O torbanito, também conhecido como carvão de algas, é uma variedade de xisto betuminoso preto de grão fino. Usualmente ocorre como massas lenticulares, às vezes associada com depósitos de carvão do período permiano.[1][2] A torbanite é classificada como um tipo de xisto betuminoso de planície lacustre.[3]
O torbanito tem seu nome por conta de Torbane Hill, perto de Bathgate, na Escócia, seu principal local de ocorrência.[4] Outros grandes depósitos também são encontrados na Pensilvânia e em Ilinóis, nos Estados Unidos, na província sul-africana de Transvaal e também em Nova Escócia, no Canadá.[1][4] O maior depósito australiano é encontrado na Bacia de Sidney, no estado de New South Wales (mais especificamente na vila Glen Davis).[5]
A máteria orgânica no torbanito é derivada de uma microscópica planta rica em lipídios, que continua parecida com a aparência da alga verde Botryococcus braunii.[1][2][4] Essa evidência, mais os hidrocarbonetos extracelulares produzidos pela alga, têm levado os cientistas a enxergar a alga como uma fonte de torbanito permiano[6] e um possível produtor de biocombustíveis.[7] O torbanite consiste de pequenas quantidades de vitrinite e inertinite; contudo, sua ocorrência pode variar dependendo do depósito.[4]
Geralmente o torbanito é formado por 88% de carbono e 11% de hidrogênio.[1] A parafina líquida pode ser destilada de alguns tipos de torbanito, um processo descoberto e patenteado por James Young, em 1851.
Referências
- ↑ a b c d Yen, Teh Fu; Chilingar, George V. (1976). Oil Shale. Amsterdam: Elsevier. pp. 4–5; 28. ISBN 9780444414083. Consultado em 6 de julho de 2009
- ↑ a b Lee, Sunggyu (1990). Oil Shale Technology. [S.l.]: CRC Press. p. 20. ISBN 9780849346156. Consultado em 11 de maio de 2008
- ↑ Hutton, A.C. (1987). «Petrographic classification of oil shales». Elsevier. International Journal of Coal Geology. 8 (3): 203–231. doi:10.1016/0166-5162(87)90032-2
- ↑ a b c d Dyni, John R. (2003). «Geology and resources of some world oil-shale deposits (Presented at Symposium on Oil Shale in Tallinn, Estonia, 18 de novembro-21, 2002)» (PDF). Estonian Academy Publishers. Oil Shale. A Scientific-Technical Journal. 20 (3): 193–252. ISSN 0208-189X. Consultado em 17 de junho de 2007
- ↑ Brian Ayling. «Shale mining relics at Airly, Genowlan Creek and Torbane, NSW». Consultado em 30 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Meuzelaar, Henk L. C.; Windig, Willem; Futrell, Jean H.; Harper, Alice M.; Larter, Steve R. (1986). «Pyrolysis mass spectrometry and multivariate analysis of several key world oil shale kerogens and some recent alginites». In: Aczel, Thomas. Mass spectrometric characterization of shale oils: a symposium. Philadelphia: ASTM International. pp. 81–105. ISBN 9780803104679. Consultado em 6 de julho de 2009
- ↑ Lee, Robert E. (1999). Phycology 3 ed. Cambridge, [England]: Cambridge University Press. pp. 246–247. ISBN 9780521638838