Yoshiko Okada nasceu em Hiroshima e estudou no curso de Arte e Design da Universidade Joshibi.[1] Sua estreia cinematográfica se deu com o filme Dokuro no mai de Eizo Tanaka.[2][1]
Na década de 1930, Yoshiko Okada era uma atriz renomada, fazia turnês com os maiores diretores japoneses de sua época, como Kenji Mizoguchi, Yasujiro Ozu, Mikio Naruse e Heinosuke Gosho. Ozu, inspirado pela sua atuação em Mata au hi made (1932), afirmou: "Ela estava excelente e não há dúvida de que há algo sensual em seus olhos".[3]
Tendo se apaixonado pelo diretor comunista Ryōkichi Sugimoto, o casal preparou sua fuga do Japão imperialista e militarista para ingressar na URSS onde esperaram conquistar sua liberdade artística e viver um novo amor, já que ambos eram casados. Eles cruzaram a fronteira da província de Karafuto, na ilha de Sakhalin, em 3 de janeiro de 1938, mas foram rapidamente presos pela polícia soviética. Sugimoto foi executado como espião em 20 de outubro de 1939, e Yoshiko Okada foi condenada a dez anos de trabalhos forçados na gulag.[4]
Solta no final de 1947, Yoshiko Okada trabalhou como locutora de japonês na Rádio Moscou na transmissão de literatura e teatro russo.[5] Ela estudou na Academia Russa de Artes Teatrais e atuou pela primeira vez na URSS em 1959 na peça Onna no issho, do dramaturgo Kaoru Morimoto, que ela mesma havia traduzido para o russo.[5] A peça foi apresentada no Teatro Mayakovsky e teve enorme sucesso.[5]
Em 1961, Yoshiko Okada codirigiu, juntamente com o cineasta russo Boris Buneev, o filme Ten Thousand Boys (Десять тысяч мальчиков) destinado ao público infantil e não portando a imagem estereotipada dos japoneses como inimigos, geralmente transmitida pelos filmes soviéticos.[5] O elenco foi formado por atores japoneses residentes na URSS, como a própria Okada e seu marido Shintaro Takiguchi, além de outros atores soviéticos de origem asiática.[5]
Yoshiko Okada voltou a morar no Japão em 1972 e apareceu em peças teatrais e em alguns filmes, incluindo um episódio da série Otoko wa Tsurai yo em 1976 e no filme de 1978, Kōtei no inai hachigatsu, de Satsuo Yamamoto.[6] Graças a perestroika implanta pelo governo Gorbachev, ela retornou à URSS em 1986.[6]
Ela morreu em Moscou em 10 de fevereiro de 1992, onde posteriormente seus restos mortais foram enterrados no cemitério Tama, em Tóquio.[7]
Yoshiko Okada apareceu em mais de cinquenta filmes entre os anos 1923 a 1986.[2]