Citadelle de Quebec Citadelle de Québec | |
---|---|
A Citadelle de Québec às margens do rio São Lourenço. | |
Estilo dominante | Neoclássico |
Arquiteto | Gaspard Chaussegros Elias Walker Durnford |
Início da construção | 1820 |
Fim da construção | 1850 |
Proprietário atual | Monarca do Canadá[1] |
Website | LaCitadelle |
Geografia | |
País | Canadá |
Cidade | Quebec |
Coordenadas |
A Citadelle de Quebec (em francês: Citadelle de Québec), também conhecida como La Citadelle, é uma fortaleza militar de grandes proporções e que abriga uma das residências reais do Monarca no Canadá.[2][3] A cidadela está situada no topo da colina Cap Diamant e às margens do rio São Lourenço, na cidade de Quebec. Construída e ampliada sucessivamente ao longo dos séculos XVIII e XIX, a fortaleza é o mais antigo edifício militar do Canadá e torna Quebec uma das duas únicas cidades da América do Norte cercadas por muralhas (juntamente com Campeche, no México).[4]
A posição estratégica do Cap Diamant foi reconhecida pelos franceses no limiar do século XVII. A Coroa francesa logo construiu diversas fortificações no local, bem como os britânicos após a conquista da Nova França. A cidadela moderna foi construída entre 1820 e 1850 numa tentativa de proteger Quebec de um potencial ataque dos Estados Unidos. Os britânicos utilizaram a fortaleza até 1871 quando formalmente a cederam ao governo canadense. Desde então, o complexo têm sido utilizado como posto militar das Forças Armadas Canadenses e residência real.[1]
O complexo é tombado como Local Histórico Nacional do Canadá e integra o conjunto de Fortificações do Québec.[5] A Citadelle está localizada no Distrito Histórico do Quebec, designado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1985.[6]
Em 1608, Samuel de Champlain fundou a cidade de Quebec como ponto estratégico sobre a encosta do Cap Diamant. A colina era praticamente intransponível e, portanto, o único local da colônia a ser fortemente protegido por um obstáculo natural.[7]
A primeira muralha defensiva da cidade foi construída pelo Governador-geral da Nova França Louis de Buade e concluída pouco antes da Batalha de Quebec em 1690.[7] Três anos depois, um projeto do engenheiro Josué Boisberthelot de Beaucours, que previa uma nova muralha de 75 metros de altura, foi executado pelo arquiteto Jacques Levasseur de Néré e aprovado por Sébastien Vauban, encarregado de Luís XIV para obras públicas.[7]
Apesar da importância econômica de Quebec, a coroa francesa rejeitou projetos de expansão e construção de uma fortaleza completa na região devido aos altos custos. No entanto, após a queda de Louisbourg em 1745, o engenheiro militar Gaspard-Joseph de Léry iniciou obras de reparo nas fortificações.[7]
O primeiro governador britânico do Quebec, James Murray, percebeu a vulnerabilidade da cidade sem uma fortaleza plena. Sua própria nomeação ao cargo era decorrente da conquista da colônia pelos britânicos anos antes, em 1759. Murray solicitou a construção de uma cidadela, mas a Coroa britânica, assim como os franceses anteriormente, desconsiderou a construção de um grande forte. Pelo contrário, uma cidadela menor de madeira foi construída.[8]
Em 1775, durante a Revolução Americana, tropas americanas lideradas pelos generais Richard Montgomery e Benedict Arnold tentaram tomar Quebec após conquistarem Montreal. Porém, com a morte de Montgomery e o difícil estado de Arnold, as tropas recuaram e mantiveram Quebec sob um cerca até a chegada de reforços britânicos em 1776.[7]
A Citadelle é uma instalação militar em pleno funcionamento para as Forças Canadenses, bem como uma residência oficial do Monarca no Canadá, em uso de seu Governador-geral.[1] Este último, por tradição, reside no complexo por algumas semanas do verão canadense.[9] Assim como sua equivalente, Rideau Hall em Ottawa, a Citadelle abriga cerimônias oficias de governo como premiações e investiduras oficiais.[10] Paralelamente, o local é aberto à visitação pública, com um extenso programa de acolhimento a visitantes e visitas guiadas nos aposentos principais.[11]
Uma série de cerimônias militares relacionadas ao 22º Regimento Real ocorrem no pátio principal da Citadelle, como a troca da guarda e do comando do batalhão e a consagração de cada novo mascote do regimento. Além disso, diariamente ao meio-dia, uma salva é disparada do forte, cujo som pode ser ouvido em toda a cidade de Quebec.[12] Originalmente, duas salvas eram disparadas a cada dia, às 12 horas para alertar os moradores da cidade de Quebec sobre a hora do almoço e o Angelus e às 21 horas, marcando o toque de recolher para artilheiros e soldados em toda a cidade. Esta tradição é mantida desde 1871, exceto entre 1994 e 2004.[12]