Xavier de Monntépin nasceu em Apremont, Alta Saboia, filho de Henry Aymon de Montépin (1786-1876), um oficial da Guarda Real francesa (Garde Royale), que em 1873 foi feito membro da Legião de Honra.[4] Era sobrinho de Jules Aymond de Montépin, um destacado político da ala conservadora moderada que seria membro da Câmara dos Pares de França.
Terminada a sua edução básica na sua cidade natal, foi auditor da Ècole Nationale des Chartes. Terminados os estudos dedicou-se ao publicismo e ao jornalismo, ligado às correntes políticas conservadoras. Durante a Revolução Francesa de 1848 criou o jornal intitulado Le Canard e participou na redação de dois outros jornais contra-revolucionários, o Lampion e o Pamphlet.[5]
Paralelamente à sua actividade como jornalista, Xavier de Montépin foi produzindo romances, novelas e dramas históricos populares, em boa parte publicados em fascículos ou incluídos como folhetins em periódicos. Entre as suas obras incluem-se pelo menos um best-seller do século XIX, a obra intitulada La Porteuse de pain, aparecida em forma de folhetim no quotidiano Le Petit Journal no período de 15 de junho de 1884 a 17 de janeiro de 1885, que foi sucessivamente adaptada para o teatro, cinema e televisão.
Outra das suas obras, Le Médecin des pauvres ( ou O médico dos pobres), foi editado serializado de janeiro a maio 1861, no jornal ilustrado le journal illustré Les Veillées parisiennes, de Paris, é na realidade um plágio de uma novela histórica de Louis Jousserandot, um advogado republicano. Na sequência da publicação, Jousserandot e Montépin acusaram-se mutuamente nos tribunais, num processo que teve o seu epílogo no julgamento que ocorreu em janeiro de 1863. Os dois queixosos foram considerados sem razão e ambos condenados ao pagamento das custas judiciais. Mas o principal derrotado foi Jousserandot, o antigo proscrito republicano que teve muito pouca oportunidade de vitória contra o rico e famoso Xavier de Montépin, adulado pelos leitores e politicamente próximo do poder imperial do Segundo Império Francês.
Uma das suas obras, Les Filles de plâtre (As raparigas de gesso), publicada em 1855, ganhou foros de escândalo e em consequência Montépin foi condenado a três meses de prisão e multado em 500 francos em 1856, acusado de obscenidade.
Xavier de Montépin, como muitos outros autores de sucesso da sua época que produziam garnade número de romances em folhetim («ao quilómetro»),[6] recorria a um ou mais escritores fantasma (conhecidos em França por «nègre littéraire» (negros literários). No caso de Xavier de Montépin um dos escritores que para ele trabalhou foi Maurice Jogand.
De 1882 até falecer em 1902, viveu num grande prédio particular (hoje desaparecido) no n.º 12 da rue Adolphe-Yvon (16.e arrondissement de Paris).[7]
↑« Montépin ourdissait pour un même feuilleton tant d’intrigues si compliquées que sa plume s’y emberlificotait. Le Trombinoscope de Touchatout (1875, 4e volume, numéro 187) révèle — mais est-ce vrai ? — que pendant la publication des Tragédies de Paris dans le Figaro, “il envoya à M. de Villemessant un télégramme de détresse ainsi conçu : ‘Suis complètement embourbé, sais plus qu’ai fait de Sarriol ; ai mêlé enfants du prologue, me rappelle plus avec qui ai marié comte de Tréjean mois dernier. Envoyez secours.’ ” » (Roland de Chaudenay, Les plagiaires, Perrin, p. 209.)
Jules Martin: M. de Montépin (Xavier-Aymond, Comte). In: Nos auteurs et compositeurs dramatiques. Flammarion, Paris 1897, S. 410–412 (Textarchiv – Internet Archive, französisch).