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"The Springfield Files" | |||||||
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163.º episódio da 8.ª temporada de The Simpsons | |||||||
Os agentes Fox Mulder (à direita) e Dana Scully (à esquerda) vão a Springfield investigar o caso de Homer (ao fundo, centralizado), que alega ter visto um alienígena, na imagem promocional do episódio. | |||||||
Informação geral | |||||||
Direção | Steven Dean Moore | ||||||
Escritor(es) | Reid Harrison | ||||||
Produção | Al Jean & Mike Reiss | ||||||
Código(s) de produção | 3G01 | ||||||
Transmissão original | 12 de Janeiro de 1997 | ||||||
Características | |||||||
Frase do quadro negro | "A verdade não está lá fora."[1] | ||||||
Couch gag | Os Simpsons voam em mochilas a jato; Maggie faz loops até que ela pousa em Marge.[2] | ||||||
Cronologia | |||||||
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The Springfield Files é o décimo episódio da oitava temporada da série de animação de comédia The Simpsons, sendo exibido originalmente na noite de 12 de Janeiro de 1997 pela Fox Broadcasting Company (Fox) nos Estados Unidos. No episódio, escrito por Reid Harrison e dirigido por Steven Dean Moore, Homer acredita ter visto um alienígena. Leonard Nimoy é o convidado especial interpretando a si mesmo, enquanto David Duchovny e Gillian Anderson interpretam os agentes Fox Mulder e Dana Scully, ambos personagens de Arquivo X.[1] O episódio serve como um crossover com Arquivo X e apresenta inúmeras referências à série. A história veio dos antigos produtores do show Al Jean e Mike Reiss, que voltaram a produzir este episódio enquanto estavam sob contrato na Disney.
De acordo com o sistema de mediação Nielsen, em sua exibição original, o episódio foi assistido por cerca de 20,9 milhões de telespectadores, recebendo uma quota de 11.7 pontos, além de ter tido críticas em sua maioria positivas dos analistas em televisão; Jean e Reiss ganharam um prêmio Annie por produzi-lo.[1]
O episódio foi produzido por Al Jean e Mike Reiss, que tinham servido como produtores das temporadas três e quatro. Eles voltaram para o show para produzir este e vários outros episódios enquanto estavam sob contrato na Disney.[3] O episódio foi escrito por Reid Harrison e dirigido por Steven Dean Moore.[4] Foi um dos episódios com maior disparidade entre a sua criação até o momento em que foi concluído.[4] A ideia foi concebida de uma maneira bem inusitada. Jean encontrou uma cópia do TV Guide enquanto estava no banheiro, com Arquivo X na capa. Sentindo que um crossover seria uma boa ideia, ele voltou para o quarto, conversou com Reiss, e os dois conceberam.[4] Nenhum dos outros membros da equipe demonstraram interesse em fazê-lo, de modo que Reiss e Jean decidiram fazer eles mesmos.[4] Antes do episódio ser produzido, o script foi enviado para Chris Carter, criador de Arquivo X, que disse que era uma "honra" ser satirizado por The Simpsons.[4] Al Jean estava preocupado sobre o episódio não ser engraçado, como na mesa de leitura havia apenas alguns dos escritores presentes e, como tal, o script não teve muitas risadas ao todo.[4] Levou um longo tempo para chegar a um fim, e uma explicação para o alienígena. Originalmente, era apenas para ser deixada como um mistério.[5] O escritório de Mulder e Scully foi projetado para ser exatamente o mesmo utilizado em Arquivo X.[6] Após ter sido concluído, a Fox enviou o episódio para uma revisão crítica externa, que o avaliou como sendo "realmente bom".[5] A cena das camisas com os dizeres "Homer é um drogado" originalmente tinha uma linha extra: "Eu te disse, nós estamos vendidos para fora!", preenchendo assim o erro na trama do episódio, em que Homer pede algumas camisetas, apesar de apenas ser dito que elas foram vendidas.[6] A cena após o primeiro encontro de Homer com o alienígena, no qual ele corre através de um campo que forma a palavra "Yahhh!" ("Ora essa!", numa tradução literal ao português) na grama, foi escrito por David M. Stern, que o acrescentou após ler o roteiro original completamente.[4]
O episódio é narrado por Leonard Nimoy. Homer está saindo do trabalho em uma sexta-feira às escondidas com Lenny e Carl. Eles vão ao bar do Moe e bebem várias cervejas. Homer se perde no caminho de casa e vai parar em uma floresta escura. Ele se assusta muito, pois vê em um cartaz a palavra "Morra" (Die em inglês) e descobre que a real palavra é Diet ("Dieta", em português). Ele sai correndo pela floresta com medo, acaba tropeçando em um galho e cai no chão. De repente, uma luz verde emerge do fundo da mata, o que aparentemente é um alienígena. Homer sai correndo e finalmente chega em casa. Ele conta a todos a aventura que teve sobre o "alienígena", mas ninguém acredita nela.
