Circo midiático é uma metáforacoloquial ou expressão que descreve um evento noticioso para o qual o nível de cobertura da mídia - medido por fatores como o número de repórteres no local e a quantidade de material transmitido ou publicado - é tido excessivo ou desproporcional ao evento que está sendo coberto. Uma cobertura sensacionalista pode aumentar a percepção de que o evento seja um circo midiático. O termo tem o objetivo de criticar a cobertura do evento, comparando-a ao espetáculo e à pompa de um circo. O uso do termo nesse sentido tornou-se comum na década de 1970.[1][2]
Embora a ideia seja mais antiga, o termo circo midiático começou a aparecer em meados da década de 1970. Um dos primeiros exemplos vem do livro de 1976 da autora Lynn Haney, no qual ela escreve sobre um romance no qual a tenista Chris Evert esteve envolvida: "O namoro deles, afinal, tinha sido um 'circo midiático'"[3] Poucos anos depois, o The Washington Post relatou um exemplo de namoro semelhante: "A própria princesa Grace ainda está traumatizada pela memória de seu próprio casamento midiático com o príncipe Rainier em 1956."[4] O termo tornou-se cada vez mais popular com o tempo desde os anos 1970. As razões para criticar a mídia são variadas: na grande maioria delas há um custo de oportunidade significativo quando outras questões de notícias mais importantes recebem menos atenção do público como resultado da cobertura da questão alardeada.
Os circos midiáticos constituem o enredo central do filme Ace in the Hole, de 1951, sobre um repórter que, ao cobrir um desastre em uma mina, permite que um homem morra preso no subsolo. Ele examina cinicamente a relação entre a mídia e as notícias que veiculam. O filme foi posteriormente reeditado como The Big Carnival, com "carnaval" referindo-se àquilo que agora se chama de "circo". O filme foi baseado na vida real de Floyd Collins, que em 1925 ao ficar preso em uma caverna do Kentucky acabou por atrair tanta atenção da mídia que se tornou o terceiro maior evento midiático entre as duas guerras mundiais (os outros dois foram o voo solo de Lindbergh e o Rapto Lindbergh).[5]
Os julgamentos de homicídio de Beulah Annan, Belva Gærtner e várias outras suspeitas em Chicago em 1924, adaptados para a franquia da peça Chicago por um repórter de jornal.[29]
O julgamento de Sam Sheppard (1954). A Suprema Corte dos Estados Unidos considerou que "a publicidade maciça, generalizada e prejudicial" o impediu de receber um julgamento justo.[30]
O julgamento contra o cantor Arlo Guthrie e Richard Robbins em 1965, deliberadamente se transformou em um circo midiático por parte do oficial William Obanhein para impedir que outros repetissem as ações dos dois acusados, que jogaram lixo em lugar proibido.[31]
David Gelman, Peter Greenberg, et al. na Newsweek em 31 de janeiro de 1977: "O fotógrafo e produtor cinematográfico do Brooklyn, Lawrence Schiller, conseguiu se tornar o único jornalista a testemunhar a execução de Gary Gilmore em Utah... No caso Gilmore, ele era como um mestre de cerimônias no que se tornou um circo midiático, com jornalistas sofisticados digladiando-se pelo que ele tinha a oferecer ".[33]
A nevasca de 1996. "... essa tempestade ... tão alardeada pela mídia da mesma forma que o caso O.J. Simpson foi alardeado como o "Julgamento do Século ". [38]
O alegado " pacto de gravidez na adolescência" ocorrido na Glocuester High School (2008).[46]
O julgamento de Casey Anthony (2011). “Mais uma vez, foi a cobertura midiática implacável que em grande parte alimentou o fascínio pelo caso”, observou Ford.[47][48][49][50]
O desaparecimento e suposto assassinato de Elodia Ghinescu, especialmente na OTV, que exibiu algumas centenas de episódios sobre o assunto (2007). [71][72][73][74]
↑«Gilmore case turning into a circus for media». Milwaukee Journal. 3 de dezembro de 1976. The worldwide attention that condemned killer Gary Gilmore is receiving has turned his case into a media circus Utah residents are saying
↑Miller, Gene (8 de dezembro de 1976). «Only in America - the Gary Gilmore Circus has everything but dancing bears». The Evening Independent. There is most appallingly, an only-in-America spectacle wherein a quest for justice becomes an extravaganza for the fast buck. Come, come, come to the circus.
↑«Youths Ordered to Clean Up Rubbish Mess». Berkshire Eagle. Pittsfield, Massachusetts. 29 de novembro de 1965. p. 25 – via Newspapers.com. He (Obanhein) said he hoped their case would be an example to others who are careless about disposal of rubbish.
↑Goldman, Kim; Robertson, Tatsha (22 de setembro de 2015). Media Circus: A Look at Private Tragedy in the Public Eye. BenBella Books (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN9781941631607
↑Gelman, David; Greenberg, Peter S. (31 de janeiro de 1977). «Ringmaster at the circus». Newsweek. 89. p. 77. ProQuest214345558
↑Squires, Nick (23 de setembro de 2011). «Amanda Knox compared to Goebbels by prosecutors». Telegraph (UK). Perugia. Consultado em 27 de setembro de 2011. "The trial must be held here, in this courtroom. This lobbying, this media and political circus, this heavy interference, forget all of it," the prosecutor said