Além de escrever sobre a América Latina, Skidmore especializou-se em temas brasileiros. Negou ter atuado como agente da CIA, suspeita de parte da intelectualidade brasileira.[2][3][4]
Skidmore dedicou grande parte de sua carreira acadêmica ao estudo do Brasil e da América Latina. Ele foi professor emérito de História na Brown University, onde lecionou por muitos anos. Skidmore foi um dos pioneiros no campo dos estudos brasileiros nos Estados Unidos, e sua obra influenciou gerações de estudiosos da história e da política brasileira.
Skidmore se graduou em Ciência política e Filosofia pela Universidade Denison em 1954. Motivado por um profundo interesse em História e pela crescente importância da América Latina no cenário global, ele prosseguiu seus estudos, obtendo mestrado em História pela Universidade Oxford em 1959 e doutorado em História Moderna Europeia pela Universidade Harvard em 1960.
Em 1969, Skidmore publicou seu obra chamada "Brasil: De Getúlio a Castello", que rapidamente se tornou referência no meio acadêmico. Através de uma análise rigorosa e abrangente, o livro explorou a complexa trajetória política brasileira desde o Estado Novo de Getúlio Vargas até a ditadura militar de Castelo Branco. Era fluente em português, espanhol e francês, foi membro da Academia Brasileira de Ciências Sociais.
Lecionou em português para alunos brasileiros e estrangeiros. Orientou diversos estudantes de mestrado e doutorado que se tornaram importantes historiadores do Brasil. Ao longo de sua carreira prolífica, Skidmore publicou diversos outros livros e artigos sobre a história brasileira, abordando temas como a formação do Estado, as relações de poder, as desigualdades sociais e os movimentos sociais. Entre suas obras mais notáveis, destacam-se:
Skidmore publicaria em 1988 o livro "Brasil: De Castello a Tancredo", uma continuação que cobre o período entre o golpe e a morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985.
Dois momentos em sua carreira evidenciam sua relação próxima com o Brasil: um, em 1970, quando redigiu uma carta, com outros intelectuais norte-americanos, contra a prisão do historiador marxista brasileiro Caio Prado Júnior, por autoridades do governo militar;[1] o outro, em 1984, quando, após um seminário, foi intimado a depor no Departamento de Polícia Federal; ameaçado de deportação, foi defendido por diversos intelectuais brasileiros.[1]
Numa entrevista realizada em 2012, revelou que soube do golpe de 1964 com um dia de antecedência, informação que ocultou nos livros e também nos diários que escreveu sobre o Brasil - consultados pelo jornal Folha de S.Paulo dias antes da visita, na Universidade Brown.[3][4]
O historiador se retirou da vida pública em novembro de 2009, quando passou a viver em um asilo em Westerley, onde enfrentou o Alzheimer e a síndrome do pânico.[3]
Morreu aos 83 anos, em 11 de junho de 2016, dois dias depois de sofrer um ataque cardíaco.[5]
É um estudo sobre as ideias raciais e nacionais que moldaram a sociedade brasileira entre o final do século XIX e o início do século XX. Publicado originalmente em 1973, o livro se tornou um clássico da historiografia brasileira e continua sendo uma referência importante para entender as raízes do racismo no país.
O livro se destaca por:
Análise rigorosa: Skidmore baseia sua análise em uma pesquisa meticulosa de diversas fontes, incluindo escritos de intelectuais, políticos e cientistas da época, além de jornais, revistas e documentos governamentais.
Visão abrangente: O autor examina as diferentes correntes de pensamento sobre raça e nacionalidade no Brasil, desde o positivismo e o darwinismo social até as ideias de mestiçagem e assimilação.
Contexto histórico: Skidmore situa as ideias raciais e nacionais no contexto social, político e econômico da época, destacando a influência da escravidão, da imigração europeia e da busca por uma identidade nacional.
Impacto duradouro: O autor analisa como as ideias raciais e nacionais do período continuam a influenciar a sociedade brasileira até hoje.
Alguns dos principais pontos abordados no livro:
A ascensão do racismo científico: Skidmore examina como as teorias raciais da época, baseadas em pseudociência, foram utilizadas para justificar a inferioridade dos negros e a superioridade dos brancos.
O mito da democracia racial: O autor analisa a construção do mito da "democracia racial" no Brasil, que mascara as desigualdades raciais e nega a existência do racismo.
As ideias de mestiçagem e assimilação: Skidmore examina as diferentes visões sobre a miscigenação racial no Brasil, desde a ideia de que a miscigeração levaria à "branqueamento" da população até a defesa da valorização da diversidade cultural.
O papel das elites brasileiras: O autor analisa como as elites brasileiras utilizaram as ideias raciais e nacionais para manter seu poder e status social.
As raízes do racismo brasileiro: Skidmore identifica as raízes do racismo estrutural no Brasil, que se baseia em leis, políticas e práticas discriminatórias.
"Preto no Branco" é um livro essencial para entender as complexas relações raciais no Brasil. A análise rigorosa de Skidmore, aliada à sua escrita clara e acessível, torna o livro uma leitura obrigatória para estudantes, pesquisadores e qualquer pessoa interessada na história e na sociedade brasileira.
Além dos pontos mencionados acima, o livro também destaca:
A influência do pensamento europeu nas ideias raciais brasileiras.
As diferentes reações ao racismo por parte da população negra e mestiça.
O papel da Igreja Católica nas discussões sobre raça e nacionalidade.
As contradições entre as ideias raciais e a realidade da sociedade brasileira.
Os desafios para superar o racismo no Brasil.
