Silenciário (em latim: silentiarius; em grego: σιλεντιάριος; romaniz.: silentiários), foi um título latino dado para uma classe de cortesãos na corte imperial bizantina, responsável pela ordem e silêncio (em latim: silentium) no Grande Palácio de Constantinopla. No período bizantino médio (séculos VIII-XI), foi transformado em um título cortesão honorífico.
O título é primeiro atestado em um édito imperial datado de 326 ou 327.[1] A escola dos silenciários foi supervisionada pelo prepósito do cubículo sagrado e seus membros pertencia à jurisdição do mestre dos ofícios.[2] A função deles no palácio era de manter a ordem durante audiências imperiais e chamar a reunião do concelho do imperador bizantino, o consistório (um ato chamado "silentium nuntiare"). Quatro silenciários foram detalhados para o serviço da imperatriz bizantina. Os silenciários foram escolhidos da classe senatorial, mas livres das obrigações usuais desta classe. Uma classe de silenciários honorários, admitância que podia ser comprada, também existiu.[3] Por 437, o tamanho real da escola tinha sido determinado como trinta, com três decuriões (em grego: δεκουρίωνες) colocados no comando de tudo. Embora inicialmente de baixo-nível, a proximidade deles com a pessoa imperial ocasionou a elevação dos membros ordinários para o posto de homem espectável (vir spectabilis)' no século V e de decuriões para homem ilustre (vir illustris) no século VI.[1]
Após o século VI, o posto tornou-se puramente cerimonial.[1] O título sobreviveu nas listas de ofício dos séculos IX e X como um segundo mais baixo entre as dignidades honoríficas reservadas para os "homens barbudos" (ou seja, não eunucos). De acordo com o Cletorológio de Filoteu, o emblema distintivo do ofício deles era um bastão de ouro.[4] A cerimônia da investidura deles, que contava com o próprio imperador bizantino, é registrada por Pedro, o Patrício.[5] A último ocorrência atestada do título é durante o reinado do imperador Nicéforo II Focas (r. 963–969), e como muitos dos títulos bizantinos médios, parece ter desaparecimento em algum momento nos séculos XI-XII.[1]