Conus regius | |||||||||||||||||||||
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Concha de C. regius, uma das espécies de Conus localizada na zona entremarés do oeste do oceano Atlântico; no sul da Flórida, Florida Keys e Mar do Caribe até a costa do estado de São Paulo, Brasil.[1][2][3] | |||||||||||||||||||||
Vista inferior da concha de C. regius, variação de coloração amarela: citrinus;[4] da coleção do Museu de História Natural de Leiden.
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Conus regius Gmelin, 1791[5] | |||||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||||
Mapa da América do Sul e Central. A região do Caribe, no leste, desde o sul da Flórida, até a região sudeste do Brasil, é o habitat da espécie C. regius, no Oceano Atlântico, em águas de arrecifes rasos, entre as rochas da zona entremarés.[2]
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Sinónimos | |||||||||||||||||||||
Conus (Stephanoconus) regius Gmelin, 1791 Conus ammiralis var. regius Gmelin, 1791 Conus citrinus Gmelin, 1791 Conus leucostictus Gmelin, 1791 Stephanoconus regius (Gmelin, 1791) Conus nebulosus Hwass in Bruguière, 1792 Cucullus coronacivica Röding, 1798 Cucullus spurius Röding, 1798 Conus spurius (Röding, 1798) Conus gadesi Espinosa & Ortea, 2005 (WoRMS)[5] |
Conus regius (nomeada, em inglês, Crown Cone;[1][7] na tradução para o português, "Conus coroa) é uma espécie de molusco gastrópode marinho predador do gênero Conus, pertencente à família Conidae. Foi classificada por Johann Friedrich Gmelin, em 1791,[5] na obra Systema Naturae (ed. 13, p. 3379).[8] É nativa do oeste do oceano Atlântico; no sul da Flórida, Florida Keys e Mar do Caribe, indo do noroeste da América do Sul até a costa do estado de São Paulo, Brasil; incluindo as ilhas de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, Trindade e Martim Vaz.[1][2][3][9] Espécies de moluscos Conidae, no Indo-Pacífico, são potencialmente perigosas ao homem, por apresentar uma glândula de veneno conectada a um mecanismo de disparo de sua rádula, em formato de arpão, dotada de neurotoxinas que podem levar ao óbito. Como as presas destas espécies são normalmente mais rápidas, geralmente constituídas por peixes, tais criaturas desenvolveram um poderoso veneno que pode matá-las ou paralisá-las instantaneamente.[10][11] No caso de Conus regius, espécie não-ictiófaga, sua manipulação indevida, com o animal, ocasionando em ataque, pode provocar sensação de coceira, seguida por formigamento e dormência; podendo se estender por todo o membro e, posteriormente, com leve dificuldade para a movimentação do mesmo, sem sensação de dor ou qualquer fenômeno sistêmico e sem deixar sequelas.[2] Um composto químico desta espécie, o Rg1A, foi testado como analgésico, com bons resultados.[12]
Conus regius possui uma concha cônica, grande e sólida, não muito pesada, com uma espiral de 6 a 8 voltas, muito baixa e dotada de calosidades; com no máximo 7.5 a 8 centímetros de comprimento. Sua superfície é decorada, em sua última volta, com duas faixas irregulares, grossas e castanhas a castanho-avermelhadas, salpicadas com manchas brancas difusas. Alguns espécimes apresentam-se de coloração amarela, recebendo a denominação de citrinus (Conus citrinus Gmelin, 1791). A abertura é estreita e alongada, com lábio externo fino. Seu perióstraco é fino e seu opérculo é córneo, com um pequeno núcleo apical.[1][3][4][5][8][9][13][14][15][16]
Esta espécie é encontrada espalhada no Atlântico Ocidental tropical, no sul da Flórida e sul do Golfo do México, em Quintana Roo (México), Florida Keys, Dry Tortugas e Mar do Caribe (Honduras, Costa Rica, Panamá, arquipélago de Los Roques, Cuba, Jamaica, Porto Rico, Ilhas Virgens e Barbados); indo do noroeste da América do Sul (Colômbia e Venezuela) até a costa do estado de São Paulo, Brasil; incluindo Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e as ilhas de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, Trindade e Martim Vaz, a pouca profundidade, nos arrecifes da zona entremarés e em fundos rochosos de cascalho e de algas calcárias, da zona nerítica até os 95 metros. É uma espécie carnívora, que se alimenta de vermes Polychaeta, imobilizando suas presas com sua rádula, como um arpão, e empregando conotoxinas para atordoá-las.[1][2][3][7][9][13][17] Esta espécie coloca cápsulas semitransparentes, mais altas do que largas, contendo ovos; arranjadas em fileiras curtas e irregulares, na zona entremarés.[18][19][20][21]
Photographed while SCUBA diving off Pompano Beach, Broward County, Florida 12/6/2017. Digital image copyright 2017 by Ariane Dimitris.