Sua Excelência Cármen Lúcia | |
Ministra do Supremo Tribunal Federal do Brasil | |
Período | 21 de junho de 2006 até a atualidade |
Nomeação por | Luiz Inácio Lula da Silva |
Antecessor(a) | Nelson Jobim |
56º Presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil | |
Período | 3 de junho de 2024 até a atualidade |
Antecessor(a) | Alexandre de Moraes |
57.ª Presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil | |
Período | 12 de setembro de 2016 até 13 de setembro de 2018 |
Antecessor(a) | Ricardo Lewandowski |
Sucessor(a) | Dias Toffoli |
47º Presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil | |
Período | 18 de abril de 2012 até 19 de novembro de 2013 |
Antecessor(a) | Ricardo Lewandowski |
Sucessor(a) | Marco Aurélio Mello |
Ministra do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil | |
Período | 19 de novembro de 2009 até 19 de novembro de 2013 |
Antecessor(a) | Joaquim Barbosa |
Sucessor(a) | Gilmar Mendes |
Período | 25 de agosto de 2022 até a atualidade |
Antecessor(a) | Edson Fachin |
Procuradora-geral do Estado de Minas Gerais | |
Período | 16 de março de 2001 até 31 de dezembro de 2002 |
Nomeação por | Itamar Franco |
Antecessor(a) | Misabel de Abreu Machado Derzi |
Sucessor(a) | José Bonifácio Borges de Andrada |
Dados pessoais | |
Nome completo | Cármen Lúcia Antunes Rocha |
Nascimento | 19 de abril de 1954 (70 anos) Montes Claros, Minas Gerais[1] |
Alma mater | Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Universidade Federal de Minas Gerais (Ma.) |
Religião | católica romana[2] |
Cármen Lúcia Antunes Rocha (Montes Claros,[1] 19 de abril de 1954) é uma jurista, professora e magistrada brasileira, atual ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),[3] tendo sido presidente da corte suprema[4] e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2016 a 2018.[5][6] Exerceu posteriormente o cargo de presidente do TSE[7] e de presidente da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
É bacharel em direito pela Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1977), especialista em direito de empresa pela Fundação Dom Cabral (1979) e mestre em direito constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (1982). Cursou o programa de doutorado em direito da Universidade de São Paulo (1983), mas não o concluiu. Desde 1983 é professora titular de direito constitucional na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, além de coordenadora do Núcleo de Direito Constitucional.[8]
Foi procuradora do Estado de Minas Gerais de 1983 até 2006, exercendo a função de Procuradora-Geral do Estado de 2001 a 2002, durante o mandato do então governador Itamar Franco.[9] É membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros, e foi diretora da revista desta instituição, além de ter sido membro da Comissão de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil de 1994 a 2006.[8]
Em 2006, foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal, tornando-se a segunda mulher a ocupar esta vaga, sendo a primeira a ocupar esse cargo a ministra Ellen Gracie Northfleet.[10] Assumiu a vice-presidência da Corte em 2014, e a presidência em 2016.[11] Também exerceu a função de ministra do Tribunal Superior Eleitoral de 2009 a 2013 num primeiro mandato e, desde 2022, exerce um segundo mandato, tendo presidido de 2012 a 2013, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo.[12][13]
Nascida em Montes Claros,[14] Carmen Lúcia Antunes Rocha é filha de Florival Rocha e Anésia Antunes, de origem portuguesa,[15] em uma família de sete irmãos. Foi interna em colégio de freiras até a idade de prestar vestibular. Nunca se casou e, segundo uma prima, a economista Silvana Antunes, sempre anunciou que não o faria. "Ouvi várias vezes de sua boca que não se casaria. ‘Vou me dedicar à profissão’".[16] Foi criada em Espinosa.
Formou-se em direito em 1977 pela Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), da qual se tornaria professora em 1983. É especialista em direito de empresa pela Fundação Dom Cabral (1979) e mestre em direito constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (1982). Cursou doutorado em direito do Estado pela Universidade de São Paulo em 1983, sem o concluir.
Foi procuradora do Estado de Minas Gerais de 1983 até ser indicada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2006, tendo ocupado o cargo de procuradora-geral do Estado entre março de 2001 e dezembro de 2002, no governo de Itamar Franco.[9][17] Foi diretora da Revista do Instituto dos Advogados Brasileiros.[18]
Foi a segunda mulher a integrar o STF e a primeira-ministra a usar calça comprida durante uma sessão plenária, em 15/03/2007 (o traje foi liberado às mulheres desde maio de 2000).[19][20]
Na décima terceira edição do Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo, foi eleita a "Personalidade do Ano" de 2015.[21]
É parente distante de José Paulo Sepúlveda Pertence, que também foi ministro do STF[22] e que recomendou seu nome ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma vaga no tribunal.[2]
No dia 3 de outubro de 2016, recebeu a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais em cerimônia presidia pelo Reitor Jaime Arturo Ramírez no auditório da Reitoria da Universidade.[23]
Serviu como presidente da República em exercício nos dias 13 e 14 de abril de 2018, tendo sido a sexta presidente do STF a assumir a chefia do Poder Executivo,[24][25] bem como a segunda mulher a presidir a República.[26] Na condição de presidente interina do Brasil, assinou um decreto instituindo o dia 2 de abril como o Dia Nacional da Consciência Sobre Autismo.[27] Assumiu novamente como presidente da República em exercício mais quatro vezes durante o ano de 2018: no dia 18 de junho,[28] nos dias 17 e 18 de julho,[29] entre os dias 23 e 28 de julho[30] e no dia 15 de agosto.[31]
Cármen Lúcia foi indicada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga do ministro Nelson Jobim, aposentado em 26 de maio de 2006.[32]
Sua indicação foi aprovada pelo senado por 55 votos contra 1 em 24 de maio de 2006.[33] Cármen Lúcia foi empossada em 21 de junho de 2006, tornando-se a segunda mulher nomeada ao cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal.
