Montreal é uma cidade onde o transporte público é bem desenvolvido. De fato, em 2003, em torno de 33% da população ativa declarou utilizá-lo para ir ao trabalho, 52,5% usando o carro (4,3% como passageiro) e 8,2% a pé.[1] Em 2006, o uso do automóvel passou a 68%, o transporte público para 22% e o transporte ativo (a pé, bicicleta) para 10% segundo a ASSSM[2]. Apesar do bom sistema de transporte público, a taxa de utilização é mais baixa em relação a países como Suécia (41%), Dinamarca (46%) e Holanda (46%); mas mais alta que nos Estados Unidos (7%).
No plano de qualidade do ar, medido pelo índice IQA, a rede rodoviária é responsável por 73% das emissões de monóxido de carbono, tendo o transporte aéreo uma representatividade de apenas 4%. Esta baixa taxa para o transporte aéreo é devida às exigentes normas de controle governamental para este meio de transporte. Ainda segundo a ASSSM, a mortalidade relacionada a poluição do ar chega a 1.500 pessoas por ano.
O transporte público de Montreal é gerenciado pela Société de transport de Montreal (STM). Esta rede inclui ônibus e metrôs. Os serviços de trem são administrados por outra companhia, a AMT.
O porto de Montreal, situado a margem do rio São Lourenço, ao sudeste da ilha, é o segundo porto mais importante do Canadá, atrás apenas do porto de Vancouver. Em relação ao tráfego de contêineres, é o maior do país. Ele recebe grandes navios oceânicos e também barcos menores com destino aos Grandes Lagos. Em 2010, mais de 40.000 passageiros transitaram pelo porto, assim como mais de 26 milhões de toneladas de mercadorias.[3][4]
A empresa Via Rail, cuja sede localiza-se em Montreal desde 1984,[5] é responsável pela rede de trens para passageiros para outras cidades canadenses como Quebec, Ottawa e Toronto.[6]
As empresas Chemin de fer Canadien Pacifique (CFCP) e Compagnie des chemins de fer nationaux du Canada (CN) exploram os serviços de transporte ferroviário de carga doméstico e também os com destinos aos Estados Unidos.
Montreal é servida por uma rede de trens de periferia que comporta atualmente seis linhas:
Ligne Deux-Montagnes ;
Ligne Vaudreuil–Hudson ;
Ligne Saint-Jérôme ;
Ligne Mont-Saint-Hilaire ;
Ligne Candiac ;
Ligne Mascouche.
Seis estações efetuam a conexão com a rede de metrô: Lucien-L'Allier, Vendôme, Bonaventure, Parc, Sauvé e Dela Concorde.
As tarifas são fixadas em função das zonas específicas, indo de 1 a 8, segundo a distância do centro da cidade. Para utilizar os trens de periferia, os usuários devem portar o cartão TRAIN ou um tíquete-trem (zonas 4 a 8). Os usuários podem igualmente portar um cartão TRAM (zonas 1 a 8) ou um tíquete (zonas 1 a 3), dando acesso adicional aos ônibus e metrôs de Montreal.
A linha Mascouche, originalmente linha do Trem do Leste, foi inaugurada em 1º de dezembro de 2014.[8]
Estações ferroviários patromônio:
A estação Central, sobre o boulevard René-Lévesque, designada em 1995;
A estação Windsor, sobre a avenida dos Canadiens-de-Montreal, designada em 1990.
A cidade é servida por uma rede de metrô inteiramente subterrânea que conta atualmente com 68 estações que se estendem por 71 km.[9] No primeiro trimestre de 2011, o metrô transportou uma média de 1.111.700 passageiros por dia.[10] Esta rede liga a ilha de Montreal ao sul do rio São-Lourenço e ao norte na cidade de Laval. Ela é gerenciada pela STM (Société de transport de Montréal).
Inaugurada em 1966[9] para a Exposição Mundial que ocorreu no ano seguinte, este foi o primeiro metrô do mundo a utilizar um sistema de rolagem pneumática, ao contrário de trilhos de metal. Ele foi inspirado na rede de metrô de Paris, com colaboração de engenheiros da RATP e da Michelin.
Montreal foi pioneira na instalação de arte pública nas estações. Em quase todas, figuram centenas de obras de arte nos corredores e plataformas. Estas obras incluem pinturas, esculturas e murais de artistas famosos.[11]
A rede de ônibus de Montreal é bastante desenvolvida[12] e conta com 169 linhas durante o dia e 20 trajetos noturnos. Em 22 de novembro de 1919 foi inaugurado a primeira linha de ônibus de Montreal, na rua Saint-Etienne, sendo o antigo acesso principal da ponte Victoria.
