Cacá Diegues | |
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Nome completo | Carlos José Fontes Diegues |
Conhecido(a) por | Xica da Silva |
Nascimento | 19 de maio de 1940 (84 anos) Maceió, Alagoas |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Nara Leão (c. 1967–77) |
Filho(a)(s) | Isabel Diegues Flora Diegues |
Alma mater | Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro |
Ocupação | cineasta |
Prêmios | Melhor Filme do Festival Internacional de Cinema de Cartagena (2000) |
Carlos José Fontes Diegues OMC, conhecido por Cacá Diegues (Maceió, 19 de maio de 1940), é um cineasta brasileiro. Foi um dos fundadores do Cinema Novo.[1]
Nascido em Maceió, Cacá Diegues é o segundo filho do antropólogo Manuel Diegues Júnior e de uma fazendeira. Aos 6 anos de idade, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro e instala-se em Botafogo, bairro onde Diegues passou toda sua infância e adolescência.
Estudou no Colégio Santo Inácio, dirigido por jesuítas, até ingressar na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde fez o curso de Direito. Como presidente do Diretório Estudantil, fundou um cineclube, iniciando suas atividades de cineasta amador com David Neves e Arnaldo Jabor, entre outros. Ainda estudante, dirige o jornal O Metropolitano, órgão oficial da União Metropolitana de Estudantes e junta-se ao Centro Popular de Cultura, ligado à União Nacional dos Estudantes. O grupo da PUC e o de O Metropolitano tornam-se, a partir do final da década de 1950, um dos núcleos de fundação do Cinema Novo, do qual Diegues é um dos líderes, juntamente com Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Em 1961, em colaboração com David Neves e Affonso Beato, realiza o curta-metragem Domingo, um dos filmes pioneiros do movimento.
Em 1962, no CPC, Diegues dirige seu primeiro filme profissional, em 35mm, Escola de Samba Alegria de Viver, episódio do longa-metragem Cinco Vezes Favela (os demais episódios são dirigidos por Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges). Seus três primeiros longas-metragens - Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969) - são filmes típicos daquele período voluntarista, inspirados em utopias para o cinema, para o Brasil e para a própria humanidade. Polemista inquieto, ele continua a trabalhar como jornalista e a escrever críticas, ensaios e manifestos cinematográficos, em diferentes publicações, no Brasil e no exterior.
Em 1969, após a promulgação do AI-5, Diegues deixa o Brasil, vivendo primeiro na Itália e depois na França, com sua esposa, a cantora Nara Leão. De volta ao Brasil, Diegues realiza mais dois filmes - Quando o Carnaval Chegar (1972) e Joanna Francesa (1973). Em 1976, dirige Xica da Silva, seu maior sucesso popular.
Em 1978, Diegues inventa, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a expressão "patrulhas ideológicas" para denunciar alguns setores da crítica que desqualificavam os produtos culturais não alinhados a certos cânones da esquerda política mais ortodoxa.[2][3][4] Nesse período de início da redemocratização do país e de renovação do cinema brasileiro, realiza Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye Brasil (1979), dois de seus maiores sucessos.
Em 1981, integrou o júri no Festival de Cannes.
Em 1984, realiza o épico Quilombo, uma produção internacional comandada pela Gaumont francesa, um velho sonho de seu realizador.
Numa fase crítica da economia cinematográfica do país, realiza dois filmes de baixo custo, Um Trem para as Estrelas (1987) e Dias Melhores Virão (1989). Na mesma fase, realiza, em parceria com a TV Cultura, Veja esta Canção (1994). Quando a nova Lei do Audiovisual finalmente é promulgada, ele é um dos poucos cineastas veteranos ainda em atividade - trabalhando com comerciais, documentários, videoclipes. Entre seus sucessos que seguiram incluem-se Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus É Brasileiro (2003).
A maioria dos 18 filmes de Diegues foi selecionada por grandes festivais internacionais, como Cannes, Veneza, Berlim, Nova York e Toronto, e exibida comercialmente na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina - o que o torna um dos realizadores brasileiros mais conhecidos no mundo.
É oficial da Ordem das Artes e das Letras (l'Ordre des Arts et des Lettres) da República Francesa. Também é membro da Cinemateca Francesa. O governo brasileiro também lhe concedeu o título de Comendador da Ordem de Mérito Cultural e a Medalha da Ordem de Rio Branco, a mais alta do país.
Tem dois filhos, Isabel e Francisco, do seu casamento com a cantora Nara Leão (se separaram em 1977, 12 anos antes de Nara falecer). Tem três netos: José Pedro Diegues Bial (2002), filho de Isabel; e Monah André Diegues (2004) e Mateo André Diegues (2005), filhos Francisco. Desde 1981, é casado com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem teve a filha Flora.[5]
Em 2016, recebeu a homenagem da escola de samba Inocentes de Beford Roxo, pelo grupo de acesso A, com o enredo "Cacá Diegues - Retratos de um Brasil em cena!" desenvolvido pelo Carnavalesco Márcio Puluker, ficando em 9o lugar no concurso.
Em 30 de agosto de 2018 o cineasta foi eleito novo imortal[6] da Academia Brasileira de Letras, na cadeira de nº 7, que já foi ocupada pelo escritor Euclides da Cunha e pelo fundador da ABL, Valentim Magalhães.
Precedido por Nelson Pereira dos Santos |
ABL - décimo acadêmico da cadeira 7 2019 — atualmente |
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