Os membros do grupo Biocosoecea são organismos heterotróficos de vida livre, com citostoma, que praticam a fagotrofia . As células são biflageladas, com ou sem mastigonemas tripartidos no flagelo anterior. A célula que constitui estes organismos carece de cloroplastos, sendo que alguns géneros se protegem com uma lorica. São organismos predominantemente sedentários, em geral ligados ao substrato pelo flagelo posterior. Podem ser solitários ou coloniais.[9]
O nome do género tipo, Bicosoeca, um táxon descrito por Henry James Clark em 1866, é derivado de raízes no grego clássico (bikos, vaso, taça; com oekein, habitar). O composto filologicamente preferível seria Bicoeca, como "corrigido" por Samuel Friedrich Stein em 1878 e seguido pela maioria dos autores subsequentes. No entanto, de acordo com o ICBN e com as orientações da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN), a grafia original do nome não pode ser considerada incorrecta e deve ser usada em sua forma original.
Do ponto de vista filogenético, o grupo foi durante muito tempo considerado próximo das Chrysophyceae.[10] Contudo, com o advento do uso das técnicas da filogenia molecular para resolver os relacionamentos de muitos eucariotas, a circunscrição taxonómica original dos bicosoecídeos foi amplamente expandida para incluir outras ordens, e, em consequência, a classificação mudou do nível taxonómico de ordem para o de classe.[11]
Apesar dessas alterações de nível taxonómico, alguns autores usam o termo vernacular "bicosoecideo" (or "bicoecida") em senso estrito, apenas para Bicosoeca, aplicando "bicoeceanos" para Bicosoeca e grupos próximos como Cafeteria.[12]
O agrupamento, agrupando espécies com flagelosheterocontes, pertence claramente aos Stramenopiles. entre outros, o grupo Bicosoecida integra as seguintes famílias e géneros:[13]
↑Grassé, P.-P. Contribution à l'étude des flagellés parasites. Archives de zoologie expérimentale et générale, t. 65, 1926, pages 345-602
↑Ultrastructure and 18S rRNA gene sequence of a small heterotrophic flagellate Siluania monomastiga gen. et sp. nov. (Bicosoecida). S. A. Karpov, R. Kersanach, D. M. Williams - European Journal of Protistology, 1998
↑Grassé, P.-P. Contribution à l'étude des flagellés parasites. Archives de zoologie expérimentale et générale, t. 65, 1926, pp. 345-602 [576], disponible at Gallica.
↑Grassé, P.-P. & Deflandre, G . (1952). Ordre des Bicoecidea. In: Grassé, P.-P. (Ed.). Traité de Zoologie. Vol. 1, fasc. 1. Phylogénie. Protozoaries: Generalités, Flagellés. Masson et Cie, Paris. 599-601.
↑Kristiansen, Jørgen (1972). «Structure and occurrence of Bicoeca crystallina, with remarks on the taxonomic position of the Bicoecales». British Phycological Journal. 7 (1): 1–12. doi:10.1080/00071617200650011
↑Loeblich III, Alfred R. & Loeblich, Laurel Ann. 1979. Division Chrysophyta, pp. 411-423. In: CRC Handbook of Microbiology, 2nd ed., vol. 2, Fungi, Algae, Protozoa, and Viruses, ed. by A. I.Laskin and H. A. Lechevalier, CRC Press, Inc., West Palm Beach, FL.
↑Hibberd, David J. (1978). «Bicosoeca accreta sp. nov., a flagellate accumulating extraneous silica fragments». British Phycological Journal. 13 (2): 161–166. doi:10.1080/00071617800650201
↑Cavalier-Smith, T; Scoble, J. M. (2013). «Phylogeny of Heterokonta: Incisomonas marina, a uniciliate gliding opalozoan related to Solenicola (Nanomonadea), and evidence that Actinophryida evolved from raphidophytes». European Journal of Protistology. 49 (3): 328–353. PMID23219323. doi:10.1016/j.ejop.2012.09.002
Sina M. Adl, Alastair G. B. Simpson, Mark A. Farmer, Robert A. Andersen, O. Roger Anderson, John A. Barta, Samual S. Bowser, Guy Bragerolle, Robert A. Fensome, Suzanne Fredericq, Timothy Y. James, Sergei Karpov, Paul Kugrens, John Krug, Christopher E. Lane, Louise A. Lewis, Jean Lodge, Denis H. Lynn, David G. Mann, Richard M. McCourt, Leonel Mendoza, Øjvind Moestrup, Sharon E. Mozley-Standridge, Thomas A. Nerad, Carol A. Shearer, Alexey V. Smirnov, Frederick W. Spiegel, Max F. J. R. Taylor: The New Higher Level Classification of Eukaryotes with Emphasis on the Taxonomy of Protists. The Journal of Eukaryotic Microbiology 52 (5), 2005; Seiten 399–451. doi:10.1111/j.1550-7408.2005.00053.x.
Hibberd, D. J. (1986). Ultrastructure of the Chrysophyceae. Colorless forms. p. 29-30 In: Chrysophytes: Aspects and Problems. Kristiansen, J. and R.A. Andersen [Eds.]. Cambridge University Press, Cambridge.