Guy Philippe (29 de fevereiro de 1968) foi um policial haitiano, que se tornou líder paramilitar e senhor da guerra. Liderou uma insurgência no Haiti que culminou no golpe de Estado de 2004, que derrubou o governo eleito e o presidente Jean-Bertrand Aristide. Posteriormente participou do processo eleitoral para se tornar um líder político. Foi preso e condenado como um narcotraficante, atualmente encontra-se cumprindo pena na prisão federal dos Estados Unidos.
Guy Philippe foi treinado pelas Forças Especiais dos Estados Unidos no Equador no início da década de 1990.[1]
Ocupou o cargo de chefe de polícia da segunda maior cidade do Haiti, Cap-Haïtien, até outubro de 2000, quando foi demitido. O governo haitiano acusou Philippe de ser o mentor de um ataque mortal à Academia de Polícia em julho de 2001 e de planejar uma tentativa de golpe contra o presidente René Préval em 17 de dezembro de 2001.[2] Philippe fugiu para a República Dominicana, sendo inicialmente mantido em prisão domiciliar pelo governo do presidente daquele país, Hipólito Mejía.[3][4] Assim permaneceu até 4 de fevereiro de 2004, quando retornou ao Haiti para ingressar em uma rebelião contra o presidente Jean-Bertrand Aristide.
Cinco dias após seu retorno ao país, faz uma declaração conjunta à imprensa internacional com o ex-líder miliciano Louis-Jodel Chamblain dando seu apoio às forças antigovernamentais e assume o comando do exército rebelde. Em 2 de março de 2004, Philippe e seus paramilitares retomaram o controle do antigo quartel-general do exército haitiano em frente ao Palácio Nacional.[5][6]
No início de 2005, o grupo guerrilheiro de Philippe, a Frente de Reconstrução Nacional (FRN), envolvido no golpe de 2004, foi oficialmente transformado em partido político reconhecido. Ele candidato presidencial nas eleições gerais de 2006, mas foi derrotado,[7] recebendo quase 4% dos votos.
Pouco depois da madrugada de 16 de julho de 2007, cinco helicópteros, dois aviões e mais de uma dezena de agentes antidrogas haitianos e da Drug Enforcement Administration (DEA) fortemente armados cercaram a casa de Philippe nas colinas acima de Les Cayes, na remota península do sul do Haiti, para apreender evidências de tráfico de drogas. [8] Philippe era suspeito de ligações com o tráfico ilegal de drogas no Haiti. Os partidários de Philippe disseram que as acusações foram politicamente motivadas, observando que ele havia ameaçado identificar haitianos poderosos que forneceram apoio financeiro para o golpe de 2004.[8][9] No entanto, Philippe foi indiciado nos Estados Unidos sob a acusação de conspiração para importar cocaína e lavagem de dinheiro.[10][11] Após sua acusação, Philippe se isolou em sua cidade natal, Pestel, protegido por seus paramilitares.[12]
Em 2015, iniciou sua campanha para senador como membro do Consórcio Nacional de Partidos Políticos Haitianos (CNPPH).[13] No entanto, suas unidades paramilitares continuaram uma guerra de guerrilha para "criar confusão e derrubar o presidente provisório, Jocelerme Privert."[12][14] Na eleição, Philippe conquistou a vaga para o departamento de Grand'Anse e deveria ser empossado em 9 de janeiro.
Na tarde de 5 de janeiro de 2017, Guy Philippe foi preso sob essas acusações ao sair de um popular programa de rádio. Ele foi extraditado para os Estados Unidos no mesmo dia.[15] Sua prisão gerou polêmica, já que o senador recém-eleito ainda não havia recebido a imunidade para acusações legais ou prisão prevista na lei haitiana para proteger os legisladores em exercício,[16] também havia dúvidas sobre a legalidade da extradição.[17]
Em 21 de junho de 2017, Philippe foi condenado a nove anos de prisão nos Estados Unidos por aceitar subornos de traficantes de drogas.[18][19]