Ácido anacárdico Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | Ácido 2-hidroxi-6-[(8Z,11Z)-pentadeca-8,11,14-trienil]benzóico |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
ChemSpider | |
MeSH | |
Propriedades | |
Fórmula molecular | C22H30O3 |
Massa molar | 342.4718 g/mol |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
O ácido anacárdico é um composto químico encontrado na casca da castanha de caju (Anacardium occidentale). Como ele está intimamente relacionado com urushiol, podendo também causar uma erupção cutânea alérgica em contato com a pele[1] conhecida como dermatite de contato induzida por urushiol. O acido anacárdico é um líquido amarelo. É miscível parcialmente em álcool e éter, mas quase imiscível em água. Quimicamente, o ácido anacárdico é uma mistura de vários compostos orgânicos intimamente relacionados. Cada um consiste de um ácido salicílico substituído com uma cadeia alquílica que tem 15 ou 17 átomos de carbono. O grupo alquila pode ser saturado ou insaturado. O ácido anacárdico é portanto uma mistura de moléculas saturadas e insaturadas. A mistura exata depende da espécie da planta.[2] da qual o a mistura encontrada no caju é muito letal para as bactérias Gram positivas.
Usado principalmente no tratamento de abcessos dentários, também é ativo contra acne, alguns insetos, tuberculose e SARM. Ela é encontrada principalmente na castanha de caju, mas também no fruto do caju, no óleo de casca de noz do caju, mas também em mangas e gerânios Pelargonium.[3]
A cadeia lateral com três ligações insaturadas provou ser a mais eficaz contra a Streptococcus mutans, a bactéria da cárie dentária, em experimentos de tubo de ensaio. O número de ligações insaturadas não teve influência na ação contra a Propionibacterium (bactéria da acne).[4] Pesquisas de laboratório comprovaram que o ácido anacárdico se demonstra muito eficaz contra bactérias causadoras da tuberculose.[5] Ao aquecer, este ácido se converte em um tipo de álcool (cardanol), mas não perde suas propriedades[6] a não ser que a temperatura se eleve a ponto de causar a descarboxilação da mistura.[7] Diz-se que os povos da Costa do Ouro usavam a castanha do caju e as folhas para curar a dor de dente.[8]
Ácido anacárdico é o principal componente do óleo de castanha de caju, e encontra uso na indústria química para a produção de cardanol, que é utilizado para as resinas, revestimentos e materiais de fricção. [9]
Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolveram um resina biodegradável composta por cardanol e glicerol, substâncias extraídas do caju, contendo também a maghemita. Esta resina contém propriedades magnéticas e aglomerante de óleos, permitindo a sua utilização na remoção de petróleo derramado em fontes de água. Acredita-se que que as semelhanças entre as estruturas do cardanol e glicerol se assemelham a do petróleo, o que causa o efeito aglomerante.[10]
A primeira análise química do óleo da casca da castanha de caju do Anacardium occidentale foi publicado em 1847.[11]