Ten Zan: The Ultimate Mission | |
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Capa do DVD nos Estados Unidos | |
Itália · Coreia do Norte 1988 • cor • 84 min | |
Gênero | ação, ficção científica |
Direção | Ferdinando Baldi creditado como Ted Kaplan |
Produção | Scino Glam Massimo Vigliar |
História | Ferdinando Baldi |
Elenco | Frank Zagarino Mark Gregory Romano Kristoff Sabrina Siani |
Música | Elio Polizzi |
Cinematografia | Marcello Masciocchi |
Edição | Med Salkin |
Distribuição | Surf Film |
Idioma | inglês |
Ten Zan: The Ultimate Mission (também conhecido como Missione Finale) é um filme de ação e ficção científica de 1988 escrito e dirigido por Ferdinando Baldi sob o pseudônimo "Ted Kaplan".[1] O filme é estrelado por Frank Zagarino, Mark Gregory, Romano Kristoff, e Sabrina Siani.
O filme, que é uma co-produção internacional entre a Itália e a Coreia do Norte, foi filmado no país asiático. Até hoje, este é um dos poucos filmes ocidentais que não são documentários filmados na Coreia do Norte, e um dos escassos filmes vindo da Coreia que são estrelados por atores americanos. O filme retrata a Coreia do Norte como uma utopia futurística, uma decisão que Baldi explicou como "uma fuga consciente da realidade" que foi imposta pelo regime.[2]
Ten Zan foi um dos oito filmes norte-coreanos exibidos no Festival de Filmes de Udine do Extremo Oriente em 2000. Em uma reportagem da revista Asiaweek, Richard James Havis chamou o filme de "realmente lamentável", dizendo: "A atuação, assim como o roteiro, é pior do que os filmes de propaganda".[2]
Um grupo de conhecidos delinquentes estão realizando experimentos no Extremo Oriente. Eles descobriram uma substância que consegue penetrar nas células humanas e mudar a composição dos genes e dos cromossomos. Os experimentos são realizados em jovens garotas que são sequestradas de suas vilas e levadas ao "Centro", que está fortemente vigiado por mercenários. O líder dos cientistas é o professor Larson, que sonha em criar uma raça superior que vai dominar o mundo. As organizações científicas da Ásia e da Europa estão cientes dos experimentos e decidem agir. Dois ex-comandos são acionados para acabar com a operação.
A produção de Ten Zan foi uma tentativa de revitalizar a indústria cinematográfica da Coreia do Norte, que não estava conseguindo encontrar outros mercados, mesmo em países comunistas. Foi decidido que seria produzido um filme de ação que se parecesse ocidental o suficiente para passar pelo embargo de produtos norte-coreanos e lucrasse no exterior. Os norte-coreanos foram para o Mercado de Filmes de Cannes, onde propuseram o projeto para o diretor italiano Ferdinando Baldi, que estava promovendo seu filme mais recente, Warbus. Baldi se surpreendeu com a ideia de gravar um filme na Coreia do Norte, mas sua curiosidade venceu e ele aceitou a proposta. Seu primeiro roteiro era sobre a Guerra do Pacífico. O nome do filme, Ten Zan,[6] é uma referência a última base japonesa em Iwo Jima. Ela foi chamada de Pico do Diabo pelos soldados americanos que tentaram capturá-la durante a Batalha de Iwo Jima.[4] Mas o roteiro foi completamente reescrito pelos norte-coreanos.[6]
O filme foi coproduzido pela Coreia do Norte e uma empresa italiana chamada Amerinda. As filmagens aconteceram na Coreia do Norte e duraram oito semanas. As autoridades norte-coreanas interferiam frequentemente com as filmagens, proibindo Baldi de usar certos locais. Os norte-coreanos também estavam relutantes pelo personagem principal ser interpretado por um americano, Frank Zagarino.[6]
O filme possui um grande furo de roteiro. O Professor Larson, que contrata os dois protagonistas no começo do filme, é revelado como o líder da organização antagonista. Em outras palavras, ele contratou os protagonistas para destruir a própria organização. Anos depois, Baldi concedeu uma entrevista, onde afirmou que o trecho realmente não fazia sentido, e culpou a inconsistência como um "problema de produção" por ele não ter acesso às filmagens originais. Baldi especulou que de alguma forma o roteiro foi alterado durante a produção e ele não foi informado.[6]
Zagarino gostava de tirar fotos, o que causou um incidente durante as filmagens quando os norte-coreanos pensaram que ele poderia ser um espião. Anos depois, Baldi afirmou que Zagarino foi preso e encarceirado por dois dias.[6] Mas Zagarino disse em uma entrevista que os norte-coreanos meramente confiscaram sua câmera. Zagarino chamou o filme de "um grande desastre", já que filmar na Coreia do Norte foi muito difícil, e os norte-coreanos "nunca nos davam o que eles prometiam".[7]
Depois de uma exibição na Itália, Baldi nunca mais teve contato com os norte-coreanos. Por causa de uma briga entre a empresa italiana e a Coreia do Norte, o filme nunca foi lançado na Itália. Ele foi apenas lançado internacionalmente em home video.[6]