Segundo dados recentes de seu gabinete, dentre os ministros, é a que mais se encontra em dia cumprindo as metas de julgamento e celeridade.[34]
Em outubro de 2012, votou pela absolvição de 13 acusados de formação de quadrilha envolvidos no Escândalo do mensalão.[35] Seu voto pela absolvição foi criticado pelo então ministro do STF, Joaquim Barbosa.[36]
Em junho de 2013, a ministra expediu mandado de prisão ao deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO), condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de formação de quadrilha e peculato. A ministra Cármen Lúcia foi a relatora do processo. Com a decisão do STF, o deputado Donadon foi condenado não só à prisão mas também à perda dos direitos políticos.[37]
Em novembro de 2015, Cármen Lúcia votou a favor da prisão do então Senador Delcídio do Amaral, a época líder do governo da ex-presidente Dilma Rousseff.[38] Foi primeira vez na história que um senador em exercício foi preso no Brasil, e a leitura do voto da ministra tornou-se símbolo do fato. Nele, Cármen Lúcia faz pronunciamento em favor da prisão de Delcídio do Amaral, num pronunciamento onde compara a superação da esperança sobre o medo,[39] um mote da campanha política do PT para eleição de Luiz Inácio Lula da Silva[40] para presidente da república, e o Mensalão,[41] e o escárnio em achar que imunidade é sinônimo de impunidade.[42]
"Houve um momento que a maioria de nós brasileiros, acreditou, num mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: Criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da conclusão que imunidade, impunidade e corrupção..." (Carmen Lúcia, Ministra do STF).[43][44]
O voto da ministra ao dizer que o "crime não vencerá a justiça", gerou diversas reações favoráveis, mas também contrárias. O economista Carlos Fernando, do site Diário do Centro do Mundo, criticou a ministra alegando uso político do voto quando o cargo demanda isenção.[45]
Em fevereiro de 2016, a ministra Cármen Lúcia votou a favor da prisão para condenados em segunda instância.[46] Em outubro de 2016, Carmen Lúcia novamente votou favorável a aplicação da prisão. O projeto de lei foi defendido também pela Associação dos Juízes Federais do Brasil,[47] pela Associação Nacional dos Procuradores da República, pela Associação dos Magistrados do Brasil, pela Procuradoria-Geral da República, pelo juiz federal Sergio Moro[46] e pelos procuradores da Operação Lava Jato como uma importante decisão contra impunidade.[48][49]
Em junho de 2015, em seu voto se posicionou em defesa da liberdade de expressão e ao direito à informação, contrária a censura de biografia. A ministra disse que a publicação independe de autorização prévia, e disse ainda que eventuais danos causados à imagem dos biografados poderão levar o biógrafo a indenizá-lo.[50]
Atuando como ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi empossada como ministra titular em 19 de novembro de 2009, tendo em vista a renúncia do ministro Joaquim Barbosa.[51] Em 6 de março de 2012 foi nomeada presidente do Tribunal Superior Eleitoral, sucedendo ao ministro Ricardo Lewandowski.[52] Ela tomou posse em 18 de abril, tornando-se a primeira mulher a presidir o tribunal. A ministra deixou a presidência do TSE em 2013, dando lugar ao ministro Marco Aurélio Mello.[53]
Em 2024, Foi eleita presidente novamente com sucessão ao ministro Alexandre de Moraes. Sua posse está marcada para junho.[54]
Em 30 de novembro de 2016 divulgou uma nota oficial lamentando a inclusão no projeto anticorrupção aprovado pela Câmara de medidas incluído no projeto original do MPF, das 10 Medidas contra corrupção que, segundo Cármen, podem afetar a independência do Judiciário. A presidente do STF disse que magistrados já foram cassados "em tempos mais tristes" e que se pode "calar o juiz", mas não se conseguirá "calar a Justiça".[55][56][57][58]
A cerimônia também empossou o ministro como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a ministra Carmen Lúcia como vice-presidente do tribunal.
Precedido por Nelson Jobim |
Ministra do Supremo Tribunal Federal 21 de junho de 2006 – atualmente |
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