USS Hawaii | |
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![]() O casco incompleto do Hawaii em 20 de junho de 1959 | |
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Operador | Marinha dos Estados Unidos |
Fabricante | New York Shipbuilding |
Homônimo | Território do Havaí |
Batimento de quilha | 20 de dezembro de 1943 |
Lançamento | 3 de novembro de 1945 |
Número de registro |
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Destino | Desmontado |
Características gerais (como projetado) | |
Tipo de navio | Cruzador de batalha |
Classe | Alaska |
Deslocamento | 34 803 t (carregado) |
Maquinário | 4 turbinas a vapor 8 caldeiras |
Comprimento | 246,43 m |
Boca | 27,76 m |
Calado | 9,7 m |
Propulsão | 4 hélices |
- | 150 000 cv (110 000 kW) |
Velocidade | 33 nós (61 km/h) |
Autonomia | 12 000 milhas náuticas a 15 nós (22 000 km a 28 km/h) |
Armamento | 9 canhões de 305 mm 12 canhões de 127 mm 56 canhões de 40 mm 34 canhões de 20 mm |
Blindagem | Cinturão: 127 a 229 mm Convés: 97 a 102 mm Torres de artilharia: 130 a 325 mm Torre de comando: 270 mm |
Aeronaves | 4 hidroaviões |
Tripulação | 1 517 |
O USS Hawaii foi um cruzador de batalha planejado pela Marinha dos Estados Unidos e a terceira embarcação da Classe Alaska, depois do USS Alaska e USS Guam, e seguido pelo Philippines, Puerto Rico e Samoa. Sua construção começou em dezembro de 1943 nos estaleiros da New York Shipbuilding e foi lançado ao mar em novembro de 1945, porém ele foi cancelado incompleto em 1947. Pela década seguinte houve várias propostas para convertê-lo em um porta-aviões, um cruzador de mísseis guiados ou navio de comando, mas nenhuma foi levada adiante e ele foi desmontado em 1960.
O Hawaii tinha 246,43 metros de comprimento de fora a fora, uma boca de 27,76 metros e um calado de 9,7 metros. Seu deslocamento projetado seria de 30 257 toneladas, enquanto o deslocamento carregado seria de 34 803 toneladas.[1] Seu sistema de propulsão consistiria em oito caldeiras Babcock & Wilcox de tubos d'água que alimentariam quatro conjuntos de turbinas a vapor General Electric, cada uma girando uma hélice. A potência indicada seria de 150 mil cavalos-vapor (110 mil quilowatts), proporcionando uma velocidade máxima de 33 nós (61 quilômetros por hora). Sua autonomia seria de doze mil milhas náuticas (22 mil quilômetros) a quinze nós (28 quilômetros por hora).[1][2] Seria equipado com duas catapultas de aeronaves à meia-nau,[3] operando quatro hidroaviões Vought OS2U Kingfisher.[4] Sua tripulação teria 1 517 oficiais e marinheiros.[1]
O armamento principal consistiria em nove canhões Marco 8 calibre 50 de 305 milímetros montados em três torres de artilharia triplas, duas sobrepostas à vante e uma à ré. A bateria secundária seria de doze canhões de duplo propósito Marco 28 calibre 38 de 127 milímetros em seis torres de artilharia duplas, duas na linha central sobrepostas às torres principais, à vante e à ré, mais duas em cada lateral da superestrutura. A bateria antiaérea leve teria 56 canhões Bofors de 40 milímetros em montagens quádruplas e 34 canhões Oerlikon 20 de milímetros em montagens únicas. O cinturão principal de blindagem teria 229 milímetros de espessura na parte central do casco, onde protegia as salas de máquinas e depósitos de munição, afinando-se para 127 milímetros em cada extremidade. O convés principal teria 97 a 102 milímetros, enquanto a torre de comando teria laterais de 270 milímetros. As torres de artilharia principais teriam frentes de 325 milímetros, tetos de 130 milímetros, laterais de 133 a 152 milímetros e traseira de 133 milímetros.[1]
