Senterej (em amárico ሰንጠረዥ, sänṭäräž), ou xadrez etíope, é uma variante regional de xadrez jogado tradicionalmente na Etiópia. É o último descendente do xatranje ainda jogado popularmente.[1][2] O santerej tem uma ampla gama de posições iniciais, o que deixa impraticável a memorização de aberturas.
O tabuleiro não tem o tradicional xadrez em preto e branco, sendo meramente divido em casas da mesma cor, mas tem as mesmas dimensões do xadrez internacional. Geralmente é um pano vermelho, demarcado por linhas azuis ou pretas.
No Senterej ambos os jogadores começam jogando ao mesmo tempo sem se importarem com os turnos. A etapa antes da primeira captura é chamada "mobilização" ou "ordenação", ou werera em amárico. Os dois jogadores movem as peças quantas vezes quiserem independente de quantidade de movimentos do adversário. Nessa etapa cada jogador avalia a disposição tática do oponente, e podem desfazer e substituir suas jogadas se acharem mais adequado estrategicamente. O jogo apenas começa a ter turnos depois da primeira captura.
As partidas tem grande importância social, com os jogadores chamando a atenção dos outros para demonstrarem táticas e se exibirem com grandes jogadas. É comum espectadores darem seus palpites.
As regras e etiquetas do xadrez etíope quanto ao xeque-mate são inúmeras. Executar o mate com uma torre ou cavalo é considerado não artístico. Dar o golpe final com um firz ou elefante é mais respeitável; com uma combinação de peões ainda mais digno de louvor. Quando o rei se encontra sozinho no tabuleiro o xeque-mate é proibido. Um rei com apenas uma peça dando cobertura (peões não são levados em conta) só pode sofrer mate depois que a peça for movida sete vezes.[3]