O livro de Skidmore continua sendo uma referência importante para os estudos sobre raça e relações raciais no Brasil. Sua análise profunda e abrangente das ideias raciais e nacionais do período entre 1870 e 1930 o torna um livro essencial para entender as raízes do racismo estrutural no país e para pensar em alternativas para uma sociedade mais justa e igualitária.
Um livro crucial para compreender a história brasileira do século XX. Publicado pela primeira vez em 1974, o livro oferece uma análise abrangente e profunda do período entre a Revolução de 1930 e o golpe militar de 1964.
O livro se destaca por:
Visão abrangente: Skidmore examina os aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais desse período crucial da história brasileira.
Pesquisa meticulosa: O autor baseia sua análise em diversas fontes, incluindo documentos governamentais, entrevistas, pesquisas acadêmicas e até mesmo sua própria experiência vivendo no Brasil durante a década de 1960.
Análise equilibrada: Skidmore se esforça para apresentar uma visão imparcial dos eventos, reconhecendo as diferentes perspectivas e interpretações do período.
Clareza e acessibilidade: O livro é escrito de forma clara e acessível, tornando-o ideal para um público amplo, incluindo estudantes, pesquisadores e o público em geral.
Alguns dos principais pontos abordados no livro:
Ascensão e queda de Getúlio Vargas: Skidmore analisa os três governos de Vargas (1930-1945, 1950-1954 e 1954-1955), incluindo suas políticas populistas, nacionalistas e autoritárias.
A Era Vargas e seus impactos: O autor examina os impactos duradouros do varguismo na sociedade, política e economia brasileiras.
A democratização após 1945: Skidmore analisa o processo de democratização após a queda de Vargas em 1945, incluindo a formação de novos partidos políticos e a realização de eleições livres.
As crises dos anos 1950 e 1960: O autor examina as crises políticas, sociais e econômicas que levaram ao golpe militar de 1964.
O golpe militar de 1964: Skidmore analisa as causas e consequências do golpe militar, que marcou o início de um regime autoritário no Brasil.
"Brasil: De Getúlio a Castello" é considerado um clássico da historiografia brasileira. O livro foi traduzido para diversos idiomas e recebeu elogios de críticos e estudiosos por sua análise rigorosa, visão abrangente e escrita clara. É leitura essencial para qualquer pessoa interessada em compreender a história moderna do Brasil.
Além dos pontos mencionados acima, o livro também destaca:
A complexa relação entre Getúlio Vargas e as classes populares.
O papel dos militares na política brasileira.
As tensões entre as elites tradicionais e os movimentos sociais.
O livro de Skidmore continua sendo uma referência importante para os estudos sobre a história brasileira do século XX. Sua análise profunda e abrangente do período entre 1930 e 1964 o torna um livro essencial para estudantes, pesquisadores e o público em geral.
O livro "Brasil: De Castello a Tancredo", do autor Thomas E. Skidmore, oferece uma análise abrangente e profunda do período entre o golpe militar de 1964 e a posse do presidente Tancredo Neves em 1985.
Aclamado como um dos trabalhos mais importantes sobre a história brasileira contemporânea, o livro se destaca por:
Visão abrangente: Skidmore examina os aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais desse período crucial da história brasileira.
Análise rigorosa: O autor baseia sua análise em uma pesquisa meticulosa, utilizando diversas fontes, incluindo documentos governamentais, entrevistas e trabalhos acadêmicos.
Neutralidade: Skidmore se esforça para apresentar uma visão imparcial dos eventos, reconhecendo as diferentes perspectivas e interpretações do período.
Clareza e acessibilidade: O livro tenta ser escrito de forma clara e acessível, tornando-o ideal para um público amplo, incluindo estudantes, pesquisadores e o público em geral.
Eis alguns dos principais pontos abordados no livro:
As origens do golpe militar de 1964: Skidmore analisa os fatores políticos, sociais e econômicos que levaram ao golpe, incluindo a crise política da década de 1960, o crescimento da esquerda e a influência dos Estados Unidos.
O regime militar: O autor examina em detalhes as políticas e ações do regime militar, incluindo a repressão política, o "milagre econômico" e a abertura gradual do regime na década de 1980.
A luta pela redemocratização: Skidmore descreve os movimentos sociais e políticos que lutaram pela redemocratização do Brasil, incluindo a Igreja Católica, os movimentos estudantis e os trabalhadores.
A posse de Tancredo Neves: O livro culmina com a análise da eleição e posse de Tancredo Neves em 1985, marcando o fim do regime militar e o início da Nova República.
"Brasil: De Castello a Tancredo" é uma obra fundamental para a compreensão da história recente do Brasil. O livro oferece uma análise profunda e equilibrada de um período complexo e turbulento, e é leitura essencial para qualquer pessoa interessada na história brasileira contemporânea.
Além dos pontos mencionados acima, o livro também destaca:
A importância da atuação das Forças Armadas no processo político brasileiro.
As tensões entre os diferentes setores da sociedade brasileira durante o regime militar.
Os desafios da redemocratização do Brasil.
O livro de Skidmore é uma referência importante para os estudos sobre a história brasileira contemporânea. Sua análise rigorosa, visão abrangente e escrita clara o tornam um livro essencial para estudantes, pesquisadores e o público em geral.
Entrevista de Thomas Skidmore no programa Roda Viva da TV Cultura, em 30 de maio 1988. O historiador comenta o cenário político, econômico e social do Brasil à época da promulgação da nova Constituição e do lançamento de seu livro Brasil: de Castelo a Tancredo