Em 2016, Bia Doria envolveu-se em uma polêmica ao declarar, em entrevista à Folha de S.Paulo, que não conhece o centro da cidade de São Paulo, entre outras frases consideradas elitistas, logo após seu marido ter vencido as eleições municipais para prefeito daquele ano.[3]
Nascida em Pinhalzinho, no oeste do estado de Santa Catarina, Bia Doria é filha de imigrantes italianos.[1][4] Radicada em São Paulo desde 1980, mantém seu ateliê no bairro Vila Nova Conceição, na capital paulista.
Bia Doria tem na natureza a matéria-prima e o motivo de seu trabalho. Ela trabalha com resíduos de floresta de manejo, árvores nativas resgatadas de queimadas, desmatamentos, fundo de rios e barragens. De norte a sul do Brasil, ela percorre, transpassa, recupera. Lapida, recria e cuida.
Desenvolvendo suas próprias criações, com muita inovação dentro do que sua imaginação identifica como formas ideais da natureza.
As esculturas de Bia Doria são sensíveis e busca a expansão da consciência, uma invenção espacial das formas da flora. “São materiais difíceis de serem trabalhados”, diz Bia.
“Necessitam de cuidados especiais, desde a higienização até sua preservação, portanto, é um demorado processo de elaboração. Eu me identifico com esta matéria-prima, é uma troca permanente, que começa no tato e permanece enquanto descubro a forma que se esconde no diálogo que a natureza me transmite.”, completa a artista...
Bia cria e recria suas obras não só com a estética, mas também com engajamento ecológico, mostrando através de sua arte a preocupação com o meio ambiente e, sobretudo, alertar sobre os desastres ocorridos no Brasil e no mundo.
Em sua carreira artística, Bia Doria tem no currículo várias exposições realizadas pelo Brasil e em países como França, Alemanha, Estados Unidos e Itália.
Teve como professor e conviveu com o escultor, fotógrafo e ambientalista Frans Krajcberg.[4] Bia Doria é envolvida com ações ecológicas, e participou do movimento "O Grito" promovido por Kracjberg em Nova Viçosa e do Fórum Mundial da Sustentabilidade.[5][6]
Ela é casada com o empresário João Doria Jr, ex-governador do estado de São Paulo, desde 1987. Eles têm três filhos juntos.[1][7]
Em outubro de 2016, logo após seu marido João Doria haver vencido a eleição para prefeito de São Paulo, Bia Doria concedeu entrevista à Folha de S.Paulo onde fez declarações como "Onde é isso? Não conheço." (sobre o Parque Augusta), "Quase nunca fui lá. É tipo um viaduto, né?" (sobre o Minhocão) e "Não adianta ter uma funcionária que chega no ateliê e tem problemas de nutrição." (sobre a desigualdade de classes).[3] Bia também declarou que não utilizaria as ciclovias em São Paulo por considerá-las perigosas demais e que a Rua Avanhandava (em suas palavras, "vielinha torta onde fica a Famiglia Mancini") era o único lugar da cidade onde seria possível andar a pé "como em Nova Iorque". Apesar do tom elitista das afirmações, Bia Doria disse se dar bem com pessoas "mais humildes" e se comparou à Eva Perón. A entrevista foi feita dentro de seu Porsche Cayenne.
A entrevista teve ampla repercussão negativa para sua imagem e a de seu marido.[8][9][10] Bia teve seu site pessoal invadido no mesmo dia em que a entrevista foi publicada.[11] Após o episódio, Bia Doria passou a evitar conceder novas entrevistas.[12]
Bia Doria disse em uma entrevista à socialite Val Marchiori não ser correto ajudar moradores de rua com comida ou roupas, pois a rua hoje em dia é algo "atrativo" e seria uma forma das pessoas nessa condição se livrarem de responsabilidades.[13][14] Após a repercussão negativa de sua fala, Bia falou que não foi interpretada contextualmente.[15] Em entrevista ao Ponte Jornalismo, Júlio Lancellotti, que trabalha há 35 anos com pessoas em situação de rua, chamou a declaração de "cruel e desconsidera a história de cada um".[16]