Toul Omry | |
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Cartaz promocional | |
Em francês | Toute ma vie |
Em inglês | All My Life |
Egito 2008 • cor • 120 min | |
Gênero | drama |
Direção | Maher Sabry |
Produção | Maher Sabry |
Roteiro | Maher Sabry |
Elenco | Mazen Nassar Jawa Ayman Julian Gonzalez Esparza Mehammed Amadeus Christopher White Yousef El Shareif Travis Creston Munir Bayyari |
Música | Ilyas Iliya |
Cinematografia | Maher Mostafa |
Edição | Maher Sabry |
Companhia(s) produtora(s) | Maraia Film Egyptian Underground Film Society |
Distribuição | Les Films de l'Ange (França) |
Lançamento |
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Idioma | árabe |
Toul Omry (em francês: Toute ma vie; em inglês: All My Life) é um filme egípcio dirigido por Maher Sabry. Destacou-se como o primeiro filme a falar sobre o tema da homossexualidade e a situação dos homossexuais no Egipto. Ainda que se trate de uma obra de ficção, Sabry esforçou-se em usar influências da vida real baseadas nas suas próprias experiências em 2001, durante o escândalo do Cairo 52 para manter precisa a representação das condições dos homossexuais no Egipto.
O filme estreou-se no Frameline Film Festival em São Francisco em junho de 2008.[1]
Enquanto anteriormente no cinema egípcio as personagens gay tinham visibilidade geralmente em papéis de menor importância, como em The Bathhouse of Malatily (1973), Alexandria … Why? (1978), Mendiants et Orgueilleux (1991), Marcides e, mais recentemente, ʿImārat Yaʿqūbīān or Omaret Yakobean (2007), All My Life foi o primeiro filme totalmente gay a ser estreado.
O xeque Nasr Faryd Wasel, ex-Mufti de Egipto, pediu a destruição do filme, dizendo que "estes filmes são a porta para a libertinagem", à comissão do proibido por Alá e propagar desviados comportamentos sociais".[2][3] Ainda que tenha expressado o seu desejo de que o filme fosse suprimido, o mesmo se projectou em vários festivais de cinema ao redor do mundo em cidades como São Francisco, Nova York, Atenas, Melbourne, Sydney, Bangalore e Liubliana.
O Dr. Zeyn il-Abedyn, Director do Programa Egipto Contra a SIDA, disse que o filme era "um golpe doloroso para todos nossos esforços para combater a propagação do HIV." Numa entrevista com Arabiya.net declarou que "a prática sexuais anti-naturais estão em segundo lugar somente atrás das transfusões de sangue como causa provável de infecção desta doença", enquanto a sociedade de Cinema Underground Egípcio (EUFS nas suas siglas em inglês) respondeu que é um "claro envolvimento de que o HIV/AIDS só infectam os homens homossexuais."[4] O EUFS continuou dizendo: "Pelo que isto implica, ele ignora completamente o facto científico; as estatísticas têm demonstrado que a SIDA também afecta os heterosexuais e os meninos. Em vez de aumentar a sensibilização pública sobre o sexo seguro, tais afirmações são enganosas e criam uma falsa sensação de segurança; criam uma crença popular de que a SIDA infecta uma determinada classe de pessoas, que leva à ilusão de segurança que, por sua vez, conduz à propagação da doença".
Com respeito às respostas das figuras muçulmanas conservadoras, Maher Sabry disse: "não me surpreende que isto tenha sucedido. Esperava-se, no entanto, e segue sendo doloroso para mim, porque é uma indicação do quão atrasados nos convertemos. Agora estamos a viver numa época cultural de regressão, uma idade onde os dissidentes, os candidatos presidenciais e as minorias religiosas são arrojados. Pretendemos emular a civilização Islâmica; mas se a gente que construiu a civilização estivesse viva hoje, teriam pronunciado fátuas na contramão deles, e seus livros e outras obras seriam queimadas."[4]
Em 2011, All My Life ganhou o Prémio do Público na categoria Característica Narrativa no 7º Festival de Cinema FACE a FACE.[5][6] O festival realiza-se em Saintt Étienne, na França, com a missão de promover atitudes positivas para a homossexualidade através da arte e da cultura.