Cristina Rivera Garza | |
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Cristina Rivera Garza em 2014 | |
Nascimento | 1 de outubro de 1964 (60 anos) Heroica Matamoros, Tamaulipas, México |
Residência | Estados Unidos |
Nacionalidade | mexicana |
Cristina Rivera Garza (Heroica Matamoros, Tamaulipas, México, 1 de outubro de 1964) é uma escritora mexicana premiada, autora de novelas, contos, poesias e livros de não-ficção.[1] É docente no Colégio de Artes Liberais e Ciências Sociais da Universidade de Houston.[2]
Especialmente notória por Ninguém me verá chorar (1999), uma novela descrita como "uma das obras de ficção mais notáveis não só da literatura, como de toda a escrita em castelhano da virada do século" (escritor mexicano Carlos Fontes). A autora recebeu o Prêmio Anna Seghers à literatura latino-americana, em 2005; o Prêmio Sor Juana Inés de la Cruz em duas ocasiões: em 2001, por aquele livro, e em 2009, por "La muerte me da"; e o Prêmio Roger Caillois para literatura latino-americana, em 2013.
Cristina Rivera Garza nasceu e cresceu em uma cidade fronteiriça com os Estados Unidos, chamada Matamoros, e aos 15 anos se mudou para a Cidade Do México. Ela estudou sociologia urbana na ENEP Acatlán (hoje FES Acatlán) da Universidade Nacional Autónoma de México.
Desde 1989, a escritora vive nos Estados Unidos. Ela obteve seu primeiro doutorado na área de história da América Latina pela Universidade de Houston.[3] Em 2012, obteve seu segundo doutorado, em Letras Humanas, com distinção Honoris Causa, também pela Universidade de Houston. Suas pesquisas de recorte histórico sobre as definições populares de loucura e a história da psiquiatria em México no início do século XX foram publicadas nas revistas Hispanic American Historical Review, Journal of the History of Medicine and Allied Sciences, entre outras, na Inglaterra, na Argentina e nos Estados Unidos.
Seus textos não-acadêmicos foram publicados em antologias, jornais e revistas nacionais. Alguns de seus livros já foram traduzidos ao inglês, ao italiano, ao português, ao alemão, ao coreano, ao francês e ao esloveno. Publicou A mão oblíqua na seção Cultura do periódico Milénio. Em 2014, foi colaboradora do blog "Papeles perdidos" do suplemento cultural Babelia do jornal El País.[4]
Em 2011, publicou Dolerse, na qual explicou que, diante da primeira paralisia que teve ante o horror, optou pela palavra, pois “quero, de fato, sentir a dor”. A obra compila poemas, crônicas e ensaios pessoais que “fazem parte da reconfiguração do visível, o dizível e de uma paisagem nova do possível”.[5] Em 2015, publicou a continuação: Condolerse, com 16 textos de jovens ensaístas, contistas, poetas e narradores, que abordam a violência com diferentes ângulos, entre os quais destacam: Verónica Gerber, Mónica Nepote, Yásnaya Aguilar, Marinha Azahua, Javier Listra, Amaranta Caballero e a própria Rivera Garza, entre outros, que têm em comum só uma ideia: a escritura é um processo de sutura.[6]
Atualmente, é professora distinguida no departamento de Estudos Hispânicos da Universidade de Houston.[2] Ela também foi professora da Universidade de San Diego.
Para Cristina Rivera Garza, quem escreve uma novela deve imergir no contexto no qual a história se desenvolve; deve se conectar com o mundo de maneiras que lhe permitam extrair ideias e dados para ambientar a obra.[7]
Segundo Cristina Rivera, os leitores assíduos são pessoas que não se deixam manipular ou se entediar com livros, e esta é a razão pela qual o/a autor/a deve plasmar tudo de si mesmo/a em sua obra. Ela tenta plasmar em suas obras a ideia de fazer um jogo com o leitor, de provocá-lo e prendê-lo com a leitura e, ao mesmo tempo, incomodá-lo, para mantê-lo envolvido com a obra.[7]
“Quero continuar rodeada por esse tipo de leitores que buscam livros que fazem um jogo, de escritores que se portam mal, que pegam o touro pelos chifres.