Zhāng Bǎozǎi | |
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Nascimento | 1783 Xinhui |
Morte | 1822 |
Cidadania | Dinastia Qing |
Cônjuge | Ching Shih |
Ocupação | pirata |
Cheung Po Tsai (Xinhui, Jiangmen, China, 1783 — 1822)[1] foi um pirata chinês que actuou nas imediações do delta do Rio das Pérolas no período 1800-1810, durante a Dinastia Qing,[2] sendo derrotado por forças macaenses na batalha da Boca do Tigre, um conjunto de combates navais que ocorreram nas proximidades de Macau no período de 15 de Fevereiro de 1809 a 21 de Janeiro de 1810.[3] O nome "Cheung Po Tsai" (chinês tradicional: 張保仔, chinês simplificado: 张保仔, pinyin: Zhāng Bǎozǎi, Wade–Giles: Chang Pao Tsai), que significa literalmente "Cheung Po, o jovem", foi transliterado para as línguas europeias de diversas formas, entre as quais Cam Pau Sai, Quan Apon Chay, Chang Pao e Zhang Bao.[4]
Zhāng Bǎozǎi era filho de um pescador da etnia Tanka (chinês tradicional: 蜑家, chinês simplificado: 疍家, pinyin: Dànjiā) que vivia em Xinhui, região de Jiangmen. Foi raptado pelo pirata Cheng I e pela sua esposa Ching Shih quando tinha 15 anos de idade. Foi adoptado pelos seus raptores, tendo subido rapidamente na hierarquia dos «piratas da bandeira vermelha», o grupo liderado pelos seus pais adoptivos. Quando Cheng I faleceu, manteve-se associada à sua mãe adoptiva, com quem eventualmente casaria, e assumiu a liderança do grupo.
No período durante o qual foi liderado por Zhāng Bǎozǎi, o bando dos «piratas da bandeira vermelha» concentrou a sua actividade na região do delta do Rio das Pérolas, em especial na costa de Guangdong (Cantão), e terá atingido mais de 50 000 seguidores, entre homens, mulheres e crianças, operando mais de 600 embarcações, com destaque para as lorchas e juncos.
Este bando pirata tinha como aliados os piratas capitaneados por Cai Qian, com que cooperaram até que estes foram vencidos e destruídos pelas forças navais imperiais da dinastia Qing, o que levaria Zhāng Bǎozǎi a procurar uma rendição negociada.
Após a derrota na batalha da Boca do Tigre, Zhāng Bǎozǎi conseguiu uma rendição negociada, entregando-se aos representantes do governo imperial em troca de uma vantajosa amnistia, passando a partir de 1810 a ocupar o posto de mandarim conselheiro da corte imperial e de coronel naval, comandando uma força naval do governo Qing enviada para as ilhas Penghu, muito longe do rio das Pérolas, com o objectivo de aí combater os piratas.[5]
Faleceu de causas desconhecidas aos 46 anos de idade.