Clarisse Doris Hellman | |
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Nascimento | Clarisse Doris Hellman 28 de agosto de 1910 Nova Iorque |
Morte | 28 de março de 1973 (62 anos) Nova Iorque |
Cidadania | Estados Unidos |
Alma mater |
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Ocupação | historiadora científica, historiadora, tradutora |
Empregador(a) | Universidade da Cidade de Nova Iorque, Instituto Pratt, Universidade de Nova Iorque |
Clarisse Doris Hellman Pepper (Nova Iorque, 28 de agosto de 1910 – Nova Iorque, 28 de março de 1973) foi uma historiadora da ciência estadunidense, "uma das primeiras pessoas historiadoras da ciência profissionais dos Estados Unidos".[1] Especialista em astronomia dos séculos XVI e XVII,[2] escreveu um livro sobre o Grande Cometa de 1577, e traduziu outro livro, uma biografia de Johannes Kepler.[3][4] Foi professora do Instituto Pratt e mais tarde do Queens College, City University of New York, sendo reconhecida pela associação a diversas sociedades científicas.
Seu pai, Alfred Myer Hellman, foi um obstetra e colecionador de livros raros; sua mãe Clarisse (née Bloom) foi mais tarde a primeira membro mulher do conselho de administração do Sydenham Hospital.[5] Frequentou a Horace Mann School, que completou em 1926, e obteve um bacharelado em matemática e astronomia no Vassar College em 1930. Foi então membro do Vassar College no Radcliffe College e completou um mestrado em história da ciência no Radcliffe em 1931.[1][5][6] Este foi "um dos antigos graus avançados em história da ciência do país".[1] No Radcliffe, o historiador da ciência de Harvard George Sarton foi um de seus mentores.{Referências múltiplas|ronan}
Tornou-se estudante de doutorado na Universidade Columbia e, interrompendo os estudos devido a seu casamento e criação de duas filhas, completou seu Ph.D. em 1943. Sua tese tratou do Grande Cometa de 1577, com o título The Comet of 1577: Its Place in the History of Astronomy.[1][5][6] Nela, credita ao professor da Universidade Columbia Frederick Barry como orientador, e agradece a George Sarton e Lynn Thorndike pelo encorajamento, sugestões e críticas. A tese também foi publicada como livro em 1944 pela Columbia University Press, e reimpressa em 1971 pela AMS Press de Nova Iorque.[1][5][6][7]
Em 1949, Hellman começou um mandato de dez anos no conselho da Sociedade de História da Ciência. Em 1951, foi nomeada para o corpo docente do Pratt Institute, no Departamento de Estudos Sociais, e no início dos anos 1950, liderou os esforços para fundar a o setor de Nova York da mesma Sociedade.[8][9]
Em 1959, Hellmann publicou seu segundo livro, uma tradução de uma biografia de Johannes Kepler, originalmente escrita em alemão por Max Caspar. O trabalho foi reimpresso pela Dover Publications em 1993[9][10]. Além disso, Clarisse também representou os Estados Unidos na União Internacional de História e Filosofia da Ciência no Congresso de História da Ciência que aconteceu na Espanha em 1959, e foi secretária do encontro seguinte, que aconteceu em 1962 na Universidade Cornell.[11] Nos anos finais da décadade 50 (1959-60), seu trabalho de pesquisa foi financiado por um fundo nacional de apoio à ciência em uma bolsa de pós-doutorado.[11] Ainda atuando no Pratt Institute, Clarissou passou a trabalhar na Universidade de Nova York, em 1964. Dois anos mais tarde, foi para a Queens College lecionar no centro de pós-graduação.[9]
Clarisse morreu em março de 1973, após um longo período enferma[12][13]. Seu companheiro, Morton Pepper (advogado e então presidente da Associação Judaica para Cegos) casou-se novamente e viveu até 1988[14]. Suas filhas, Alice e Carol Pepper casaram-se com dois irmãos acadêmicos, Robert L. and Paul R. Cooper.[9]
