Os condrusos (em latim), Condrusi eram um pequeno povo celta (celto-germânico segundo Venceslas Kruta) que habitavam o noroeste da Gália (Gália Belga e que segundo outros historiadores sua etimologia era de caráter unicamente celta. Seu território estava nas Ardenas e tinham como principais vizinhos aos Cerósios, os Eburões e os Pemanos.
A sua existência é atestada por César que os menciona, como habitantes da Gália Belga e os denomina "germanos", igualmente que a seus vizinhos, os Eburões, os Cerósios e os Pemanos, conforme citado por este no livro II de seus Comentários à guerra das Gálias. Informado dos preparativos e manobras militares dos povos belgas contra as legiões romanas, perguntou a seus aliados osremos, que tamanho tinha cada um destes povos alçados contra ele e, a respeito dos Pemanos, disseram os Remos.
Em três outras ocasiões Júlio César os menciona, em seu "Comentários à guerra das Gálias":
- Eles se juntaram outras tribos contra César no ano 57 a.C.. Relata César que os Belgas atacaram as legiões romanas que se fixaram na Gália. César de aliou aos Remos, a fim de conhecer as forças inimigas. Galba, rei dos Suessões e líder de todos os povos belgas, se comprometeu a reunir 50 mil homens, e as várias tribos contribuíram com um contingente regular, o Condrusos, os Eburões , os Cerósios e os Pemanos, juntos enviaram 40 mil homens.[2]
- Durante as guerras da Germânia (55 a.C.), um grande número de cidades gaulesas enviou embaixadas aos germânicos convidando-os não alojar os romanos no Reno. Os germânicos a aceitaram e se dirigiram ao território dos Eburões e dos Condrúsios onde César afirma que eram ligados ao povo local, os Tréveros.[3] Os condrúsios e os eburões eram portanto subordinados aos tréveros.
- Em 53 a.C. os condrusos, juntamente com os Segnos enviaram uma embaixada a César para não considerá-los como inimigos e que não cresse que todos os que habitavam aquela parte do Reno defendiam a mesma causa. César exigiu que estes se rendessem aos Eburões que haviam fugido para os seus territórios para não invadi-los.[4]
Os Eburões viviam entre o Mosa e o Reno e seus vizinhos ao norte eram os Menápios. Os Segnos e os Condrusos se achavam entre os Eburões e os Tréveros. Seu território se situava ao sul do Mosa, no bosque das Ardenas.
Na época galo-romana, o reagrupamento dos Atuátucos, dos Eburões e dos Condrusos deu lugar ao surgimento da [nascimento] da cidade de Tongres. O etnônimo aparece no termo celta condate, que significa confluente, nome da capital dos Redones (hoje Rennes).
Os Condrusos deram seu nome à comarca de Condroz (Valônia), com capital em Ciney, no antigo Principado de Liège.[nota 1]
Notas
Referências
- ↑ César: Comentarios a la guerra de las Galias, libro II, 4.10, pág. 92, trad. José Joaquín Caerols, Alianza Editorial, Col. Clásicos de Grecia y Roma, BT 8254, 3.ª reimpresión, Madrid, 2008,ISBN 978-84-206-4092-1.
- ↑ César: Comentarios a la guerra de las Galias, livro II, 4.
- ↑ César: Comentarios a la guerra de las Galias, livro IV, 6.
- ↑ César: Comentarios a la guerra de las Galias, livro VI, 32.
- Júlio César, Comentários à guerra das Gálias'’ (em francês):
- Livro II
- Livro IV
- Livro VI
- Venceslas Kruta, Les Celtes, Histoire et Dictionnaire, ed. Robert Laffont, col. «Bouquins», París, 2000, ISBN 2-7028-6261-6. (em francês)
- John Haywood (intr. Barry Cunliffe, trad. Colette Stévanovitch), Atlas historique des Celtes, ed. Autrement, París, 2002, ISBN 2-7467-0187-1. (em francês)
- Danièle e Yves Roman, Histoire de la Gaule, Librairie Arthème Fayard, París, 1997, ISBN 2-7028-1646-0. (em francês)
- Consúltese igualmente la bibliografía sobre los celtas y la bibliografía de la mitología celta. (em francês)