Eleições em Moçambique

Parte da série sobre
Política de Moçambique
Constituição
Portal de Moçambique

Esta página dá informações sobre eleições em Moçambique.

Moçambique elege os seus representantes políticos a três níveis:

1994 - Eleições presidenciais e legislativas

[editar | editar código-fonte]

Nas primeiras eleições multipartidárias realizadas em Moçambique, em 1994, foi eleito o candidato do partido FRELIMO e Presidente da República desde 1986, Joaquim Chissano. Na mesma ocasião, a FRELIMO ganhou também a maioria dos assentos na Assembleia da República. Depois de vários meses de protestos, o principal partido da oposição e anterior movimento guerrilheiro RENAMO aceitou os resultados.

1999 - Eleições presidenciais e legislativas

[editar | editar código-fonte]

Nas eleições de 1999, Joaquim Chissano foi reeleito com 52,3% dos votos e a FRELIMO passou a ocupar 133 dos 250 assentos do parlamento. O candidato do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama da RENAMO, obteve 47,7% dos votos e o partido ocupou os restantes 117 assentos parlamentares.

2004 - Eleições presidenciais e legislativas

[editar | editar código-fonte]

Nas eleições presidencial e parlamentar de 2004, realizadas nos dias 1 e 2 de dezembro, Armando Guebuza, o novo candidato da FRELIMO, ganhou 63,7% dos votos, mais do dobro do candidato da RENAMO, Afonso Dhlakama (31,7%).

Na votação para o parlamento, a FRELIMO ganhou 62% (1,8 milhões) dos votos, a RENAMO-União Eleitoral 29,7% (905 000 votos) e 18 partidos minoritários partilharam os restantes 8%. Assim, a FRELIMO ocupou 160 assentos e a RENAMO-UE, 90.

2009 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais

[editar | editar código-fonte]

No dia 28 de Outubro, os moçambicanos elegeram o seu Presidente da República, os deputados da Assembleia da República e, pela primeira vez, os deputados das Assembleias Provinciais. O registo para as eleições legislativas nacionais foi contestado por vários partidos que foram parcialmente ou completamente excluídos do pleito pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Entre eles o que se assume ser o terceiro partido do país, o MDM - Movimento Democrático de Moçambique de Daviz Simango, que não pode concorrer em 9 de 13 círculos eleitorais do país. Ao contrário do seu partido, na corrida à Presidência, Daviz Simango pode concorrer em todos os círculos. Os outros candidatos presidenciais são o actual Presidente da República, Armando Guebuza pela FRELIMO, e Afonso Dhlakama pela RENAMO.[1]

Guebuza foi reeleito com 75% dos votos válidos, seguido do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, com 16% dos votos. Quanto às eleições para a Assembleia da República, a FRELIMO, o partido do governo, conseguiu 191 deputados, com mais dois eleitos nos círculos da emigração, a RENAMO 49 deputados e o MDM alcançou oito.

2014 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais

[editar | editar código-fonte]

As eleições gerais em Moçambique de 2014 corresponderam ao quinto pleito presidencial e legislativo, bem como às segundas eleições para as Assembleias Provinciais moçambicanas. Realizadas em 15 de Outubro de 2014, resultaram na vitória do candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi, para presidente, tendo o partido mantido também a maioria dos assentos parlamentares.

2019 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais

[editar | editar código-fonte]

As eleições gerais em Moçambique de 2019 corresponderam ao sexto pleito presidencial e legislativo, bem como às terceiras eleições para as Assembleias Provinciais moçambicanas. Pela primeira vez, estas últimas eleições serviram para escolher o Governador Provincial.[2]Realizadas em 15 de Outubro de 2019, resultaram na reeleição do candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi, para presidente, tendo o partido alcançado os dois terços do número de deputados necessários para alterar a constituição.[3]

2024 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais

[editar | editar código-fonte]

As eleições gerais em Moçambique de 2024 tiveram lugar no dia 9 de Outubro de 2024. Daniel Chapo venceu as presidenciais, com contestação da oposição e protestos. A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) convocou uma reunião extraordinária para discutir a crise pós-eleitoral em Moçambique, onde protestos violentos continuam a ocorrer.[4] A polícia tem sido usada na repressão, com relatos de mortes entre civis e invasão de residências e hospitais para deter supostos manifestantes.[5]

Observadores internacionais, como a União Europeia, apontaram irregularidades nas eleições, acusando a Comissão Nacional de Eleições (CNE), liderada por Dom Carlos Matsinhe, de manipulação a favor da FRELIMO.[6]

O governo moçambicano, em resposta aos protestos, suspendeu a internet móvel no dia 25 de outubro, restabelecendo-a parcialmente em 31 de outubro, mas com restrições às redes sociais, como WhatsApp, Facebook e Instagram.[7] A polícia permanece em alerta nas ruas de Maputo, onde incidentes de violência incluem carros incendiados, lojas saqueadas e ataques a residências e hospitais em busca de manifestantes.[5]

Enquanto isso, o Conselho Constitucional, responsável pela validação dos resultados eleitorais, ainda não concluiu a avaliação do processo, que tem sido amplamente criticado como o mais fraudulento da história democrática do país.[8] Além disso, a Procuradoria-Geral da República está investigando denúncias do partido PODEMOS, que acusam membros das Comissões Distritais de Eleições (CDE) de adulterarem documentos oficiais para favorecer determinados resultados eleitorais.[9]

Referências

  1. «Boletim sobre Processo Político em Moçambique». Consultado em 15 de outubro de 2009. Arquivado do original em 7 de outubro de 2009 
  2. «Eleição indirecta de governadores abre novo capítulo na política moçambicana». VOA, Voice of America. 15 de outubro de 2019. Consultado em 8 de agosto de 2023 
  3. «Moçambique: Nyusi reeleito Presidente com 73% dos votos». DW, Deutsche Welle. 27 de outubro de 2019. Consultado em 8 de agosto de 2023 
  4. Redacção (11 de novembro de 2024). «Eleições 2024: SADC convoca reunião de emergência sobre crise pós-eleitoral em Moçambique». Carta de Moçambique. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  5. a b Redacção (11 de novembro de 2024). «Eleições 2024: Venâncio Mondlane anuncia hoje detalhes da quarta fase das manifestações». Carta de Moçambique. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  6. Redacção (11 de novembro de 2024). «Eleições 2024: SADC convoca reunião de emergência sobre crise pós-eleitoral em Moçambique». Carta de Moçambique. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  7. Redacção (11 de novembro de 2024). «Eleições 2024: Governo "restabelece" internet, mas restringe redes sociais». Carta de Moçambique. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  8. Redacção (11 de novembro de 2024). «Eleições 2024: Moçambique aguarda desfecho do processo há mais de 30 dias». Carta de Moçambique. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  9. domingo, Jornal (5 de novembro de 2024). «Denúncias do PODEMOS sob investigação da PGR». Jornal Domingo | Compromisso com os factos. Consultado em 11 de novembro de 2024 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]