Heraclides hectorides | |||||||||||||||||||
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![]() Ilustração feita por William Swainson de H. hectorides (macho), em vista superior (acima) e inferior (abaixo, pousada), retirada do livro Zoological Illustrations, Volume II (Plate 93). | |||||||||||||||||||
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Fotografia do macho de H. hectorides absorvendo umidade mineralizada do solo.
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Heraclides hectorides[1] (Esper, 1794)[2] | |||||||||||||||||||
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Sinónimos | |||||||||||||||||||
Papilio hectorides Esper, 1794 Papilio argentus Martyn, 1797 Papilio torquatinus Esper, 1799 Papilio pandrosus Godart, 1819 Papilio lysithous Godart, 1819 Menelaides chirodamas Hübner, [1825] Papilio mezentius Doubleday, 1844 Papilio torquatinus Oberthür, 1879[2] |
Heraclides hectorides é uma borboleta neotropical da família Papilionidae e subfamília Papilioninae, encontrada na Mata Atlântica da região Sul e Sudeste do Brasil[4] até o Paraguai, Uruguai e Argentina. Foi classificada por Eugenius Johann Christoph Esper, com a denominação de Papilio hectorides, em 1794.[2] Suas lagartas se alimentam de gêneros de plantas das famílias Rutaceae, Piperaceae e Myrsinaceae.[5]
Esta espécie possui asas com envergadura máxima de 8 a 9 centímetros e com grande dimorfismo sexual,[5] com a fêmea de coloração mais escura e com estreita faixa na asa anterior (mimetizando borboletas Parides,[4] como Parides agavus ou Parides bunichus).[6][7] O macho possui, visto por cima, tom geral castanho enegrecido com uma faixa contínua de um amarelado quase branco, característica, cruzando as asas anteriores e posteriores.[8][9] Ambos os sexos possuem uma profunda ondulação, com manchas amarelas (macho)[8] ou vermelhas (fêmea),[7] em cadeia, na borda das asas posteriores e um par de caudas espatuladas, quase retas.[1] O lado de baixo difere por ser mais pálido.[1][5][10]
As borboletas são avistadas visitando flores, das quais se alimentam do néctar.[10] Embora preferencialmente habitem floresta primária,[11] elas podem ser encontradas em ambientes antrópicos, como em florestas secundárias ou em cidades. Enquanto as fêmeas tem voo lento e apreciam locais sombrios, os machos são vistos frequentemente em topos de morros ensolarados[4] e em praias de rios ou faixas de umidade do solo, onde possam sugar substâncias minerais. Às vezes eles são vistos individualmente, mas é mais frequente avistá-los em grupo.[12]
Heraclides hectorides se alimenta de diversas espécies e gêneros de plantas das famílias Rutaceae, Piperaceae e Myrsinaceae, em sua fase larval: Citrus reticulata (gênero Citrus), Myrsine umbellata (gênero Myrsine), Zanthoxylum fagara, Zanthoxylum hiemale, Zanthoxylum rhoifolium (gênero Zanthoxylum), Piper umbellatum,[5] Piper xylosteoides e Piper amalago (gênero Piper).[13] Suas lagartas são semigregárias, pardo-azeitonadas, com manchas mais claras, assemelhando-se a excrementos de pássaros. A crisálida é esverdeada, com sua camuflagem imitando um galho seco. Ela fica suspensa para cima, por um par de fios.[4]
Em Papilio hectorides, o padrão mimético está restrito às fêmeas, que apresentam dois fenótipos diferentes, um chamado "típico", cujo modelo é Parides agavus e o outro, chamado "melania", cujo modelo é Parides perrhebus ( = Parides bunichus).
Setiembre 2010 - Paso Centurion (Cerro Largo), Uruguai
H. hectorides que preferencialmente habita mata sazonal densa e pouco perturbada, com deslocamentos longos
P. hectorides larvae on the four native plant species on which eggs or larvae were found in the field: P. xylosteoides (N=106), P. amalago (N=66), Z. hiemale (N=90) and Z. rhoifolium (N=82).