Cândido de Oliveira

Cândido de Oliveira
Nome completo Cândido Fernandes Plácido de Oliveira
Nascimento 24 de setembro de 1896
Fronteira, Alentejo, Portugal
Morte 23 de junho de 1958 (61 anos)
Estocolmo, Suécia
Causa da morte insuficiência respiratória
Ocupação futebolista, jornalista, técnico de futebol
Prêmios Grã-Cruz da Ordem do Mérito

Cândido Fernandes Plácido de Oliveira GCM (Fronteira, 24 de setembro de 1896Estocolmo, 23 de junho de 1958) foi um jogador e treinador de futebol e jornalista desportivo português.

Começou a jogar futebol na Casa Pia de Lisboa, tendo passado, em 1914, para a primeira categoria do Sport Lisboa e Benfica, de onde sairia em 1920 para criar o Casa Pia Atlético Clube. Foi capitão da seleção nacional no primeiro jogo desta, em 1921.[1]

Pela sua atividade contra o regime do Estado Novo foi enviado para o campo de concentração do Tarrafal onde esteve entre abril de 1942 e 1944.[2] Lá, ele não ficou internado dentro do campo, como os outros prisioneiros. Como preso de interesse especial, ficou em um dos alojamentos administrativos situados fora da zona cercada.[3] Isso não o impediu de testemunhar e mais tarde denunciar a situação ali vivenciada no livro Tarrafal,O Pântano da Morte.

Em 1945, fundou, com António Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, o jornal então bissemanário "A Bola", no qual colaboraria até à sua morte.

Como treinador, foi selecionador nacional (orientou a equipa portuguesa que chegou aos quartos-de-final do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1928) e técnico do Sporting Clube de Portugal, onde ganhou o campeonato nacional de 1946-47.

Ascendeu a supervisor técnico na época seguinte, mas em 1947-48 volta a ser o treinador principal do Sporting Clube de Portugal, conquistando dois campeonatos, uma Taça de Portugal e chega à final da Taça Latina.[4]

O seu discípulo, Fernando Vaz, também viria a ser um reputado treinador.

Em 1950, treinou a equipe de futebol masculino do Clube de Regatas do Flamengo, no Brasil.[5]

Pelo seu papel no futebol português, foi dado o seu nome à Supertaça instituída pela Federação Portuguesa de Futebol.

A 27 de janeiro de 1995 foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.[6]

Obras publicadas[7]

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  • Alguns aspectos psicológicos dos Casapianos. Lisboa: Sociedade Nacional de Tipografia, 1934.[8]
  • Football: técnica e tática. Lisboa: ed. autor, 1935.
  • Relatório do selecionador nacional para o décimo segundo Portugal-Espanha. Lisboa: Federação Portuguesa de Football Association, 1935.
  • Relatório da minha viagem à Inglaterra ao serviço do football nacional. Lisboa: Federação Portuguesa de Football Association, 1936.
  • A formação dos jogadores de futebol. Lisboa: Sociedade Nacional de Futebol, 1938.
  • Os segredos do futebol: técnica de ensino: aprendizagem e treino: táctica de jogo. Lisboa: A Bola, 1947
  • A evolução táctica no futebol. Lisboa, 1949.
  • Tarrafal: o Pântano da Morte. Lisboa: Editorial República, 1974.

Referências

  1. «Cândido de Oliveira : Uma biografia» in O Militante, n.º 257, março-abril de 2002.
  2. Cândido de Oliveira fazia parte de uma rede organizada pelo SOE inglês, conhecida como rede Shell, por incluir vários funcionários desta empresa em Portugal, que visava o desenvolvimento de sabotagens e destruições no caso de uma invasão alemã em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial. Cf. BARREIROS, José António. Traição a Salazar. Lisboa: Oficina do Livro, 2012.
  3. Russell, Miguel Wagner (1976). Recordações dos tempos difíceis. Lisboa: Avante. 47 páginas 
  4. RTP, RTP, Rádio e Televisão de Portugal -. «Quem eram os» 
  5. «É o Ai-Jesus? Flamengo pode chegar ao 11º técnico estrangeiro na história». Terra. Consultado em 9 de junho de 2019 
  6. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Cândido de Oliveira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de julho de 2014 
  7. Fontes: Porbase; Porbase.
  8. Conferência realizada em 2 de junho de 1934 no Casa Pia Atletico Club.

Precedido por
Fernando Vaz
Técnico do Porto
1952-1954
Sucedido por
Fernando Vaz