A área da Geórgia estava sob controle romano entre o século I a.C. e o VII d.C.. Esse controle variava com o tempo e era intermitente nos reinos da Cólquida e da Ibéria na região do Cáucaso. Esses reinos correspondem aproximadamente a algumas partes do oeste e do leste da Geórgia moderna.[1]
Deste ponto em diante, Cólquida tornou-se a província romana de Lázico, com o imperador Nero incorporando-a posteriormente à Província de Ponto em 63 d.C, e sucessivamente na Capadócia por Domiciano em 81 d.C. Ao mesmo tempo, a Ibéria continuou a ser um estado vassalo porque gozava de significativa independência e com as terras baixas frequentemente atacadas por ferozes tribos montanhosas, prestar uma homenagem nominal a Roma em troca de proteção era considerado um investimento valioso.[2]
O Cristianismo começou a se espalhar no início do século I. Relatos tradicionais relacionam o evento com Santo André, São Simão, o Zelote, e Santa Matata (mas as crenças religiosas helenísticas, pagãs locais e mitraicas permaneceriam difundidas até o século IV).[3]
No século III, a tribo dos lazes passou a dominar a maior parte da Cólquida, estabelecendo o reino de Lázica, conhecido localmente como Egrissi. Cólquida foi o cenário da prolongada rivalidade entre os Impérios Romano/Bizantino e sassânida, culminando na Guerra Lázica de 542 a 562.[4]
Além disso, no início do século III, Roma teve que reconhecer a soberania da Albânia e da Armênia do Cáucaso na Pérsia Sassânida, mas tudo o que agora é a Geórgia estava de volta ao controle romano com Aureliano e Diocleciano por volta de 300.[5]
A província de Lázico (ou Lázica) recebeu um grau de autonomia que em meados do século III se desenvolveu em total independência com a formação de um novo Reino de Lázica-Egrissi nos territórios dos principados menores de zanos, suanos, apsílios, e sanigues. Este novo estado do Cáucaso do Sudoeste sobreviveu mais de 250 anos até 562, quando foi absorvido pelo Império Romano Oriental, durante o reinado de Justiniano I [6]
De fato, a presença de Roma começou a desaparecer da Geórgia após a Batalha de Sebastópolis, travada perto da costa oriental do Mar Negro em 692 entre os omíadas e as tropas do Império Romano do Oriente lideradas por Leôncio.[7]
Um dos principais legados de Roma à Geórgia é a fé cristã.
Na verdade, o cristianismo, pregado pela primeira vez pelos apóstolos Simão e André no século I, tornou-se a religião oficial da Ibéria do Cáucaso em 327, tornando a Geórgia um dos primeiros países cristãos do mundo.[8][9]
A conversão final de toda a Geórgia ao cristianismo em 327 é creditada a Santa Nina da Capadócia. Ela era a única filha de pais piedosos e nobres, o general romano Zabulão, parente do grande mártir São Jorge, e Susanna, irmã do Patriarca de Jerusalém.[10]
Petra, na Lázica, é um antigo bispado da Geórgia que está incluído na lista de sedes titulares da Igreja Católica.[11]
Arqueópolis (Nocalaquevi) foi governada pelos romanos desde os tempos de Augusto, mas apenas o Império Romano do Oriente desenvolveu de forma gigantesca esta fortificação no centro de Lázico após o século IV. Na verdade, é um famoso sítio arqueológico da Geórgia.[14]
Armazi, no leste da Geórgia, era outra cidade fortificada relacionada a Roma. Esta fortaleza perto de Misqueta foi capturada pelo general romano Pompeu durante sua campanha de 65 a.C. contra o rei ibérico Artoces. Uma estrutura em ruínas nas proximidades do rio Mtecuari data dessa época e ainda é chamada de "ponte de Pompeu". O apogeu de Armazi veio quando Iberia se aliou aos imperadores romanos. Uma estela pedra desenterrada em Armazi em 1867 relata que o imperador romano Vespasiano fortificou Armazi para o rei ibérico Mitrídates I em 75 d.C.[15]