António Granjo | |
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Presidente do Ministério de Portugal (1.ª vez)[1] | |
Período | 19 de julho de 1920 até 20 de novembro de 1920 |
Presidente | António José de Almeida |
Antecessor(a) | António Maria da Silva |
Sucessor(a) | Álvaro de Castro |
Presidente do Ministério de Portugal (2.ª vez)[2] | |
Período | 30 de agosto de 1921 até 19 de outubro de 1921 |
Presidente | António José de Almeida |
Antecessor(a) | Tomé de Barros Queirós |
Sucessor(a) | Manuel Maria Coelho |
Dados pessoais | |
Nome completo | António Joaquim Granjo |
Nascimento | 27 de dezembro de 1881 Chaves |
Morte | 19 de outubro de 1921 (39 anos) Lisboa |
Partido | Partido Liberal Republicano
(anteriormente Partido Evolucionista ) |
Ocupação | político, advogado, jornalista |
Assinatura |
António Joaquim Granjo OA (Chaves, 27 de dezembro de 1881[3] – Lisboa, 19 de outubro de 1921) foi um advogado e político português. Era filho de Domingos Pires Granjo e de Maria Joaquina Rodrigues, ambos naturais de Carção, em Vimioso — Bragança, mas residentes em Chaves. Casa em 8 de Outubro de 1906, em Santo Estevão — Chaves, com Cândida dos Anjos Lamelas (nascida em Chaves, em 1879).
Republicano na sua juventude, foi membro da Assembleia Nacional Constituinte, eleito a 28 de Maio de 1911. Lutou durante a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, e escreveu um livro sobre as suas experiências.
Colaborou em A republica portugueza[4] (1910-1911).
Foi iniciado na Maçonaria, no triângulo 187, de Santa Marta de Penaguião, com o nome simbólico de Buffon. Pertenceu também à Loja Cavalheiros da Paz e Concórdia, em Lisboa. Manteve ligações a esta sociedade até ao final da sua vida, quando pertencendo à Loja Liberdade e Justiça, n.º 373, de Lisboa, foi alertado por uma prancha datada de 15 de Outubro de 1921 (Rocha Martins, ob. cit.).[5]
Depois do assassinato do presidente Sidónio Pais, António Granjo insurgiu-se contra a Monarquia do Norte em 1919 e a tentativa de instauração de um regime monárquico. Foi presidente da câmara municipal de Chaves de Fevereiro a Julho de 1919.
Eleito no mesmo ano para a Câmara dos Deputados, pelo Partido Republicano Evolucionista e, mais tarde, fundador do movimento sucessor, o Partido Liberal Republicano.
Alferes, a 24 de Junho de 1919 foi feito Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis.[6] O seu irmão, o Tenente Manuel António Granjo, foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Avis a 5 de Outubro de 1928.[7]
Ministro da Justiça durante o governo do coligação de Domingos Pereira, serviu o país como presidente do Ministério (atual primeiro-ministro) por dois breves mandatos, de 19 de Julho a 20 de Novembro de 1920, num governo liberal, e novamente, para substituir Tomé de Barros Queirós, de 30 de Agosto a 19 de Outubro de 1921.
António Granjo foi cruelmente assassinado na noite de 19 para 20 de Outubro de 1921, conhecida por "Noite Sangrenta", na sequência da revolução de cariz radical iniciada a dia 19, que o levou a pedir a demissão do cargo de presidente do Ministério que então desempenhava.
Os seus assassinos foram marinheiros e soldados da GNR integrantes do movimento revolucionário em curso comandados pelo cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro. António Granjo foi levado de casa de Francisco Cunha Leal, afecto ao Partido Democrático, onde tinha tentado obter protecção, e levado para o Arsenal da Marinha. À sua chegada foi ferido com dois tiros no pescoço, tendo sido tratado na enfermaria e recolhido a um quarto. Um grupo de revolucionários entrou no quarto onde se encontrava gravemente ferido crivando-o de balas. Depois disso um corneteiro da GNR ainda lhe cravou um sabre no ventre.
Na sequência desta revolução vale recordar que na "Noite Sangrenta" foram também assassinados outros republicanos do 5 de Outubro, entre os quais os revolucionários Machado Santos e José Carlos da Maia. Em comum entre todos os assassinados o terem sido opositores da corrente radical que dominou a Primeira República Portuguesa, com a excepção de poucos e breves interregnos.