Culto bruxo é o termo usado para uma hipotética religião pagã pré-cristã da Europa, que sobreviveu até pelo menos o início da era moderna. A teoria de sua existência foi postulada por alguns estudiosos do século XIX e XX com base na teoria de que a bruxaria europeia, que tinha sido perseguida durante a caça às bruxas, foi parte de uma conspiração satânica para subverter o Cristianismo, e a maioria dos fatos e provas para a teoria foram colhidos através de estudos dos relatos dos perseguidores na caça às bruxas no início da Europa moderna. No século XX, a teoria deu origem a religiões neopagãs, sendo a de maior número de adeptos atualmente a Wicca, com suas diversas vertentes e tradições.
A teoria foi lançada por autores românticos de livre-pensamento, tais como Karl Ernst Jarcke e Michelet Jules no século XIX, mas recebeu sua exposição mais proeminente com o livro de Margaret Murray de 1921, The Witch-Cult in Western Europe, e suas contribuições para a Encyclopædia Britannica. Os estudiosos têm criticado a teoria e o consenso geral é que nunca existiu o culto das bruxas, sendo algo inteiramente pseudohistórico.[1] Um pequeno número de estudiosos, tais como Carlo Ginzburg, discutem versões modificadas da teoria, como a que limita algumas práticas religiosas não-cristãs sobreviventes no início da era moderna e que contribuem para os estereótipos da bruxaria.[2]
Gerald Gardner alegou que ele havia descoberto o New Forest coven, um grupo que ainda praticava a religião, que ele chamou de Witchcraft (Bruxaria em português), em seu livro de 1954, Witchcraft Today, uma alegação que foi aprovada por Murray.[3] Do mesmo modo, Sybil Leek, Robert Cochrane, Charles Cardell, Rosaleen Norton e Alex Sanders também fizeram reivindicações de terem sido membros de uma linhagem familiar de adeptos do culto às bruxas. Este movimento culminou no que hoje chama-se religião da Wicca. Alguns Wiccanos contemporâneos, no entanto, distanciaram-se da teoria.