Um videoensaio ou ensaio em vídeo (do inglês video essay) é um subgênero de conteúdo audiovisual que, situando-se entre o documentário e a ficção, desenvolve-se como um ensaio escrito, propondo uma discussão, opinião ou experiência audiovisual, com uma componente analítica[1]. Obras do gênero podem ser de natureza autorreferencial, trazendo reflexões sobre o meio fílmico em que operam[2]. Os videoensaios aproveitam a estrutura e a linguagem do cinema para desenvolver seus argumentos, e têm a sua origem no filme-ensaio.[3] [4] Embora o meio tenha suas raízes na academia, ele cresceu radicalmente em popularidade com a internet e o advento de plataformas de compartilhamento de vídeo, como o YouTube e o Vimeo.[5]
Embora a maioria desses vídeos seja destinada ao entretenimento, alguns argumentam que eles podem também ter um objetivo acadêmico.[6] Nas salas de aula, os videoensaios têm diversas aplicações educacionais, tais como iniciadores de conversas, oportunidades de visualização ativa, lições sobre direitos autorais e oportunidades de avaliação.[6] A maior parte dos conteúdos deste gênero abordam temas como cultura, mídia, cinema, jogos, literatura, arte, filosofia e política.[7]
Há exemplos citados frequentemente de produtores de videoensaios e séries de vídeos do gênero em língua inglesa, por mais que, nos últimos tempos, eles tenham começado a surgir com mais força também em língua portuguesa.
No cenário anglófono, o canal Every Frame a Painting, uma série sobre a gramática da edição cinematográfica, de Tony Zhou e Taylor Ramos, e Lindsay Ellis, uma crítica de mídia estadunidense, crítica de cinema, YouTuber e autora antes conhecida como The Nostalgia Chick. Sites como StudioBinder, MUBI e Fandor também têm escritores contribuintes que fornecem seus próprios videoensaios.[7][8][9][10][11]
Já no contexto do conteúdo lusófono, o canal no YouTube Mimimidias foi um dos primeiros a declaradamente explorar e discutir sobre o gênero no Brasil, conhecido na comunidade anglófona por video essay .[12] Hoje, há vários outros criadores de conteúdo que produzem vídeos neste formato, principalmente no YouTube. Dentre eles, canais crescentes são: Quadro em Branco, Isac Ness, Antídoto, Meteoro Brasil, Ludoviajante, EntrePlanos e Nautilus.[13]
Alguns já afirmaram que os ensaios de personalidades do YouTube, embora bem produzidos, podem ser conteúdos opinativos enganosos e a análise desses vídeos pode ser tomada como fato pelo espectador, graças às suas apresentações acadêmicas convincentes.[14]