evapotranspiração.[3]
Suas folhas são dispostas em rosetas nas extremidades dos ramos. De tonalidade verde intenso e brilhante, com nervura central proeminente, suas folhas apresentam formas simples, geralmente lanceoladas ou elípticas, com margens inteiras.[3]
O Pachypodium saundersii é uma planta caducifólia, ou seja, perde suas folhas durante a estação seca para reduzir a perda de água.[3]
As flores são tubulares, com pétalas brancas ou levemente rosadas e surgem em inflorescências terminais, agrupadas em um número variável de flores. Apresentam tamanhos relativamente grandes em comparação com o restante da planta.[3]
A floração ocorre geralmente na primavera ou no verão, mas pode variar dependendo das condições climáticas. Após a polinização, as flores dão origem a frutos alongados e verdes, que se abrem quando maduros liberando pequenas sementes leves e aladas, o que facilita sua dispersão pelo vento.[3]
A rosa do deserto com espinhos apresenta significativa longevidade, podendo viver por décadas quando mantida em condições adequadas. Seu florescimento só começa a ocorrer quando a planta atinge entre 4 a 5 anos de idade.[4]
Este vegetal aprecia bastante a incidência de luz solar direta, mas deve ser evitada a exposição prolongada durante as horas mais quentes do dia. Em relação às temperaturas, pode facilmente tolerar episódios duradouros de calor elevado, mas não reage bem ao frio intenso. [2]
As regas devem ocorrer de forma moderada, evitando o encharcamento do solo. É importante permitir que o substrato seque completamente entre as regas, uma vez que o excesso de água pode levar ao apodrecimento das raízes.[5]
Para melhor desenvolvimento quando plantada em vasos, deve-se utilizar um substrato bem drenado, rico em matéria orgânica e com bastante porosidade. A adubação deve ocorrer durante a primavera e o verão, utilizando fertilizantes específicos para cactos e suculentas, os quais contém micronutrientes essenciais para o desenvolvimento desta planta. [5]
Todas as partes da Pachypodium saundersii são consideradas tóxicas aos humanos e animais domésticos.[6][7] Portanto deve se tomar o cuidado de evitar que crianças e animais de estimação tenham acesso aos vasos.[7]
A toxicidade desta planta está relacionada à presença de compostos químicos em seus tecidos.[6][8] Assim como ocorre em muitas outras plantas suculentas, a rosa do deserto espinhosa apresenta seiva[9] com potencial de causar irritação na pele e mucosas se entrar em contato com elas.[6]
A ingestão de qualquer parte da planta pode causar intoxicação, com a presença de diversos sintomas gástricos, incluindo náuseas, vômitos e diarreia. O contato com a seiva pode causar irritação, vermelhidão e coceira. Adicionalmente, o contato direto de sua seiva com os olhos pode levar a irritação e danos à córnea, causando prejuízos à visão.[6]