O livro de Hellman, O Cometa de 1577: Seu Lugar na História da Astronomia, consiste na coletagem e catalogação de relatos do Grande Cometa de 1577 por escritores da época. Também inclui dois capítulos introdutórios baseados no trabalho de Lynn Thorndike e George Sarton, resumindo o que se sabia sobre cometas antes de 1577[15]. Trabalhos anteriores na história da astronomia contavam, em grande parte, a história de observações astronômicas. Sendo assim, Hellman rompeu com essa tradição ao incluir outros tipos de escritos.[16], incluindo as versões de "oradores, poetas, pessoas do senso-comum e astrólogos"[15].O material do livro sobre as observações astronômicas do cometa é amplamente dividido de acordo com a medição da paralaxe e seu uso na determinação da posição do cometa em relação à lua, com um capítulo sobre astrônomos que acreditavam estar mais perto do que a lua, outro capítulo sobre aqueles que, não encontrando paralaxe observável, determinaram que ela estava mais longe (sendo o principal deles Tycho Brahe), além de um terceiro sobre aqueles que não consideraram a questão.[17]
Embora o próprio Brahe rejeitasse o modelo do sistema solar centrado no Sol proposto por Nicolaus Copérnico, em favor do modelo centrado na Terra, o mais ortodoxo da época[15],as observações de Brahe lançam sérias dúvidas sobre o modelo centrado na Terra e sobre sua dependência de esferas sólidas, mas transparentes, que sustentam os planetas, porque demonstraram a passagem por aquele espaço sem obstrução. O livro descreve brevemente este fenômeno em sua conclusão, e os historiadores da ciência chegaram a perceber, em grande parte com base no trabalho de Hellman, que essas observações do cometa desempenharam um papel fundamental no sucesso da Revolução Copernicana do início do século 17, na qual o modelo centrado na terra foi suplantado pelo centrado no sol[16]
Essa visão diferenciada do lugar de Brahe e do cometa na história da ciência se reflete nas resenhas do livro. Escrevendo na época de sua primeira publicação, o historiador Pearl Kibre vê o trabalho como um reflexo da continuidade do pensamento medieval, ao invés de representar a ruptura que estava por vir.[15]Outro revisor contemporâneo, o astrônomo Nicholas T. Bobrovnikoff, embora encontre muito o que questionar sobre os detalhes do livro, parece perplexo com a inclusão de não astrônomos e seu foco na paralaxe, ressaltando que acredita que teria sido melhor prestar mais atenção à direção da cauda do cometa e o que isso implicaria a respeito da composição dos mesmos.[17]. Em contraste, na republicação do livro na década de 1970, o historiador da ciência William H. Donahue credita a Hellman o reconhecimento do papel do cometa na mudança da cosmologia, e chama sua escolha de incluir fontes não astronômicas "admiráveis e poderosas". Ademais, escreve ainda que, ao se concentrar menos em debates teóricos e mais em catalogar as obras da época, o livro de Hellman se tornou atemporal, "sempre garantirá um lugar na primeira fila de obras sobre a história da astronomia"[17]Em 1995, Albert van Helden, professor Lynette S.Autrey de História na Rice University, chamou seu livro de "abordagem padrão ao cometa de 1577"[1]
O historiador alemão Max Caspar passou 50 anos coletando e editando as obras de Johannes Kepler[18].Kepler, sua biografia de Kepler foi originalmente publicada em alemão no ano de 1948 e reimpressa nos anos 1950 e 1958[19] Porém, até a tradução realizada por Hellman, o trabalho não estava disponível em inglês.[20]. Ao escrever na revista Science, William D. Stahlman chama o livro de Caspar de biografia definitiva, e a tradução de Hellman excelente, suave e há muito esperada[19]. Além de traduzir o texto original de Caspar, Hellman também adicionou notas de rodapé com informações históricas e biográficas, em grande parte ausentes do original, além de corrigir alguns erros. Uma parte dos textos escritos em latim por Kepler e citados por Caspar permanecem sem tradução. A edição de Dover de 1993 adicionou uma nova introdução e bibliografia, com contribuição de Owen Gingerich e Alain Segonds. Ao comentar o trabalho, Albert Van Helden descreveu o livro como padrão e incontestável sobre a biografia de Kepler, e a tradução de Hellman como "bela"[21][22]
Diversas sociedades científicas a honorificaram elegendo-a como membro de elevado nível. Foi fellow da Royal Astronomical Society em 1960.[2] Foi eleita para a International Academy of the History of Science em 1963, tornando-se membro pleno em in 1969.[1][6] Foi também fellow da Associação Americana para o Avanço da Ciência.[23]
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