Um translado operado pela STM (Société de transport de Montreal) liga o aeroporto Pierre-Elliott-Trudeau ao centro de Montreal, pela estação central Berri-UQAM. Este ponto é igualmente o centro principal de chegadas e partidas de outros ônibus com destinos a diferentes regiões de Quebec, do Canada e dos Estados Unidos.
A ilha de Montreal comporta numerosos acessos rodoviários importantes. A rodovia 640 é designada como a rota de desvio ao norte, permitindo evitar de atravessar a cidade. Entretanto, ela não está completa, já que ainda não foi ligada a estrada principal 40 na sua extremidade.[13]
A rodovia 720, cravada diretamente abaixo dos arranhas-céu do distrito financeiro e do bairro internacional, é também conhecida sob o nome de estrada-túnel Ville-Marie. Sua construção marcou uma etapa importante da história do desenvolvimento do centro da cidade de Montreal. Ela começa a partir da estrada 15 ao oeste do centro e permite evitar os inúmeros semáforos da cidade e desemboca ao leste, sobre a rua Notre-Dame que beira o rio e leva até a extremidade leste da ilha de Montreal.
Contrariamente do reste de Quebec e de boa parte da América do Norte, as curvas a direita no farol vermelho são proibidas em toda a ilha de Montreal.[14]
Montreal é uma ilha no meio de três cursos de água que não são acessíveis ao resto do continente, a não ser pelas inúmeras pontes e túneis. A rede viárias e ferroviária se comunica com o norte e sul por 27 pontes e túneis, permitindo o movimento de passageiros e mercadorias através dos rios. O tráfego das pontes, suas condições, qualidade e manutenção são temas de muita polêmica da opinião pública.
Em 2005, o governo anunciou a intenção de construir uma nova ponte para ligar a rodovia 25 até Laval, com a ajuda de parceiros público-privados. Esta construção é alvo de críticas de ambientalistas, que preferem o investimento em transporte público no lugar de novas pontes.[15]
A ponte Champlain, que está em condições precárias e leva a um alto custo de manutenção já tem seu fim decretado. Uma nova ponte mais moderna está sendo construída em seu lugar e ficará pronta até 2018. Quando a nova ponte estiver aberta ao pública, a ponte Champlain será demolida.
Montreal possui mais de 420 pedidos em espera e em torno de 4.400 táxis gerenciados por 23 associações. Cada ano, em torno de 37 milhões de corridas são feitas em táxis. Em janeiro de 2012, a tarifa era de $ 3,45 de base, sendo aumentada em $ 1,70 para cada quilômetro rodado. Adicionais de $ 0,63 por minutos de espera são aplicados.
Existe também uma tarifa especial para o aeroporto Pierre-Elliott-Trudeau, que consiste em uma tarifa de $ 40 por corrida ao centro. A duração do trajeto é de 20 minutos.
Para assegurar a fluidez da circulação dos táxis, eles são autorizados a circular em certas vias reservadas.
Montreal possui uma rede de ciclovias de mais de 650 km,[16] desenvolvida sobretudo no sudoeste da ilha. A rede é ligada a rota verde de Quebec, itinerário de ciclovias que chegará ao seu término em 4.300 km, fazendo este o maior itinerário de ciclovias das Américas.
Montreal possui desde maio de 2009, uma rede de bicicletas para locação chamada BIXI (contração de bicicleta e táxi). Quando colocada em operação em 2009, a rede contava com 3.000 bicicletas e 300 estações instaladas[17].
Para as pessoas que necessitam de um veículos de forma pontual, a cidade dispõe de vários serviços de locação e compartilhamento de carros.
Entre as empresas de compartilhamento, há a Communauto e a Amigo Express. Para locação, grandes empresas como Hertz, Avis e Budget estão localizadas na cidade.
Estacionar o carro nas ruas de Montreal pode ser complicado, já que as vagas são escassas, principalmente no centro. Estacionamentos públicos e privados podem ser encontrados e os preços costumam ser alto.
↑Louis-Gilles Francœur, « Montréal victime de l’auto - Les autorités proposent un sérieux coup de barre pour protéger la santé publique », Le Devoir, , A1 et A10