As construções dos quatro últimos membros da Classe Alaska foram suspensas em maio de 1942, antes mesmo de começarem. Isto liberou materiais e instalações para a construção de embarcações que poderiam ser completadas mais rapidamente para uso na Segunda Guerra Mundial.[5] Mais de quatro mil toneladas de aço que estavam destinadas ao Hawaii foram desviadas em julho para outros navios.[6] Entretanto, o Hawaii foi colocado de volta na fila de construção em 25 de maio de 1943.[7] Seu batimento de quilha ocorreu em 20 de dezembro de 1943 nos estaleiros da New York Shipbuilding Corporation em Camden, Nova Jérsei,[6] sendo lançado ao mar em 3 de novembro de 1945.[8][1] Foi batizado por Elizabeth P. Farrington, esposa de Joseph R. Farrington, o delegado do Território do Havaí na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.[8] Pouco trabalho foi feito no navio depois disso e a construção acabou paralisada em fevereiro ou abril de 1947,[5][6] resultado das reduções de gastos após o fim da guerra.[8] Foi estimado que o Hawaii estava na época 82,4 por cento completo.[5] As torres de artilharia da bateria principal tinham sido instaladas e a superestrutura estava quase completa,[6] porém as torres foram removidas quando a embarcação foi colocada na frota de reserva no Estaleiro Naval da Filadélfia.[5] O Hawaii foi removido do registro naval em 9 de junho de 1958,[6][8][9] sendo vendido em 15 de abril de 1959 para a Boston Metals Company. Foi rebocado para Baltimore, onde chegou em 6 de janeiro de 1960, sendo então desmontado.[9][10]
O Hawaii foi considerado em setembro de 1946 para conversão em uma plataforma de testes de mísseis guiados. Designado CB(SW), seu armamento passaria a ser de dezesseis canhões Marco 26 calibre 70 de 76 milímetros em oito montagens duplas. A maioria dos mísseis ficariam na proa, enquanto dois "fossos lançadores de mísseis" ficaram localizados próximos da popa. Nenhuma blindagem seria necessária e aquela que já tinha sido instalada seria removida.[6] Este plano nunca foi levado adiante e acabou cancelado.[8] Um plano parecido de conversão foi proposto dois anos depois. Designado SCB 26A, ele converteria o Hawaii em um navio de mísseis guiados balísticos. Ele receberia doze lançadores verticais de mísseis balísticos de curto alcance V-2 fabricados nos Estados Unidos e seis lançadores para mísseis de cruzeiro SSM-N-2 Triton.[11]
O Hawaii também foi considerado para conversão em um porta-aviões sob o projeto SCB 26, em que um guindaste de aeronaves e duas catapultas seriam adicionadas na popa. A conversão seria visualmente semelhante ao projeto dos porta-aviões alemães da Classe Graf Zeppelin.[12] O navio também seria capaz de lançar mísseis de cruzeiro JB-2 Loon a partir de uma catapulta hidráulica que seria instalada no convés de voo de vante. A conversão foi autorizada em 1948 e estava programada para ser finalizada em 1950, com seu número de registro sendo alterada para CBG-3 a fim de refletir as reformas. Entretanto, o projeto foi cancelado em 1949 junto com outros planos para navios de superfície armados com mísseis de cruzeiro, pois os combustíveis de foguete eram muito voláteis e os sistemas de orientação disponíveis na época não eram avançados o bastante.[11]
Outro projeto foi contemplado em agosto de 1951, desta vez para um "navio de comando grande", chamado SCB 83.[6] Seria semelhante ao USS Northampton, com espaços grandes para almirantes e suas equipes e sistemas de comunicação e radares para comandar forças tarefas de porta-aviões, porém não existiriam instalações para operações anfíbias.[6][12] O armamento seria de dezesseis canhões Marco 45 calibre 54 de 127 milímetros em torres de artilharia únicas,[12] pois o canhão calibre 50 de 76 milímetros foi considerado muito pequeno.[6] Os planos foram autorizados e seu registro alterado em 26 de fevereiro de 1952 para CBC-1.[8] Dinheiro para o projeto foi incluído no orçamento de 1952,[13] mas o único trabalho feito foi a remoção das torres de artilharia principais.[12] Entretanto, o projeto foi cancelado em 1953 quando foi percebido que um navio menor, o porta-aviões rápido USS Wright, poderia realizar a mesma função.[12][14] O número de registro original de CB-3 foi restaurado em 9 de setembro de 1954.[6][15]