Subsistit in é uma célebre expressão latina usada no 8º parágrafo da Lumen Gentium, que é um documento muito importante do Concílio Vaticano II (1962-1965) e que trata sobre a Igreja:
“ | A única Igreja de Cristo [...], constituída e organizada neste mundo como sociedade, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele.[1][2] | ” |
Esta expressão latina e o seu significado são muito importantes porque afectam a própria definição de Igreja, a relação basilar entre a Igreja Católica e a Igreja de Cristo e a relação entre a Igreja Católica e as outras denominações cristãs.
O real significado desta expressão foi, durante muitos anos, debatida e reflectida por muitos teólogos. Alguns, nomeadamente os católicos tradicionalistas, acusam o Concílio de quebrar a Tradição católica, que ensina que a Igreja de Cristo é (em latim: est) a Igreja Católica (como foi explicitado, como por exemplo, na encíclica Mystici Corporis Christi do Papa Pio XII). Alguns acham até que esta expressão "implica afirmar, contra o dogma da fé, que pode haver salvação para as almas fora da Igreja Católica".[3]
Esta confusão teológica foi-se instalando nos meios católicos, apesar de o Papa Paulo VI ter afirmado, já em 1964, que os ensinamentos do Concílio Vaticano II iriam estar sempre em conformidade com a Tradição católica e que o Concílio nunca iria formular novas doutrinas.[4] Isto significa que o Concílio concordaria inteiramente com os ensinamentos de Pio XII sobre a Igreja. Aliás, o decreto conciliar Orientalium Ecclesiarum referiu que a "santa Igreja católica" é o "Corpo místico de Cristo" (ou seja, a Igreja de Cristo).[5]
Na prática desde a publicação do texto muitas dúvidas, incertezas e até mesmo heresias continuaram a surgir dada a imprecisão (ou dissonância) do texto do Concilio Vaticano II em relação a doutrina tradicional. Por isso, em 6 de agosto de 2000, a Congregação da doutrina da fé chefiada então pelo Cardeal Ratzinger publicou a Declaração Dominus Iesus.[6]
Após muitos anos de confusão, em 2007, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu e publicou um documento oficial (ratificado pelo Papa Bento XVI), com o nome de "Respostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja". Este documento define, com autoridade, a correta interpretação da expressão subsistit in, através do método dialógico de perguntas e respostas [7]:
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