A história de Homer é tão envolvente, que até o FBI se interessa por ela. Os agentes Mulder e Scully vão até Springfield e pedem para Homer contar a história a eles. Os agentes levam Homer até um local e perguntam se "algum deles é o alienígena que viu", e dentre as opções estão Kang e Kodos. Homer diz que não é nenhum deles; então é pedido que ele represente exatamente o que fez na noite em que viu o alienígena. No final, os agentes do FBI desistem de averiguar a história de Homer. Bart diz que acredita na história do pai, e ele insiste que os dois vejam o alienígena. Eles então vão acampar na floresta de noite, e eventualmente encontram o "alienígena" de Homer, que o expulsa ao ser acidentalmente queimado. Bart grava tudo e os dois comemoram a "vitória". Depois disso, Leonard Nimoy deixa de narrar a história e sai correndo em seu carro.
No dia seguinte, é mostrada a gravação do alienígena feita por Bart no Canal 6. Daí todos em Springfield querem ver o alienígena na sexta-feira seguinte. (pois de acordo com Homer, o alienígena aparece todas as sextas-feiras) Na noite do "evento", todos se preparam para a "chegada" do alienígena. O alienígena aparece e diz que traz paz a todos; então o povo de Springfield tenta matá-lo, até que Lisa intervêm e mostra que o alienígena é na verdade o Sr. Burns. Então Smithers aparece e conta como Burns ficou parecendo um alienígena: toda sexta-feira a noite, o Burns faz uma série de tratamentos para enganar a morte por mais uma semana, o que inclui: "ajeitar" a coluna dele, colocar colírio em seus olhos, aplicar anestesia e raspar suas cordas vocais. Burns volta a si e explica o porque da luz verde:
Uma eternidade trabalhando na Usina Nuclear me deu essa iluminação verde e saudável sobre o corpo.
Então é dada mais uma anestesia em Burns, e todos começam a dançar e cantar como se nada tivesse acontecido.
Os segmentos de Leonard Nimoy é um send-up da série de documentários paranormal In Search Of..., que Nimoy apresentou nos anos 70.[7] Além das aparições de Mulder e Scully, o episódio apresenta várias outras referências a Arquivo X. O emblema do FBI de Mulder tem uma foto de si mesmo vestindo apenas uma sunga sobre ele; esta é uma referência a uma cena no episódio de "Duane Barry", do Arquivo X, no qual David Duchovny usava apenas uma sunga.[4] Além disso, na cena em que Scully submete Homer à um teste de detector de mentiras, O Homem Fumante está em segundo plano.[2][6] Existem também inúmeras referências à filmes. A música tocada pela Orquestra Filarmónica de Springfield vem de Psycho (1960).[4] As sequências narrativas são baseadas em Plan 9 from Outer Space (1959).[6] Há uma referência também a The Shining (1980).[1] Sr. Largo conduz cinco de seus alunos a tocar algumas notas do filme Close Encounters of the Third Kind (1977) com os instrumentos da banda.[1] Homer narra sua experiência ao assistir Speed (1994), mas acredita que foi chamado de "O ônibus que não poderia retardar".[8][9] Marvin, o Marciano, Gort de The Day the Earth Stood Still (1951), Chewbacca, ALF, e um dos irmãos Kang e Kodos aparecem no line-up do FBI.[2] Os sapos da Budweiser aparecem no pântano, cantando seus nomes: "Bud ... Weis ... Er." Eles são, então, ingeridos por um jacaré que rosna "Coors!"[4] A sugestão de Homer, para que ele e Bart forjem um encontro alienígena e o vendem para a rede Fox é uma alusão a farsa Alien Autopsy.[7] Quando Homer relata sua experiência ao Chefe Wiggum, ele lembra que o alienígena tem uma doce voz, celestial e aparece sexta-feira à noite "como Urkel", personagem da comédia Family Matters, da ABC/CBS.[7]
Em sua exibição original, "The Springfield Files" terminou como o vigésimo sexto programa mais assistido do horário nobre da televisão Americana na semana entre 6 e 12 de Janeiro de 1997, recebendo uma quota de 11.7 pontos, o que representa cerca de 11,3 milhões de domicílios e 20,9 milhões de telespectadores, segundo o instituto Nielsen.[10] Foi o terceiro programa mais assistido da Fox naquela semana, sendo superado apenas por Arquivo X e a estreia da série King of the Hill.[11]
Al Jean e Mike Reiss venceram o prêmio Annie na categoria de Melhor Realização Individual pelo seu trabalho no episódio.[12] Os autores do livro I Can't Believe It's a Bigger and Better Updated Unofficial Simpsons Guide, Warren Martyn e Adrian Wood, disseram que [o episódio] é "muito inteligente, com alinhamento de umas das melhores piadas visuais em anos."[2] IGN.com classificou o desempenho de Leonard Nimoy neste episódio, e em "Marge vs. the Monorail", como o 11º melhor convidado especial na história do show.[13] Nathan Ditum, do Total Film, classificou as performances de Duchovny e Anderson como a quarta melhor da história do show.[14] Skeptical Inquirer também analisou o episódio de forma positiva.[7] Critic Chris Knight especula que, se Arquivo X é um dia esquecido, aqueles que vêem este episódio provavelmente ainda apreciam a cena com ALF, Chewbacca, e Marvin, o Marciano.[15]