Transteísmo

Transteístico é um termo cunhado pelo filósofo Paul Tillich ou Indologista Heinrich Zimmer, referindo-se a um sistema de pensamento ou filosofia religiosa que não é nem teísta, nem ateísta,[1]

Zimmer usa o termo para o sistema teológico do Jainismo que é teísta no limitado sentido de que os deuses existem, mas tornam-se irrelevantes como por que são transcendidos pela moksha (isto é, um sistema que não é não-teísta mas em que os deuses não são os mais elevados exemplo espirituais). Zimmer (1953, p. 182) usa o termo para descrever a posição das Tirthankaras de ter passado "além dos governadores piedosos da ordem natural".

Mais recentemente o termo foi aplicado ao Budismo[2] Advaita Vedanta[3] e o movimento Bhakti.[4]

Nathan Katz em Buddhist and Western Philosophy (1981, p. 446) assinala que o termo "transpoliteístico" seria mais preciso, uma vez que implica que os deuses politeístas não são negados ou rejeitados mesmo após o desenvolvimento de uma noção de Absoluto que os transcende, mas critica a classificação como caracterizando o mainstream pela periferia: "é como categorizar o catolicismo romano como um bom exemplo de não Nestorianismo". O termo é de fato informado pelo fato de que o desenvolvimento correspondente no Ocidente, o desenvolvimento do monoteísmo não "transcende" o politeísmo, mas o abandona, enquanto que no mainstream das religiões indianas a noção de "deuses" (deva) nunca foi elevado ao status de "Deus" ou Ishvara, ou o Absoluto Brahman, mas adotaram papeis impessoais comparável aos anjos no. "Transteismo", de acordo com a crítica de Katz, é, então, um artefato de religião comparada.

Paul Tillich usa transteístico em The Courage to Be (1952), como um aspecto de estoicismo. Tillich afirmou que o estoicismo e Neoestoicismo:

são a maneira pela qual algumas das figuras mais nobres da antiguidade e seus seguidores nos tempos modernos respondem ao problema da existência e conquistam a ansiedade do destino e da morte. O estoicismo, nesse sentido, é uma atitude religiosa básica, seja ela em formas teístas, ateísticas, ou transteísticas.[5]

Tal como Zimmer tentando expressar uma noção religiosa que não é nem teísta nem ateísta. No entanto, o teísmo que está sendo transcendido no estoicismo de acordo com Tillich não é politeísta como o jainismo, mas monoteísta, perseguindo um ideal de coragem humana que se emancipou de Deus.

A coragem de assumir a insignificância em si mesmo pressupõe uma relação com a base do ser, é o que temos chamado de "fé absoluta". É sem conteúdo especial, mas ao mesmo tempo não é sem conteúdo. O conteúdo da fé absoluta é o "Deus acima de Deus." A fé absoluta e sua conseqüência, a coragem que leva a dúvida radical, a dúvida a respeito de Deus, em si mesmo, transcendem a ideia teísta de Deus.[6]

Martin Buber criticou a posição de Tillich como uma redução de Deus para o impessoal "ser necessário" de Tomás de Aquino.[7]

Referências

  1. Nos escritos publicados, o termo aparece em 1952 por Tillich e em 1953 por Zimmer. Uma vez que os dois se conheciam pessoalmente é impossível dizer qual deles cunhou o termo. Note-se que o termo transteísmo é evitado por ambos.
  2. Antonio Rigopoulos, The Life and Teachings of Sai Baba of Shirdi (1993), p. 372; J. L. (Ed) Houlden, Jesus: The Complete Guide (2005), p. 390
  3. Steven T. Katz, Mysticism and Sacred Scripture, Oxford University Press (2000), p. 177 ; Pulasth Soobah. Roodurmun, Kanshi Ram, Bhāmatī and Vivaraṇa Schools of Advaita Vedānta, Motilal Banarsidass (2002), p. 172
  4. Werner Karel, Love Divine: Studies in Bhakti and Devotional Mysticism (1993), p. 153
  5. Writings on Religion, Walter de Gruyter (1988), p. 145.
  6. Paul Tillich. Theism Transcended (Yale: CT 1952) 185-190, in the Courage to Be, in the Essential Tillich: an anthology of the writings of Paul Tillich, ed. F. Forrester Church (Macmillan: NY 1987) 187-190
  7. Novak, David (primavera de 1992), «Buber and Tillich», Journal of Ecumenical Studies, 29 (2): 159-74 
    As reprinted in: Novak, David (2005), Talking With Christians: Musings of A Jewish Theologian, Wm. B. Eerdmans Publishing, p. 101