Sharism é um termo utilizado para descrever a motivação e a filosofia por trás da construção coletiva de valores que é resultado do compartilhamento de conteúdo e ideias. Inspirado pelo conteúdo gerado pelo usuário, o Sharism afirma que o ato de compartilhar algo dentro de uma comunidade produz bons valores para cada um dos participantes desta: "quanto mais você compartilha, mais você recebe". Como o conhecimento é produzido por crowdsourcing, este novo tipo de propriedade compartilhada leva à produção de bens e serviços onde o valor é distribuído através da colaboração de todos os envolvidos.
Cunhada por Issac Mao no ensaio "Sharism: A Mind Revolution", o qual foi originalmente publicada no livro Freesouls, Mao estabelece uma comparação entre o modelo aberto de distribuição online de informação e o as redes neurológicas do cérebro humano.[1] Seguindo a analogia de um Cérebro Social emergente, Mao defende que o processo de empoderamento das pessoas através do compartilhamento leva a modos coletivos de se repensar as relações sociais.
O Sharism tem sido particularmente focada na China, como forma de promover a Web Aberta e combater a censura na internet.[2] Entre os proponentes mais notáveis do Sharism, tanto como um termo como enquanto prática, estão Larry Lessig e Ou Ning. Em 2010, durante uma palestra sobre o Creative Commons em Pequim, Lessig mencionou o Sharism no contexto de abertura e inovação nas indústrias criativas e na lei de propriedade intelectual da China.[3] Também em 2010, Ou Ning, em seu trabalho como curador escolheu o Sharism como o tema principal da exposição "Get It Louder", a qual é realizada bienalmente em Shangai.[4][5][6] Em uma entrevista sobre a exposição, Ou Ning discutiu o Sharism longamente e o descreveu como um "Conceito da Internet" que explora a relação cada vez mais complicada entre as esferas pública e privada.[7]
Em 2012 foi criado o Sharism Lab, com o objetivo de prover suporte experimental e téorico para a implementação do Sharism no mundo.[8]
Diversos tipos de eventos sobre o Sharism têm sido criados para que pessoas se conheçam e compartilhem coisas que elas produzem ou que tenham interesse. O Fórum Sharism foi realizado em outubro de 2010 no "Get It Louder festival" em Shanghai,[9] e reuniu palestrantes internacionais, praticantes e ativistas para discutir a ideia do Sharism.
Outro evento chamado Sharism Presents[10] oferece uma organização informal para que as pessoas compartilhem qualquer coisa que elas queiram. Desde 2010, o Sharism Presents foi sediado em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo: Amsterdã,[11] Shanghai,[12] Pequim,[13] Madri,[14] Barcelona,[15] Bruxelas,[16] Berlim,[17] Montreal,[18] Singapura,[19] Hong Kong,[20] Tóquio[21] and Seul.[22]
Já o Sharism Workshops[23] proporciona uma plataforma para a produção coletiva através do ato de compartilhar. Workshops foram realizados in Pequim, Doha[24] and Varsóvia[25] e contou com a participação de músicos, artistas digitais e designers.
Para prover um meio fácil de compartilhar qualquer tipo de trabalho na internet, o Sharing Agreement[26] foi criado para trabalhar em torno da crescente complexidade das licenças.
Dentro do mundo da arte, tem sido sugerido que há perigos no Sharism, os quais "levam as pessoas a acreditarem que qualquer coisa contemporânea deva ser também de vanguarda".[27]